11- Plano de vingança

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Helena Lewis 

— General Theodoro e toda sua família, quero agradecê-los, pela hospedagem — ouço o capitão James falar a papai à mesa durante o jantar.

Depois do acontecido na cachoeira ele tem me desprezado completamente, não me olha, nem se quer fala comigo. Talvez seja melhor assim, isto só prova que realmente o nosso beijo não significou nada para ele.

— Somos nós quem agradecemos, Capitão James, afinal você e seu grupo me permitiram enterrar meu filho — papai fala com emoção em sua voz.

Minha família está toda à mesa, além dos soldados do capitão. É impossível não ficarmos entristecidos quando falamos de Bernard.

O capitão James continua:

— A guerra não acabou. Ainda teremos um confronto com os Trontianos. Quando chegarmos em Molavid, eu garanto que organizarei uma tropa e invadiremos Tronte, prometo vingar a morte de seu filho, General. Será com minhas próprias mãos que enfiarei uma espada no peito do general Arthur Saint, foi ele quem lançou a espada sobre Bernard. Com a espada ele feriu, pela espada será morto!

Suas palavras são carregadas de um desejo verdadeiro por justiça. Toda sua bravura e entusiasmo só faz alimentar algo em mim que não quero, admiração por ele. Por tanto desvio minha atenção de seus lábios que mais parecem terem sido desenhados pelos deuses, ignorando as sensações que me causam ao me lembrar deles em minha boca me devorando de uma forma tão agradável. Foco no mais importante a vingança por meu irmão, esta palavra ecoa em minha mente, é tudo o que desejo, é tudo o que Bernard merece. As veias do meu corpo se estremecem com a possibilidade de fazer justiça. Neste momento amaldiçoou mil vezes por ter nascido no corpo de uma mulher, desejaria poder ir ao combate e cumprir esta missão eu mesma.

Meu interesse é muito grande neste momento e não noto que pergunto em voz alta:

— Capitão... Vocês tem algum plano ? — pergunto e todos a mesa me olham.

Pela primeira vez após o nosso beijo ele também me olha, suas iris de cor semelhante a uma folha quase seca invadem os meus me deixando quase sem fôlego com a sua intensidade, o capitão James parece perturbado, sinto que faz um imenso esforço para não manter o nosso contato visual por muito tempo.

— Ainda não, Srta. Helena, será nescessário reunir com toda a nossa equipe de guerra.

— Minha filha, não é tão simples assim. Enfrentar um exercício como de Tronte requer muito estudo e estratégia.

Papai fala como se eu fosse uma ignorante no assunto.

— Acho assuntos de guerra bem interessantes. E se tratando da vingança por meu irmão, acredito que...

Eduard me interrompe deixando bem claro que estou sendo intrometida:

— Capitão, nos perdoe... Minha irmã as vezes se interessa por assuntos que não são de sua importância...

Inclino a cabeça percebendo o quanto deselegante fui. O capitão James analisa Eduard e depois se vira para mim como se me apoiasse de alguma forma.

— Não vejo motivo para pedir desculpas. A Srta. Helena tem bastante habilidades neste assunto, vi que foi bem treinada, acredito que talvez possa ter algum palpite.

Todos a mesa ficam surpresos com as palavras do capitão, respeitando-o. Exceto a moça loira de sua tropa que me analisa com uma expressão de poucos encantos. Ainda não entendi por qual motivo não consigo diminuir esta barreira que ela colocou entre nós, desejaria muito ser sua amiga, mas a Srta. Harley parece não desejar nem um vínculo comigo.

Um Coração Valente (COMPLETO)🗡️🛡️❤️Onde histórias criam vida. Descubra agora