Um Coração Valente (COMPLETO)🗡️🛡️❤️

47- Um final feliz

Helena

Depois que James avisou minha família que eu havia despertado, foi uma alegria só pela casa toda, ou o restante que tinha sobrado dela. James havia me contado que papai solicitou uma grande quantidade de trabalhadores para reconstruir nossa propriedade. Os Tronteanos haviam destruído quase tudo. 

Eu havia ficado duas semanas desacordada, Catherine relatou que papai chamou todos os magos e curandeiros da região, no entanto ninguém sabia o que fazer, acreditavam que eu estava como uma "morta viva" foi assim que disseram, pois nunca tinham presenciado algo assim. O padre Gerônimo havia se reunido com todo grupo da igreja e disse a papai que o meu caso se tratava de uma maldição, devido a gravidez fora do matrimônio e que um espírito mau me mantinha respirando, entretanto minha alma já tinha sido levada. Chegaram a cogitar a possibilidade de cortarem minha garganta para terminar de vez com meu estado, e que na ocasião, James acertou o padre com um soco, recebendo uma imensa lista de maldições que ainda haveria de nos acometer, já que segundo o padre, James era o culpando por tudo que estava acontecendo. Fiquei em choque ao saber de tudo.

Minha cunhada não poupou detalhes ao contar como James cuidara de mim, não arredava os pés daquele quarto para nada, Eduard chegava a acreditar que James estava ficando louco.

*

Os meses tinham se passado e o sol daquela manhã tocava meu rosto aquecendo meu corpo e trazendo um conforto delicioso. Eu havia voltado a usar minhas roupas normais, por mais que gostasse das calças e botas, confesso que para suportar uma barriga tão enorme, precisei me adaptar aos vestidos novamente. Papai e meus irmãos não se importavam mais com minhas roupas, depois do ataque muita coisa mudou por aqui. Eu soube que papai tinha feito uma promessa, que se eu sobrevivesse ele abriria mão de tamanha rigidez, e está cumprindo bem.

Enquanto sinto o frescor da manhã, Catherine e eu estamos sentadas à varanda de nossa casa. Ela insiste que eu deveria tecer roupinhas para meu bebê, e estou me esforçando para isso 

— Helena, você está tecendo de forma errada — minha cunhada chama minha atenção pela terceira vez. Realmente não levo jeito algum.

Ela se aproxima erguendo as linhas e o que deveria ser uma manta para meu bebê, mais se parece com um emaranhado de lãs emboladas que uma trama bem feita. 

— Pobre do meu sobrinho ou sobrinha! Céus, Helena isto está horrível.

Dou um tapa de leve em Catherine que ainda sorri olhando para desastre de manto sua mão. 

Bufo.

Ouvimos o som dos rapazes se aproximando, Eduard e James, eles tem passado bastante tempo juntos, James está aprendendo sobre a  administração das terras, ele decidiu ficar em Village, no início eu não estava de acordo, desejava que fôssemos para Molavid, por se tratar de um lugar pelo qual James tinha uma vida além de muita estima. Na verdade era ao que eu acreditava, no entanto, James deixou claro que desejava descansar das espadas e escudos, confesso que me senti surpresa. Mas ao ver sua dedicação ao trabalho com papai e Eduard, quase posso jurar que ele já havia feito isso em sua vida. No mais, papai também o deixara a encubência em treinar os servos, assim estaríamos sempre preparados em caso de futuros ataques. 

Sinto James depositar um beijo casto em minha testa. Eduard também exibe uma demonstração discreta de afeto por minha cunhada.

— E por que minha esposa está fazendo beicinho?— James pergunta.

Catherine estende meu projeto mal sucedido e James contém o riso, porém Eduard cai em gargalhadas.

— Helena, se meu sobrinho precisar usar isto, saiba que o pobrezinho ficará traumatizado.