44- Encurralados

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Helena

— Rendam-se, não há mais como fugir!— um deles grita enquanto os outros nos cercam ainda mais, com suas armas.

Vejo a aflição nos olhos de papai e meus irmãos, é inevitável não me sentir culpada, no fundo eu sempre soube que Arthur não havia morrido naquela noite, mas não imaginaria que ele viesse até Village.

Abaixamos nossas armas em rendição, James é obrigado a me soltar, não há muito o que fazer.

— O general Arthur vai gostar muito disso! — um deles fala olhando para mim.

James imediatamente se coloca a frente na tentativa de me defender.

— A deixe em paz!

Pela primeira vez não me sinto irritada por ser defendida, afinal se trata do homem da minha vida tentando cuidar de mim. E logo penso em nosso filho, o mesmo que está dentro de mim. Meu coração se aperta, pois James nem ao menos sabe sobre ele.

O soldado chuta James de forma covarde o levando a cair de joelhos, fico em desespero, entretanto Melin me impede de reagir.

— Não, Helena! 

Mesmo brava com meu amigo, sei que ele está fazendo isso para o meu bem.

James ainda está no chão e olha para Melin como se o agradecesse por ele me impedir.

Ouço James gemer.

Meu coração quase dilacera quando o mesmo soldado coloca a espada em seu peito. O desespero me invade, um bolo se forma em minha garganta.

— Não! — grito em um gemido sufocado.

O clima fica ainda mais tenso.

Felizmente um outro soldado se aproxima e obriga o homem a não ferir James.

— O general ordenou que entregasse eles vivos!

Mesmo insatisfeito o soldado abaixa a espada.

Talvez eu devesse me sentir aliviada, no entanto não sinto, pois sei que Arthur não terá clemência.

Os soldados pegam nossas armas uma a uma e nos levam de volta à sala principal.

No caminho assistimos nossa casa ter sido colocada à fogo a fim de destruir tudo, sinto um aperto no peito, tudo o que papai e meus irmão construíram estava sendo devastados pelos sobreviventes de Tronte. Depois de alguns minutos tensos seguindo pelos corredores, somos levados a Arthur, que nos recebe com alegria na sala principal, o ambiente antes familiar cheio de amor e carinho de todos nós, agora é tudo em completa destruição, sombrio e angustiante.

— Finalmente! — Arthur fala batendo palmas — coloquem todos de joelhos para se renderem a mim — ordena.

Vejo os Montierres e alguns servos que lutaram em nossa defesa ali de joelhos. Somos obrigados a nos ajoelhar também sobre gritos e ameaças. Mas estou em transe, demoro a obedecer, meus olhos enfrentam com fúria os de Arthur, e meu único desejo é acabar com ele nesse momento. James, papai e Eduard, também estão relutantes. Vejo os soldados os agredirem com violência, e sem forças eles caem.

— Parem! Parem!— grito — Seus brutos, vou acabar com vocês!

Dou um passo à frente desejando defendê-los, mas sou puxada pelo braço por um dos soldados de forma rude.

Arthur observa satisfeito. Devagar ele segue em minha direção. Não tenho êxito em demonstrar todo meu repúdio por ele. Me esforço para me soltar novamente. 

— Continua bem atrevida!— ele fala e se aproximando de mim.

— Maldito! No fundo eu sempre soube que você estava vivo.

Um Coração Valente (COMPLETO)🗡️🛡️❤️حيث تعيش القصص. اكتشف الآن