capítulo sessenta e três: a culpa não me deixa dormir

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status Amor<3

 __ eu te amo com todo meu coração, neguinha

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__ eu te amo com todo meu coração, neguinha. sua felicidade sempre vai ser um dos maiores motivos do meu sorriso!__

Olhei o Diogo comendo o prato de macarronada e senti meu coração falhar. Se tinha mulher mais apaixonada que eu por ele, não sei onde tá.

— Cada dia que passa você me faz ter mais certeza de que eu quero passar o restante dessa vida do seu lado. — Falei chamando a atenção dele.

— Nunca duvidei que seríamos isso. — Ele falou depois de engolir o macarrão. — Deveria ter apostado com você.

— Ih, tá doido. Quem falou lá no piatto que a gente casaria? — Entrei na competição.

— Idai? Você não tava falando sério. Agora eu, sempre botei fé na gente. — Ele tomou um pouco do suco. — Desde a primeira vez que eu fiquei com você nunca quis apenas como um contato.

— Ah é? — Incentivei ele continuar a falar.

— Claro que sim. Até tentei renegar, mas no fundo eu sempre soube que você seria isso na minha vida. — Ele não tirou os olhos de mim me dando confiança de que estava falando a verdade.

— Sua noiva?

— Meu tudo. — Ele piscou voltando a comer.

  Fiquei sem palavras? Óbvio. Aquele homem era tudo que eu jamais pensei em ter.

Apesar de amar ser tão minada por ele, reverti o assunto pra algo mais brincalhão. E o tempo como sempre voou. Quando eu vi estávamos em frente o meu apartamento.

— Amor, não tô mais afim de transar. — Abri o botão da minha calça. Além deu ter comido muito não tinha muito clima.

— Graças a Deus, porque hoje eu tô quebrado!

Ri colocando o tênis pra poder sair do carro. Mas antes pensei em perguntar algo pra ele que dependendo da responda alivie o meu coração.

— Preto?

— Oi? — Ele manteve a atenção pra fazer a baliza.

— O que te faria terminar comigo?

Diogo me olhou meio confuso e voltou o olhar a direção.

— Como assim, amor?

— Assim... Eu terminaria com você se descobrisse uma traição ou sentisse que não estivéssemos mais feliz. — Falei baixo amarrando um cadarço.

— Ah, entendi! — Ele estacionou e me olhou com o carro ainda ligado. — Esse bagulho de traição eu também não curto. Mas preferia mil vezes que você me traísse e me contasse. A pior coisa pra mim é mentira.

Engoli em seco. Era o ponto que eu mais temia.

— A segunda coisa que me faria terminar com você é também não me sentir mais feliz, coisa que eu não vejo. — Diogo sorriu desligando o carro.

  Precisei de mais alguns segundos pra amarrar o outro tênis e também pra conseguir melhorar minha cara. Eu sabia que estava fodida e precisava arrumar algum jeito de contar logo isso ou eu arriscaria meu relacionamento.

  Desci do carro e Diogo trancou o carro pegando na minha mão e caminhando comigo pro elevador. Por mim eu falava aqui, diria agora mesmo! Mas tinha tanta coisa em jogo. O trabalho que está conseguindo manter a vida e a saúde mental dele estável... Tudo tava em risco.

— Tá tão tarde. Quase não vi o tempo passar. — Diogo falou assim que as portas fecharam.

  Ele me abraçou por trás.

— O tempo sempre passar rápido quando a gente tá junto. — Não menti. Pelo o menos não desta vez.

Fomos em silêncio pro meu andar e quando entramos em casa Diogo foi direto tomar banho no meu banheiro. Eu me joguei no sofá pensativa e fiquei assim por muito tempo.

— Neguinha? Tá tudo bem? — Diogo perguntou aparecendo na minha frente só com uma samba canção.

— Tô cansada. — Fiz biquinho.

  Ele me olhou desconfiado, mas mesmo assim ignorou.

— Vamos dormir, pretinha. Vai lá tomar banho!

  Fiz careta acabando obedecendo ele.

[...]

  Sai do banho enrolada na toalha. Escovei os dentes na pia e minha angústia cada minuto me maltratava.

  Estendi a toalha e coloquei uma calcinha preta voltando pro quarto extremamente escuro. Já conseguia ouvir o ronco leve do Diogo. O bichinho tava morto de tanto cansaço.

  Com cuidado deitei do lado dele e diferente das outras vezes eu não me aconcheguei no seu peito. Só virei pro outro lado sentindo a angústia de sempre me tomar. Algumas lágrimas desceram e eu me senti uma pessoa má.

  Já tinha me perdido. Me sentia a mulher mais burra do mundo por ter ele ali do meu lado da forma mais sincera que poderia estar, e mesmo assim mentindo todos os dias. A culpa não me deixa dormir.

  Foi então que depois de muito tempo ali chorando baixinho eu senti os braços do Diogo em volta de mim me puxando pra ele. Cedi a me aconchegar ali.

  Acabou que eu consegui dormir mais rápido assim, mas não tão tranquila.

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