Capítulo 33: Traidora

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   Julia olha assustada para mim.
   - O quê?
   - Olhos desenhados em um papel, guiando a gente até a Cabana. Foi você.
A energia do ambiente começa a ficar pesada.
    - Por que você acha isso?
    - Os olhos desenhados na Floresta, eram iguais aos que você tinha desenhado no papel na cápsula do tempo. Você não é muito ligada a detalhes.
   - Deve ter sido uma coincidência. Deixa de ser idiota, por que eu ia desenhar aqueles olhos?
   - Pois ele mandou você fazer.
   - Ele?
Encaro Julia com raiva. Ela sabe do que estou falando, só está me enrolando.
   - Você é louco.
Ela continua.
   - Depois de 10 anos sem a gente se falar, você aparece aqui e está me acusando?
   - Basta você confessar.
   - Confessar o quê? - Eu não fiz nada.
   - Eu sei quem--
Ela me interrompe apontando para a porta.
   - Saí daqui.
   Ele me empurra em direção da porta.
Me viro decepcionado por não ter conseguido repostas.
Mas assim que coloco a mão na maçaneta, eu escuto uma voz masculina dizendo:
    - Segredos não podem ser contados.
Em seguida, sinto algo em minhas costas. Algo afiado.
    Olho para trás rapidamente, e vejo que Julia está segurando uma faca. E seus olhos, não são os mesmos.
   - Segredos não podem ser contados.
Ela repete.
Ela se prepara para atingir outro golpe em mim. Mas desta vez estou preparado. Seguro o braço em que está segurando a faca e o levanto. Julia me atinge vários socos no estômago. Empurro ela para trás, a fazendo cair logo em seguida.
Minhas costas estão doendo muito.
Consegui pegar a faca das mãos de Julia.
    - Segredos não podem--
Ela para.
Pego meu celular do bolso e disco o número da polícia.
Mas no momentode distração, Julia se levanta e tenta tomar a faca de minha mão. Recebo um tapa no rosto. Foi tão forte que deixo a faca cair. Julia pega ela rapidamente e tenta me atingir. Passa de raspão em minha perna.
    Não posso segurar ela por muito tempo, então penso rápido, e chuto a faca pra longe. Julia parece ser pega de surpresa, aproveito e corro em direção da porta de saída. Assim que estou fora, Disco o número da polícia e ligo para ela. Começo a me sentir fraco. Assim que terminei de fazer a ocorrência, tentei ligar para a ambulância, mas minha visão começou a ficar fraca. Então apaguei.

Acordo no hospital.
   - Olá, senhor.
Me lembro logo do ocorrido.
   - Ei cara, quem me trouxe aqui?
   - A polícia foi acionada, e pelo o que parece você estava desmaiado na frente da porta da casa.
   - E o que aconteceu depois?
   - Não faço ideia.
   - Eu quero levantar.
   - Você consegue?
   - Sim.
Minto. Minhas costas estão doendo muito. Mas não quero falar para sair i mais rápido.
    - Então se está tudo bem, não vou impedir de você sair.
    - Que bom.
Saio do quarto a procura da polícia. Obviamente eles não estão aqui.
Saio do hospital, e com a memória atordoada, caminho até a casa de Julia.
Chego lá, e vejo alguns carros da polícia em frente. Me pergunto se pegaram ela. Chego e vejo uma mulher saindo da casa. Ela me encara e fala:
   - Foi você que fez a denúncia?
   - Sim.
   - Como está suas costas? - Estava sangrando muito.
   - Eu tô bem.
   - Certo. Se você diz.
   - O quê aconteceu? - Pegaram Ela?
   - Não exatamente.
   - O quê?
   - Você sabe me dizer se ela sofria de algum transtorno?
   - Bem, acho que não.
   - Certo.
Ela começa a anotar algo em um caderno.
   - Mas o que aconteceu?
   - Ela está morta.
   - Hã!?
   - Bem, parece que--
   Ignorei o que a policial falou, e entro dentro da casa. Sangue por grande parte da parede, chão, faca. Ando mais um pouco pela casa com os olhos arregalados.
    Vejo que tem mais manchas de sangue nas paredes, se ligando a uma porta. Meu coração acelera e caminho até a porta. Vejo que tem um papel colado na porta. Um rosto sorridente.
    - Você não pode entrar aí.
Disse um polícial atrás de mim. Mas mesmo assim puxo a maçaneta.
Julia está jogada no chão do quarto. Sua cabeça está toda machucada, parece que tinha sofrido diversos golpes na cabeça. E com sangue, escreveram no chão, parede, e teto.

Segredos não podem ser contados

Continua....

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