capítulo setenta e quatro: terminar

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ATENÇÃO
O CAPÍTULO ANTERIOR TEVE PEQUENAS ALTERAÇÕES POR TER SIDO ESCRITO HÁ UM TEMPO QUE NÃO DIZ MAIS RESPEITO AO CONTEXTO DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS.

d͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞g͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞

Amava a Yasmin, e mesmo depois de tudo que passamos eu continuava amando. Até mais do que antes.

Me esforcei pra compreender ela, e compreendi. E todo esse tempo a paciência que ela teve comigo me fez acreditar na nossa parceria. Eu realmente amo essa mulher.

Tudo bem que nos últimos tempos eu não tenho me dedicado totalmente a nós, foquei demais no trabalho. Errei! Mas em momento nenhum foi pelos motivos que ela pontuava.

Eu tava com o coração na mão e desesperado, porque ela não me ouvia.

— Diogo, me da outra saída então. Sério, porque é a única que eu vejo saindo menos machucada. — Ela se afastou de mim e sentou na cama com o olhar perdido no chão.

— Amor, eu respeito sua vontade se quiser realmente terminar. Mas pensa melhor sobre o que realmente tá acontecendo. — Tentei fazer ela olhar o meu lado.

  Não queria que ela se sentisse contrariada, ou fazendo mansplaining. Mas quero que ela tome qualquer decisão de cabeça fria, com a sensatez que ela sempre teve em relação a gente.

— Que caralho! — Ela colocou a mão no rosto e eu pensei abraçar ela, mas dei seu espaço. Apenas observava a cena, e me doía.

  Eu nunca quis ser o mal pra Yasmin. Ver ela assim me corroía por dentro e me fazia acreditar que talvez o melhor fosse terminar mesmo. Odeio a sensação de desgaste que tudo isso pode trazer. Ser tudo que eu menos queria pra gente.

  Yasmin ficou por um tempo ali extravasando o que sentia e eu continuei na mesma, porém com os meus pensamentos também.

— Me leva pra casa!? — Ela pediu levantando com o rosto cheio de lágrima.

  Levantei de imediato. Yasmin também foi rápida em sair do quarto, me deixando sozinho ali até pegar a chave do carro e ir atrás.

  A sala estava vazia e a luz da cozinha apagada, sinalizando que minha avó tinha ido dormir. Então só sai pra fora vendo ela do lado meu carro com os braços cruzados e a cabeça baixa. Destracei as portar fazendo ela entrar sem nem pensar duas vezes. Dei a volta no carro, e diferente dela, precisei suspirar antes de entrar.

  Nem liguei o rádio pelo clima péssimo que provavelmente pioraria.

  O caminho pra casa dela nunca foi tão longe e tão maçante. Cada minuto do lado dela, nessa situação, fazia meu peito doer.

  Quando estacionei o carro na porta do prédio dela, esperei ela saísse batendo a porta, como o furacão que é. Mas foi o contrário. Ela nem saiu do carro.

  Yasmin ficou uns dois minutos imóvel do meu lado, e eu dei o tempo que ela precisasse pra agir como queria.

— Olha, desculpa. Eu não devia ter sido tão impulsiva assim. O que era pra ser uma conversa normal feriu e desgatou nós dois. — Ela começou dizer me fazendo prender os olhos no seu rosto inchado de choro. — Eu continuo magoada, ainda acho que o término é uma saída. Mas não é assim que eu vou ter paz. Não é assim que um relacionamento tão saudável tem que acabar.

  Os olhos dela encheram de lágrimas mais uma vez.

— Desculpa! — Ela pediu de novo me fazendo negar e não resistir a puxar ela pra um abraço.

— Você não tem que pedir desculpas por colocar pra fora o que sente, Yasmin. — Alisei as costas dela. — Vou respeitar qualquer decisão que você tomar, porque eu quero o melhor pra você. E se o melhor pra você no momento não sou eu, por mim tudo bem terminar. Mas se você ainda sentir, assim como eu, que existe chance de ainda fazer dar certo. Cara, eu vou fazer o que for preciso pra valer.

  Ela continuou chorando no meu abraço enquanto eu não fazia a mínima questão de soltar.

— Depois a gente conversa, tá bom? — Ela se afastou de mim e limpou as lágrimas de novo.

  Em poucos segundos Yasmin desceu do carro.

— Vai com cuidado. — Ela disse baixinho.

— Se cuida... Te amo!

  Ela sorriu de lado.

— Eu te amo também.

  Esperei que ela entrasse no prédio dela pra arrancar com o carro.

  Fui o caminho inteiro com o mesmo pensamento. E era desesperador estar nessa situação e não poder fazer muita coisa, porque querendo ou não eu dei alguns motivos que possa fazer ela acreditar nisso. Mas ela precisa se acalmar e tentar enxergar além do que ela sente.

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