Capítulo 10 - Parte II - Por James

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James Winston

"Todos os acontecimentos até aqui, pelo ponto de vista de James."

Depois que caí ao mar precisei nadar por longas horas, apesar da dor física causada pelo ferimento de espada consegui finalmente chegar a orla da praia, mas confesso que todo meu esforço físico me deixou exausto e acabei perdendo os sentidos, já era dia quando tive alguns relances em minha mente, vi a imagem de um anjo bem diante dos meus olhos, eu nunca tinha visto um ser celestial antes, talvez seja um sinal de que esteja morrendo. Não consigo me mover, estou fraco e tudo dói. Entretanto a paz que sinto ao lado deste ser é incrivelmente tranquilizadora. Apago novamente guardando os traços femininos e perfeitos em minha memória, se estou morrendo é uma imagem perfeita pra se guardar.

Acordo sentindo um conforto, o ambiente está aquecido, abro os olhos devagar e vejo que estou deitado em uma espécie de colcheia abandonada. A luz de uma fogueira ilumina o ambiente. Levo a mão ao meu ferimento e noto um tecido em volta. Também estou sem a parte de cima de minhas roupas e as vejo ao redor estendidas como se fosse para se secarem. As imagens do meu navio sendo invadido pelo exército de Tronte invadem minha mente. Estávamos trazendo os resgatados de Constantine. Foi uma briga sangrenta, não pude fazer muito, me recordo de algumas pessoas feridas, entre eles Bernard Lewis, atacado por Arthur Saint o general de Tronte, logo vem até mim a lembrança de nossa luta, é árdua e sou atingido na costela, não vejo outra saída que não seja me lançar ao mar.

Ainda estou muito muito fraco, me recordo também de ter visto a imagem de um anjo, perfeito, de olhos castanho incrivelmente lindos e cabelos negros brilhantes e certamente sedosos. A essa altura eu já deveria estar morto. Ou talvez o anjo viesse me anunciar que alguém me ajudaria, enfim estou aqui. Mas ainda há muita fraqueza em mim, acabo caindo novamente em um sono profundo.

Quando o dia amanhece, a luz entra no ambiente me inquietando, estou com a boca seca, e muito faminto, faço muito esforço para me erguer. Tudo ainda dói, mas a ferida de espada foi estancada pelo tecido em minha cintura, seja lá quem tenha me ajudado certamente está próximo ou retornará, não me deixaria morrer aqui. Vejo um cantil de água próximo, me esforço e consigo alcançá-lo. Não há muito, mas bebo tudo em apenas um gole, a água desce minha garganta trazendo alívio. De repente ouço um som vindo do lado de fora. Faço mais esforço e me levanto, sigo até minhas roupas que já estão secas visto ao menos o colete. Lentamente saio ao lado de fora me cuidando para não ser visto, apoio na madeira da porta para equilibrar meu corpo. Meus sentidos não me enganam, há pessoas por perto e não se trata de alguém que deseja me ajudar. Retorno para dentro tentando encontrar algo que me sirva de arma, mas não encontro. Olho entre as frestas das rachaduras ao lado de fora atento para algum possível ataque. Ouço um som de um galope de cavalo, alguém está descendo, me coloco atrás da porta para atacar quem quer que seja. A porta se abre e eu salto sobre a pessoa a fim de me defender, não me surpreendo quando a agressão e revidada, estou muito fraco, logo estou ao chão com meu pescoço sendo comprimido na dobra de seus cotovelos. Pergunto de quem se trata e me surpreendo quando aos poucos os braços que me apertam se afrocham. Quando me viro de repente meus olhos se encontram com um par de iris que eu já tinha visto antes, como os de um anjo. É ela, a mesma que vi na praia, entretanto desta vez é muito real. Não consigo parar de olhar para ela, então a ouço dizer que me ajudou, que havia me trazido para cá e cuidado do meu ferimento. Disse que foi bem treinada, mas fico surpreso pois tanta beleza e delicadeza não parecem ser capaz de me carregar até aqui e fazer tudo o que ela fez. Apesar de ser alta e aparentemente forte, noto curvas acentuadas e um quadril farto, diferente das mulheres extremamente magras que conheço, ela usa um vestido comportado mas é impossível não notar o volume de seus seios sobre o decote casto, ela também tem ombros largos e posso jurar que que há alguns músculos definidos em seus ombros e braços. De repente ouvimos um som vindo de fora, nos aproximamos da rachadura na parede para observar e ela fica indignada ao ver que dois homens maltratam seu cavalo, antes que os dois homens lá fora a ouçam eu levo a mão até os lábios delicados e a impeço de continuar, meu corpo comprime o dela contra a parede e ficamos assim por um tempo. Fico em estado catatônico, como se nunca em toda minha vida tivesse tocado uma mulher, o cheiro delicioso de sabão e mel invade minhas narinas exalando a sensualidade feminina. Ouvimos o som do animal relinchar ao lado de fora novamente e encontro a oportunidade perfeita para me afastar imediatamente desta mulher, num instinto de proteção a peço que espere e sigo para fora a fim de resolver a situação.

Um Coração Valente (COMPLETO)🗡️🛡️❤️Onde histórias criam vida. Descubra agora