capítulo setenta e nove: me deixa te abraçar

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y͟͟͟͞͞͞a͟͟͟͞͞͞s͟͟͟͞͞͞m͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞n͟͟͟͞͞͞

Me arrumar sem colocar música de manhã era como uma quebra de superstição. Na minha cabeça meu dia só seria bom depois da minha playlist.

Baixinho coloquei na primeira que eu vi. Levei a caixinha pra dentro do banheiro e comecei o banho. Por incrível que pareça eu estava disposta, mesmo depois da noite com o Diogo. Aproveitei até pra lavar o cabelo que eu fiz a cagada esses dias atrás de cortar mais.

Logo sai e passei meus cremes antes de entrar dentro de um conjuntinho de lingerie branco.

— Eita... Bom dia! — Diogo surgiu na porta com a cara amassada.

— Bom dia, pretinho. — Mandei beijo pelo espelho.

De um jeito meio inesperado recebi um beijo nas costas e um tapa na bunda antes dele tirar a cueca e entrar pra dentro do chuveiro.

— Diogo, você não era assim Diogo!

Eu não tenho ideia se eu criei esse monstro ou ele tava escondido todo esse tempo.

— Namorar com você me obriga ser assim.

Revirei o olho indo focar na minha maquiagem antes que eu me atrasasse.

[...]

— Tô pronto. — Diogo apareceu no banheiro de novo, só que dessa vez com uma muda de roupa que tava guardada na gaveta que eu separei pra ocasiões assim.

— Tô quase! — Falei finalizando o meu baby-hair.

A música da playlist mudou e o toque me trouxe certa nostalgia do começo de mim e do Diogo. Era uma das músicas que ele mais ouvia, e acabou me viciando também.

Me deixar te abraçar

Eu estive te olhando por um instante
Vindo pra perto, tão doce e concentrada

Diogo me olhou rindo e já entendendo qual era.

In life girl you need me in it. — Diogo começou cantar e se aproximar.

Nessas horas meu coração pede arrego.

Eu estou determinado a vencer
Eu sei o que você precisa
Eu sei o que está errado
Eu sei como corrigir isso
Tudo vai dar certo
Se você

Me deixar te abraçar. — Ele me abraçou por trás começando mexer nossos corpos.

Apoiar como um verdadeiro homem deveria fazer
Eu nunca teria me aproximado de você
Se eu não tivesse boas intenções

Não queria entender inglês agora. Já que cada palavra que ele sussurrava no meu ouvido me fazia ter uma vontade avassaladora de desmaiar aqui mesmo.

— Apoiar como melhor amigo, dois parceiros no jogo. Quando você chorar eu quero sentir sua dor. Sem segredos, sem jogos. Só curtição, sem planejar. Te deixar feliz. Essa é minha meta — Ali ele nem cantava mais, só recitava como uma conversa.

Com três beijos delicados no pescoço ele se afastou alguns centímetros, fazendo meu corpo reagir a isso. Diogo virou as costas, mas antes de sair do banheiro eu lembrei de algo.

— Amor? — Chamei. — Essa é a nossa música!

Todo esse tempo tentamos achar uma. Até fizemos aquela noite um sorteio. Só que todo esse momento existiu nossa música, e ela tocava no som do carro dele todas as vezes que a gente saia no começo. Enquanto eu tava me apaixonando ela tava lá tocando.

Diogo me olhou pensativo, mas logo abriu um sorriso tímido.

— Sem dúvidas!

[...]

Diogo me deixou no trabalho e foi pra casa dele trocar de roupa.

Eu me sentia até meio otaria depois de hoje de manhã. Tava boba ao ponto de ficar com o olhar perdido olhando pros cantos da lanchonete. Quando eu disse que tínhamos esfriado eram sobre momentos assim que eu me referi. Sobre ele acender essa paixão do começo em mim só por cantar no meu ouvido.

Aproveitei o pouco movimento pra poder postar a foto que a gente tirou mais cedo nos storys. Eu estava real igual uma boba apaixonada!

[...]

amor <3
preta, não vai dar pra eu te buscar no trabalho. mas vai pra casa, se arruma que a gente vai pro piatto.

 
me
blzz

  Eu já tava me arrumando pra poder ir embora, e não acreditava que ele pudesse vir me pegar de novo aqui na lanchonete.

  Me despedi do seu Valmir e corri pro ponto pra pegar logo o ônibus. Eu nem acreditava que já tinha tanto tempo que eu não caía na noitada. Ser responsável demais exige esse tipo de sacrifício!

  Coloquei meu fones e como todos os dias vi pela janela o caminho pra casa.

$.$

enchendo linguiça

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