Capítulo 16

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Por Anahí:

Eu tinha acabado de ter o segundo orgasmo da noite, meu corpo inteiro convulsionava. E eu não sabia o que tinha me levado ao ápice da loucura: Os movimentos intensos de Poncho dentro de mim ou suas palavras.

"— Vem comigo amor, vamos juntos!"

Amor? Ele havia mesmo me chamado assim?

Inúmeras lembranças atingiram minha mente naquele momento.

Senti meu corpo desfalecer, ainda em cima de Poncho, ainda sentido-o dentro de mim. Encaixei o rosto na curva do seu pescoço e respirei fundo.

Uma emoção incontrolável tomou conta de mim.

Meu peito comprimia, e as lágrimas começaram a cair.

Havia saudade, arrependimento, mágoas... Mas também havia uma vontade enorme de fazer tudo diferente daquela vez. Só que eu sabia que não tinha mais aquele direito.

Aquilo era tudo que eu podia ter de Alfonso, do homem que eu amo e que sempre amei. Uma noite, era isso, apenas uma noite.

Eu era jovem e teimosa demais pra entender a dimensão daquele sentimento quando tive a oportunidade de escolher. Ele era lindo, tínhamos o melhor sexo e éramos melhores amigos. Mas acredite se quiser, um dia eu cheguei a acreditar que como ele, eu poderia encontrar outro. Achei que outro podia ser tudo que Poncho, um dia tinha sido pra mim. E esse foi o maior erro da minha vida.

O entreguei pra ela.

Quando se deu conta de que eu estava chorando, Poncho levantou delicadamente meu rosto.

— Porque lloras?— Ele perguntou com a voz doce. — Si ayer te estabas riendo...

Não consegui conter um sorriso entre as lágrimas. Mais lembranças. Meu Deus! Meu peito ia explodir de tanta dor.

— Eu sabia que isso ia te fazer sorrir... — Ele continuou no mesmo tom. — Amo esse sorriso. — Confessou de forma sincera. — Mira, eu não quero te ver assim...

— Me desculpe! — Murmurei entre as lágrimas.

Ele suspirou, me segurou pela cintura, saindo de dentro de mim. E então senti uma terrível sensação de vazio, mas ele logo voltou a me sentar sobre o seu colo e me abraçou.

— Eu não estou imune, Ani... — Poncho disse baixinho no meu ouvido, enquanto acariciava meus cabelos. — Também sinto...

Ofeguei em seus braços, sentindo ele me consolar.

— Sou tão boba! — Choraminguei. — To estragando a nossa noite.

— Não diga isso. — Ele me pediu, seriamente. — Você não tem culpa do que tá sentindo... Nós não temos. — Suspirou. — E você não tá estragando nada. Eu ficaria a noite inteira te amando ou aqui te abraçando, que pra mim teria valido a pena. — Beijou meu rosto.

Movi minha cabeça, para encara-lo.

— Baguncei tudo pra você, outra vez, não foi?

Ele afirmou com a cabeça e sorriu. Daquela forma que me fazia desmoronar.

— Sempre, Ani.

Sorri. Adorava quando ele me chamava assim.

— Tive tanto medo...

— Do que? — Ele franziu o cenho.— Do que você teve medo?

One Step Closer (Concluída)Where stories live. Discover now