Sorria, você está sendo Observado

Capítulo 23: Familiar

   Eu não podia fazer nada, essa coisa sempre estava me fazendo de idiota o tempo todo. A cada coisa que se resolve, outros mistérios aparecem, e isso está me enlouquecendo. Tive que tomar um calmante, e me deitei, e acabei dormindo.
Não sei como eu consegui dormir, mas eu não conseguia falar pra ninguém o que eu tinha visto, então não adiantava nada. No dia seguinte não fui para a escola, e fiquei o dia todo deitado. O dia passou bem rápido, e quando vi, já era a tarde. Minha mãe estava arrumando algumas coisas no depósito junto com meu pai, ela me chamou e tive que ajudar. Quando terminei, fui para meu quarto, mas o caderno estava em cima da minha cama de novo. Nem me dei ao trabalho de ver o que estava escrito, só fechei e joguei no lixo.
No outro dia, acabei indo para a escola. Parece que estou no 1° dia de aula de novo, não estava falando com ninguém, Marcos estava 80% do seu tempo com a namorada dele, e Julia sumiu de vez, ela deve estar bem abalada por causa da Morte de Rose, afinal, elas eram bem próximas. Estava voltando para casa, mas no meio do caminho, senti algo em meus ombros, era como se alguém estivesse em cima de mim. Eu olhava, olhava e olhava, mas não via ninguém, saquei na hora o que era que tava acontecendo. Resolvi ignorar, mas teve uma certa parte que não dava mais, meu ombros estavam MUITO pesados, não estava aguentando andar. Nessa hora, escutei um assobio bem lá pra dentro da mata. O mesmo assobio que vi no cercado das cabras, o mesmo que ouvi no dia que fui empurrado na cerca, e o mesmo que ouvi quando estava preso dentro de minha casa.
Nessa hora, alguém me deu um tapa no rosto, foi tão forte que me fez cair no chão. E uma gargalhada bem alta, parecia estar bem ao meu lado, mas não tinha nada.
Corri enquanto ouvia aquela gargalhada se afastando aos poucos. Cheguei em casa, e minha mãe com umas caixas.
- O que é isso mãe?
- É apenas umas coisas que estava ocupando espaço lá no porão, que tal me ajudar um pouco?
- Tudo bem, só deixa eu guardar minha bolsa dentro de casa.
Comecei a ajudar minha mãe com as caixas, só estava faltando algumas, mas então derrubei uma caixa de fotos antigas. Fui guardar elas.
- Quem são esses aqui?
Perguntei.
- São uns amigos da vovó.
- E Quem é esse?
- É o seu avô mais novo.
Olho para foto e percebo que tem duas pessoas nela.
- E Quem é esse aqui do lado do vovô?
- Esse é o irmão mais velho dele.
- Irmão? Ele tem um irmão?
- Sim, mas infelizmente ele já está morto também.
- E qual é o nome dele?
- Miguel Sousa.
A informação bateu em mim como uma flecha, esse nome estava me perseguindo. Rapidamente pego as caixas de fotos e jogo todas em um canto. Minha mãe fica confusa com minha reação e até tenta falar alguma coisa, mas eu estava tão agitado que nem preso atenção.
Estava com mais uma dúvida encravada em mim, esse tal de Miguel Sousa está em todo os lugares. Ele foi prefeito, Morou nessa casa, está com seu nome escrito na cabana, e agora ele é irmão do meu avô. Entro no meu quarto e bato a porta.
- Está louco Lucas?
Fala Davi.
- Não tenho tempo pra falar.
Fecho a porta e me tranco dentro do quarto. Começo a pensar um pouco, e então resolvo fazer mais uma pesquisa sobre Miguel Sousa.
Passei um tempo procurando algo sobre ele, mas não achei nada. Então tenho uma ideia. Começo a pesquisar sobre assassinatos que ocorreram durante o governo dele. Não sabia o que de certo oque ia achar. Teve alguns casos criminais sim, mas nenhum ligado a ele, até que vi uma foto dele com uma família, não reconheci ninguém, apenas o menino no meio, cabelo comprido... foi então que lembrei. O jovem que matou os pais em 2008.
Meu rosto começa a ficar pálido, pesquiso mais a fundo, e vejo várias fotos que ele aparecia, e depois, descubro que essas pessoas morriam depois. Por que?
Me deito na cama e começo a olhar para o teto, buscando alguma ligação com esses crimes e os nomes escritos na cabana. Foi aí que lembrei:
- O caderno.
Procuro ele pelo quarto e abro na página que estava. E vejo uma frase escrita. Ela dizia:
Você quer saber a verdade sobre isso tudo?

Continua...