16 - Em Molavid

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Helena

Dez dias foram o suficiente para conhecer toda tripulação, os homens que papai contratou para vir são muito competentes, quanto aos soldados de James parece que os conheço a tempos. O clima entre mim e James também melhorou, ele não me trata mais como uma bonequinha que pode se quebrar. Não conversamos novamente a respeito da guerra contra o exército de Naor, estou evitando falar sobre isso, pretendo conquistar sua confiança aos poucos.

Acabamos de avistar terra firme e fico satisfeita, não é nada agradável passar três semanas em alto mar. Já estava ansiosa para pisar em terra.

Molavid de longe já parece ser tão bela quanto Melin havia me descrito. Como se trata de uma parte do vilarejo que é militar, a primeira coisa que avistamos é o forte, com suas muralhas enormes de pedra e alguns canhões, eu nunca tinha visto um antes, James havia falado sobre eles em um jantar certa vez, confesso que fiquei muito curiosa.

- Viu como é grande, da forma que eu havia dito - a voz de James invade meus ouvidos, ainda causando o mesmo efeito de sempre.

Ainda estou olhando para as muralhas e os canhões admirada enquanto o vento bate em meu rosto brincando com meus cabelos.

- Papai iria ficar tão admirado quanto eu estou - falo sorridente.

- Logo essa modernidade chegará aos quatro cantos. Dizem que no futuro essas armas serão acessíveis em tamanho menor e que poderão ser transportadas. Todos terão acesso.

Fico imaginando que Tronte também deva ser tão impenetrável quanto Molavid, mesmo assim anseio em poder lutar nessa guerra mais do que tudo na vida.

Noto que James já não está ao meu lado mais, e sim dando ordens para ancorarem o navio. Meu coração bate forte a cada aproximação das grandes muralhas.

Somos recebidos por praticamente toda cidade, são famílias ansiosas por notícias dos soldados que partiram a meses em uma missão de resgate por Constantine, eram cerca de trinta homens. Mas é com muita tristeza que James entrega os nomes daqueles que perderam suas vidas no caminho. Sobraram apenas oito e entre eles estão dois dos resgatados da missão.

O Marechal Hector Carvalhães, o general superior de James, nos recebe também com toda infantaria. Ele se trata de um homem mais velho como todos os Generais amigos de papai que conheço, ele é alto de cabelos grisalhos, tem marcas nos cantos dos olhos demarcando a falta de jovialidade. James o cumprimenta enquanto os servos vão desembarcando do navio, os solados se colocam a postos para receber as honras de boas vindas e depois sou apresentada por James.

- Está é a Senhorita Helena Lewis. Filha do General Theodoro Lewis de Village.

Hector fica curioso ao me ver, ele foi combatente no passado com papai. Já ouvi falar sobre ele. Foi pela amizade entre ambos que Hector ordenou a busca do grupo em que Bernard estava.

- Theodoro foi um grande amigo.

- Sim, papai falou muito sobre o Senhor.

Ele analisa meus trajes curioso, certamente porque não são adequados para uma dama, filha de um General. Aliás sua curiosidade vai além e é compreensível, afinal o que eu estaria fazendo aqui?

- Eu soube que foram atacados, encontraram restos do navio de vocês, pensamos que o pior havia acontecido, Capitão James. O que houve? - Hector pergunta.

A expressão de James se entristece e ele conta com detalhes sobre tudo o que houve, o ataque que sofreu, a forma que o encontrei quase morto e cuidei dele, percebo admiração do Marechal. Também é falado da forma em que a equipe sobreviveu e o reencontro em minha casa. Hector demonstrou seus sentimentos ao saber que Bernard não sobreviveu, entre outras perdas. Ele parabenizou Magnus e Harley por terem conduzido o grupo para o resto da missão.

Um Coração Valente (COMPLETO)🗡️🛡️❤️Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin