Capítulo 10: O homem de chifres

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  Encarei o gato de volta, e ele ainda estava me encarando pela porta, o que será que esse gato tem haver com o caderno? Minha cabeça estava mais confusa do que o normal. Fechei a porta e deixei o gato do lado de fora do quarto, então ele começou  a arranhar e miar, coloquei meus fones de ouvido e aumentei o som de uma música para ignorar ele.
  Foi assim por uns minutos, até que ele parou, e pude tirar o fone, abri a porta e o gato não estava mais lá. Meu pai chegou logo em seguida batendo a porta muito forte.
   - O que houve? - Perguntou minha mãe.
   - Tem uma coisa lá no cercado das cabras! - Disse meu pai com a voz trêmula.
    - Uma coisa? Perguntei. - O que tinha lá?
  Meu pai começou a contar que quando eu e Davi saímos da roça, ele continuou lá tentando descobrir o que tinha acontecido com a cabra que tinha sangrado e se debatido até a morte, sem sucesso, ele foi pegar o corpo para jogar fora, pois nem sua carne podíamos aproveitar, pois meu pai tinha julgado ter sido alguma cobra que causou tudo isso.
   Assim que ele fez isso, o mesmo assobio que eu tinha escutado quando estava lá, ficou mais alto, e parecia mais perto, as cabras começaram a ficar agitadas com alguma coisa, outras começaram a sangrar pela boca, meu pai estava sem reação, mas foi quando o assobio parou. Então ele percebeu que algumas cabras estavam olhando fixamente para ele, foi quando seu nariz começou a doer e sangrar, ele foi correndo para a sua moto para ir para casa, mas foi aí que o assobio ficou bem mais alto e estava atrás dele, ele olhou para trás e viu dentro do cercado, uma coisa que parecia um animal, uma criatura cheia de pelos, suas pernas parecia pés de cabra, e em sua cabeça, dois pares de chifres, e seu rosto, lembrava a de uma cabra. Aquela coisa estava assobiando, meu pai estava tentando ligar a moto, mas não estava conseguindo, ele olhou para trás e percebeu que aquela coisa estava andando em sua direção, foi difícil mas ele conseguiu ligar ela e consegui fugir.
  

   Olhamos assustado para meu pai, todos não acreditaram em mim, mas meu pai não era pessoa de mentir, então minha mãe confiou 100% nele.
Fiquei pensando se não foi essa coisa que tinha me empurrado naquele dia na cerca, o sangramento do nariz de meu pai estava ficando feio e minha mãe disse que ia levar ele ao médico. Então ficaríamos sozinhos nessa Fazenda.
   Obviamente não sou louco de fazer isso, nem Davi. Davi disse que ia ficar na casa de uns de seus amigos e Anne também fez isso , e eu decidi que também ia fazer isso, liguei para Marcos e perguntei se podia ficar lá por enquanto que meu pai estava no hospital com minha mãe, a mãe dele aceitou e disse que não tinha problema, que bom.
  Todos saíram da casa, eu tive que ficar para arrumar uma bolsa com minhas coisas.
   - Eu vou na frente e te espero na estrada, Ok? - Disse Davi.
   - Ok! - Concordei.
Assim que ele saiu, em pouco tempo arrumei minhas coisas e fui para a porta da frente. Mas o gato derrubou uma coisa atrás de mim, isso foi o bastante para quase me matar do coração, mas foi quando vi que era o caderno, ele tinha caído e estava  aberto em uma página, lentamente peguei o livro e vi que estava escrito " Vamos brincar de cabra-cega" e nesse momento, as portas e janelas bateram, as fechando, e a luz apagou.

Continua....

 

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