capítulo vinte e cinco: no fundo do ônibus

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d͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞g͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞

Como eu pensei. Não tinha mais ônibus pra casa da Yasmin, mas tivemos a sorte de pegar um que para um pouco pra cima da casa dela. Esse era bem mais demorado.

Agora estávamos sentados no fundo de um ônibus vazio ouvindo a playlist aleatória da Yasmin no fone.

Ela deitou a cabeça no meu ombro e bocejou parecendo uma garota doce e meiga de tão serena. Nem parecia que quase me mordeu pra deixar ela sentar na janela.

Fiz um carinho na coxa interna dela e vi ela se encolher um pouco me deixando atento pra ver se era frio ou ela tava incomodada com o meu carinho. Comecei alisar a pele dela com a ponta dos dedos bem devagar e quase não tocando. Vi os pelinhos dourados dela ficarem arrepiados.

— Parabéns, descobriu meu ponto fraco. — Ela riu me fazendo entender o porquê da reação.

— Desculpa. — Parei a mão na perna dela.

— Eu não disse que eu não gostava! Pode continuar, é gostoso sentir arrepio.

Soltei uma risada nasal e voltei dedilhar a coxa interna dela.

— Sua mão é grande, né!? Oiá quase cobre toda a minha coxa.

Ela tava exagerando um pouco, mas minha mão pegava boa parte da coxa dela em um palmo.

— Isso aqui é bom pra dar tapa em arroz no mercado. — Brinquei fazendo ela rir bem mais do que eu esperava.

— Que susto, cara. Jurei que você ia dizer outra coisa. Cruz credo.

Pensei por alguns segundos e acabei rindo também por pensar que ela poderia tá achando que eu diria sobre dar tapa em alguém, na cama provavelmente.

— Vai limpar essa mente, garota. — Neguei ainda rindo.

— Na hora me deu um susto. Você não tem cara de que bate, você tem cara de que chora falando que ama. — Ela tentou me definir. E dessa vez errou feio.

— Deixa eu te mostrar, depois você tira suas conclusões. — Brinquei e ela ficou em silêncio me levando acreditar que tinha levado a sério.

Ficou a maior tensão no ônibus.

— Não, eu não consigo imaginar. E não é por falta de tentativa. Você é fofo, papéis assim não combinam com você.

Gargalhei por ver que ela ainda tava tentando me descrever por me achar fofo. Fala sério!? Isso não queria dizer nada.

— Eu não vou te dizer mais nada, Yasmin.

— Hum, vai me fazer sentir então. — Ela usou um tom humorado, mas mesmo assim não tirou a sensualidade da frase.

— Yasmin, continua falando essas coisas que eu vou achar que você ta querendo transar comigo no ônibus. — Também brinquei.

Ela riu.

— Mesmo se eu quisesse, você não faria. Não tem coragem. — Fiquei em silêncio. — Ou faria? — Ela levantou a cabeça pra me encarar.

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