capítulo setenta e cinco: oi, tô aqui

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y͟͟͟͞͞͞a͟͟͟͞͞͞s͟͟͟͞͞͞m͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞n͟͟͟͞͞͞


   Hoje eu não consegui levantar. Simplesmente não consegui!

  Mandei mensagem para o seu Valmir dizendo que estava mal disposta e não conseguiria ir hoje. Como sempre ele foi super compreensível.

  Eu não tava mais chorando, só não conseguia levantar. Não tinha vontade nenhuma de fazer nada. E era até broxante saber que não tinha sido algo tão estrondoso pra me deixar mal assim. Mas eu estava angustiada.

E alguns pensamentos ruins vinham sempre na minha cabeça me fazendo acreditar em algumas coisas. Como estar com o Diogo, o maior medo dele dentro de um relacionamento eram mentiras e algo tóxico. E eu menti e estou sendo extremamente tóxica. Ele sempre foi tão cuidadoso comigo, e na primeira oportunidade que eu tenho de ter alguma sensibilidade, magoo ele por ser sempre tão confusa. Na real, eu não merecia ter um cara legal como ele. Não merecia ter minha mãe, minha madrasta. No fim eu falhei com todos de alguma forma.

Senti minha respiração falhar me fazendo correr atrás da minha bombinha.

Provavelmente eu fiz muito barulho pra tentar achar, já que minha mãe entrou assustada no quarto junto com a Larissa. Elas não sabiam que eu estava em casa.

— Yasmin, o que tá acontecendo? — Minha mãe demonstrou sua preocupação e desespero.

Larissa só me abraçou me fazendo voltar a chorar compulsivamente. Minha mãe, assim como a Larissa sentou do meu lado no chão e segurou a minha mãe firmemente, me fazendo voltar um pouco pra realidade.

Fui me acalmando aos poucos, e quando estava bem o suficiente pra dizer algo eu só consegui pedir desculpa.

— Amor, não precisa pedir desculpas! Só conta pra gente o que aconteceu. — Larissa com a sua voz calma me fez soltar alguns soluços enquanto formava alguma fala.

— Ontem, eu e o Diogo completamos um ano de namoro. Ele esqueceu e eu explodi. Falei muita, muita merda. — Escondi o rosto nas mãos. — Quase terminei com ele por achar que estávamos desagastados, que ele não me amava mais.

— E ele confirmou isso? — Minha mãe perguntou também com uma voz serena.

— Não, pelo contrário. Ele afirmou e reafirmou quinhentas vezes que me ama, que só focou demais no trabalho que acabou deixando esfriar. — Disse pensativa.

— Filha, mas isso acontece. Todo relacionamento tem suas fases. Você e o Diogo sempre souberam dialogar, então qual o real problema disso?

Senti meu peito apertar e meus olhos voltarem a encher de lágrimas. Eu sentia que o que eu precisava dizer iria me sufocar se eu não falasse logo.

— Porque tudo na minha vida de alguma forma da errado, mãe. — Não evitei outra onde choro. — Eu sei que é meio maluco, mas eu sinto que alguma hora ele vai deixar de me amar.

Larissa me abraçou mais forte.

— Por que você acha isso, pequena? Você é tão linda, tão inteligente... Quem não te amaria?

— Nem meu pai me ama, Lari. — Soltei pensar e deveria ter segurado.

Agora eu parecia uma mimadinha que se importava com a opinião e sentimento alheios.

— Entendi o que tá acontecendo. — Minha mãe falou pensativa e seus olhos encheram de lágrimas. — Filha, você tá espelhando sua relação com o seu pai em outras pessoas.

Fechei os olhos pra evitar olhar pra elas. Eu tava envergonhada.

— Mas é bem óbvio, se meu pai que é meu pai fez isso comigo, por que o Diogo também não? — Desabafei de uma vez.

— Porque ele não é seu pai! — Minha mãe usou um tom mais firme. — Eu entendo a sua mágoa. Todo esse tempo sendo chantageada, escondendo coisas do seu namorado por uma manipulação suja do cara que era pra proteger de tudo na vida. Eu sei que mexe com o psicológico, mas eu não vou aceitar que isso prejudique a sua vida daqui pra frente. — Ela segurou meu rosto e olhou no fundo dos meus olhos. — Eu prometo!

As duas voltaram a me abraçar e eu fiquei por um bom tempo ali. Eu me sentia mais acolhida e a paz ficou mais presente. De alguma forma eu acreditava que tudo ia ficar bem com elas.

[...]

  Era nove e meia da noite e eu tinha acabado de sair do banho. Coloquei pra tocar a minha playlist favorita. Vesti o melhor conjunto de lingerie e fiz o que mais me relaxava... Skin Care.

  Depois da tarde de conversa e troca com as minhas mães, entendemos que eu precisava cuidar de mim e procurar uma ajuda psicológica.

  Conversamos também sobre o Diogo, e não seria bom terminar, mas também não continuar nesse esforço. O negócio era deixar fluir naturalmente, respeitando nossos limites, com muita paciência.

  Me joguei na minha cama pra pegar o celular que tava no carregador da cômoda. Sentia que tava pronta agora pra conversar com ele.


me
Diogo? Tá dormindo?

   Suspirei um pouco ansiosa pra ele ver logo. Não aguentava mais ficar assim e sabia que ele precisava de alguma resposta também.

  Então depois de quase cinco minutos estava acreditando que ele já tinha ido dormir realmente. Tanto por já ser um horário que ele estaria dormindo.

— É, ele dormiu! — Bloqueei o celular e levantei pra ir apagar a luz e ir fazer como ele também. Mas antes mesmo deu pisar no chão meu celular notificou fazendo meu coração disparar.

amor <3
oi, tô aqui

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