Cavalgo no ritmo do meu coração, rápido e intensamente, sinto tanta pressa em vê-lo novamente, o desconhecido, e saber se está bem, pois deixá-lo naquele estado me perturbou a noite inteira inquietando meu sono, além do anseio que tenho em saber notícias de Bernard. Meu sentidos não me enganam, ele sabe de algo, talvez seja apenas este o motivo de tanta agitação.Ao me aproximar da construção abandonada, deixo Eros no mesmo lugar de sempre, sobre a sombra de uma árvore.
Abro a porta bem devagar, e me surpreendo ao ver que a colcheia está vazia. Retiro minhas luvas de montaria e coloco a cesta no chão, quando tento desvendar o desaparecimento do homem, de repente sinto que não estou só, todo meu corpo se agita, minha respiração se descontrola, e sei que ele está bem atrás, e pelo som de sua respiração sobre mim, ele não está nada amigável, acho que irá me atacar. Me abaixo e giro meu corpo rapidamente, consigo me colocar por trás dele num golpe que fui bem treinada, ele é muito alto pouco mais que eu, então chuto seu joelhos por trás o fazendo cair, e com o braço direito envolvo seu pescoço o comprimido na dobra de meus cotovelos e aperto sua garganta com força.
Ele geme e leva a mão ao ferimento.
— Quem é você? — a voz grave mas entrecortada pela dor e fraqueza invade meus ouvidos.
Ele está tão próximo que sinto seu calor, respira de forma descompassada, certamente desejava atacar e não ser atacado. Aos poucos vou afrouxando as mãos e me afasto assistindo ele massagear a garganta livre e acalmando sua respiração. Quando o estranho ergue o rosto me encarando fica perplexo com minha figura, aparentemente de uma doce e inocente mocinha indefesa, pelo menos é o que meus vestidos delicados dizem.
— Você!? — ele fala com espanto.
Os olhos do estranho me analisam com intensidade, chego a perder o fôlego, diria que ele está um tanto admirado, não sei ao certo, nunca experimentei ser avaliada desta forma por um homem. Passo a língua sobre meus lábios e respiro fundo. E ele engole seco ainda com seus olhos sobre os meus.
— Não fique assustado, fui eu quem o ajudei. Você estava na praia quase morto, te trouxe para cá e cuidei dos seus ferimentos!
Por um instante ele se organiza como se colocasse os pensamentos em ordem e me analisa da cabeça aos pés como se achasse impossível que eu o tenha ajudado. Algo nele me desestabiliza por completo, e não digo pelo fato de estar vestido apenas de coletes deixando seu peito semi descoberto, imediatamente começo a ficar rubra e não consigo o encarar, toda minha valentia se vai e a única reação que tenho é a de fitar o chão. Nenhum homem jamais me causou tamanha timidez, esse desconhecido desperta coisas estranhas em mim.
— E… como a Senhorita… conseguiu me trazer até aqui?
Noto que ele parece não acreditar que não sou tão frágil quanto pareço.
— Fui muito bem treinada! — falo com orgulho, tentando disfarçar o quanto estou intimidada com seu olhar.
O homem se aproxima devagar e eu apenas o observo imóvel, assim de pé e consciente, ele parece mais forte e maior, quando eu era criança, mamãe contava várias histórias sobre deuses mitológicos e homens de grande beleza e força, talvez eu o esteja comparando com alguns deles, neste momento.
Engulo seco.
Ficamos parados em nosso contato por um instante, de repente ouvimos o som de Eros relinchando veemente, nos desviando a atenção imediatamente. O homem ao meu lado que ainda nem ao menos sei o nome faz um gesto para que eu fique parada e leva o dedo nos lábios pedindo silêncio. Caminhamos em passos lentos até a porta, ele vai a frente, como se eu não fosse capaz de me defender e ele não estivesse tão ferido.
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Um Coração Valente (COMPLETO)🗡️🛡️❤️
RomanceUm Coração Valente🗡️🛡️❤️ Nascida em uma pequena cidade da Europa medieval, Helena Lewis, filha do General de Village, foi treinada desde criança para sua autodefesa, após, um ataque trágico no qual sobreviveu. Então passou a se dividir entre espad...