Capitulo 27: As almas deles

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   Não tirava da cabeça sobre "a mulher dos cascos" que Anna tinha visto. Com toda certeza foi ela que estava rodeando a casa ontem a noite.
Não saí de casa quase o dia todo, tentei até ligar pra alguém, mas ninguém me atendia. Estava tudo mudando, mas era uma mudança ruim, e não queria isso.
Sobre tudo isso que aconteceu, eu sinto que é minha culpa.
- E se Felipe não tivesse me conhecido? Ele estaria vivo agora?
E Rose também?
Toda vez que eu pensava nisso, tentava mudar meu pensamento, não queria viver com essa "Culpa" em minhas costas. Hoje eu tentei entrar em contato com Julia, mas ela está tracada em casa a muito tempo, mas pelo menos viva, a mãe dela já disse pra mim que ela está desolada com a morte de Rose.
Chegou a noite e eu fui tomar banho para dormir, dentro do banheiro, escuto alguma coisa, eu estava com o chuveiro ligado, não era nítido o que eu estava ouvindo. Desliguei o chuveiro e prestei atenção, pelo barulho, parecia ser minha gaveta sendo aberta. E logo pensei:
- O caderno está na gaveta.
Me enrolei na toalha e saí do banheiro, mas não deu tempo de ver Nada, quando cheguei o caderno já estava em cima da minha cama, e como sempre, aberto em uma das páginas com uma frase escrita. "As almas deles"
Essa frase me estremeceu. Eu não estava certo de quem eram exatamente as almas que estava sendo ditas no caderno. Mas por precaução fui ver se minha família estava bem, e graças a Deus, eles estavam.
No dia seguinte, eu fui para a escola, e ninguém que eu conhecia estava lá, e era isso que estava me cutucando o dia inteiro. Quando estava voltando pra casa, eu vi Julia colocando o lixo para fora de casa.
- Olá Julia.
Eu disse tentando puxar assunto.
- Oi.
Tentei montar uma conversa, mas a cada reposta que ela dava, ficava mais óbvio que ela não estava querendo falar com ninguém. Então eu apenas deixei ela. Desta vez, Davi ia comigo, pois não estava estudando naquele dia, não sei bem o motivo. O combinado, era que nosso pai nós buscasse. Mas ligamos pra ele, e ele não atendeu de jeito nenhum, ligamos umas 5 vezes e nada. Tivemos que ir caminhando. Davi ficou xingando o caminho todo.
Não tirava a frase escrita do caderno da cabeça, tinha medo de quem era as almas que estavam sendo referidas naquela frase. Quando chegamos em casa, notamos uma coisa estranha, a porta da frente estava aberta.
- Mãe?
Gritou Davi assim que entramos em casa.
Procuramos em todo lugar, mas nada, meu coração começou a acelerar. Eu entrei em meu quarto e fui ver o caderno, desta vez, não tinha apenas uma frase, e sim várias delas.
" As almas deles, As almas deles, As almas deles, As almas deles, As almas deles..."
Estavam escritas em 90% do caderno, e parecia que foi escrita por uma pessoa que estava meio apressada, pois as letras eram quase ilegíveis.
Escutei o grito de Davi no quero de nosso pais. Corri em direção deles, e quando entrei no quarto deles, vi figuras desenhadas pelo quarto todo, estavam no chão, parede e teto. Eram rostos sorridentes.
- Que porra é essa?
Disse Davi.
- Eu não faço ideia.
Minha fala estava trêmula, não conseguia ficar em pé direito.
Davi saiu do meu lado, estava um pouco desorientado, e teve que ir na cozinha beber água.
Fechei meus olhos e comecei a chorar. Não sabia o que fazer, eu tentei levantar, mas assim que virei meu rosto, escutei um som estranho.
Abri meus olhos, e vi Davi apontando a espingarda do nosso pai na minha cabeça.
- Agora fala desgraçado, o que você fez com Lucas e os outros?

Continua...

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