capítulo setenta e três: olha pra mim!

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y͟͟͟͞͞͞a͟͟͟͞͞͞s͟͟͟͞͞͞m͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞n͟͟͟͞͞͞

meses depois.

  Nesses poucos meses as coisas não mudaram tanto, de uma forma foi bom, a única coisa considerável foi que eu consegui administrar o funcionamento da lanchonete, até dei a ideia da dona Maria fornecer doces e algumas tortas. Até então tá tudo dando certo. Agora por outro lado eu e o Diogo entramos na rotina, nada muda.

  Hoje era nosso aniversário de um ano de namoro. E do fundo do meu coração eu só queria passar essa data transando com o Diogo ou só comendo um hot dog na praça, mas ultimamente ele tem colocado sua atenção totalmente no trabalho. Provavelmente vai passar em branco.

[...]

— Oi, dona Maria!

  Falei entrando na cozinha e vendo a senhora batendo alguma massa de bolo.

— Oi, amor. Não sabia que você viria hoje. — Ela largou o que fazia pra vir me cumprimentar.

  Nem eu me imaginava aqui hoje. Quando acordei e falei com o Diogo e ele ignorou a data eu prometi que não iria fazer nada. Mas estou aqui.

— Hoje é meu aniversário de namoro com o seu neto. — Falei que ela arregalou os olhos.

— Não lembrava! Meu Deus mas isso precisa ser comemorado. — Ela falou animada voltando pra massa de bolo.

— Nem o seu neto lembra, dona Maria. — Ri fraco. — Eu trouxe algumas flores e uma cesta que eu pedi pra minha amiga fazer.

— Ele deve lembrar sim, só tá querendo fazer surpresa também. — Dona Maria tentou me animar, mas não conseguiu.

  Da forma que estamos eu tenho certeza que ele não lembrou.

— Deve ser...

  Fiquei na cozinha por um tempo conversando com ela até dar umas sete e meia e eu ir pro quarto junto com as coisas. Sei que era o horário que ele chegava.

  Sentei na cama e fiquei rolando o feed do instagram, até ver a postagem de um casal na praia. Foi automático lembrar da gente em Balneário, apesar dos amigos chatos tivemos um final de semana memorável.

  Escutei a voz dele falando com a dona Maria e se aproximando do quarto. Deixei o celular de lado e coloquei um sorriso de canto no rosto. Eu tinha certeza que ele tinha esquecido!

— Vó, cê não apagou a luz do meu quarto! — Ele falou na porta sem ter a visão da cama, mas dois passos a mais pôde me enxergar. — Neguinha?

  A suspensa na cara dele não escondia o desentendimento. Foi a confirmação de que ele tinha esquecido e eu sabia! Mas sabe quando você já espera e mesmo assim dói?

  Os olhos dele foram pro meu lado, provavelmente na cesta confeitada e pareceu mais confuso.

— Feliz um ano de namoro!

  Fiz questão de pegar o buquê de lírio e ir até ele pra lhe dar em mãos. Diogo teve a mesma reação da avó, só que mais envergonhado.

— Meu Deus, amor. Eu esqueci completamente. Me desculpa! — Ele tentou se justificar e eu só concordei com a cabeça voltando pra cama.

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