Capítulo 12: Ligações

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   Não olhei pra trás o caminho todo, estava atormentado completamente pelo o que tinha acontecido.
- O que aconteceu lá dentro Lucas? - Perguntou Davi.
- O bicho que o pai viu no cercado das cabras estava dentro de casa!
- O quê?
Davi estava com a voz trêmula também. Aquela gargalhada não saía da minha cabeça, eu tentava pensar em algo mas sempre terminava com aquela gargalhada no final.
Foi um longo caminho até a cada de Marcos, mas pelo menos cheguei bem, mas foi por um triz. Davi me deixou na frente da cada de Marcos, logo em seguida o próprio Marcos saiu pela porta da frente e disse:
- Oi Lucas! - Disse ele acenando pra mim.
- Oi! - Disse com uma voz baixa, pois ainda estava assustado com aquilo que aconteceu.
Entrei na casa dele, a casa de Marcos era bem grande, suas paredes eram da cor verde e o chão com uma cerâmica branca.
- Olá! - Disse a mãe de Marcos.
Conversamos por uns minutos, a mãe de Marcos era bem legal, ela possuía a mesma personalidade de Marcos em vários aspectos, otimismo, teimosia, e gostava de conversar bastante, seu nome era Auri. Marcos arrumou o quarto para que nós fôssemos dormir.
- Você dorme cedo? - Perguntou Marcos
- Mais ou menos! - Respondi.
- Eu costumo dormir bem cedo na verdade.
E isso era verdade, pois apenas 7 horas da noite Marcos já estava sonolento. A mãe de Marcos disse Boa noite e fechou a porta, mas eu não estava com sono, assim que fechava os olhos eu lembrava daquela criatura. Peguei meu celular e comecei a mexer nele, o tempo foi passando e já era 11:57 da noite, o sono finalmente veio e fui deitar.
- Eu te observo! - Disse Marcos enquanto dormia.
- O quê!? - Respondi assustado.
Marcos era sonâmbulo, uma coisa que eu não sabia, mas aquela frase que ele disse me assustou muito. Nesse momento o meu celular tocou, era um número desconhecido, apenas ignorei e desliguei. Perdi o sono depois do susto, levantei pra beber água pensando sobre o que Marcos tinha falado, a mesma frase que estava no caderno. Meu celular tocou novamente, mas desta vez quando fui desligar, ela atendeu sozinho, me espantei, mas decidi ouvir quem estava no outro lado da linha, coloquei o celular no ouvido e tentei escutar alguma coisa, mas não ouvi nada, apenas uns barulhos estranhos. Desliguei logo em seguida e fui deitar.
Mas meu celular tocou de novo umas horas depois, por volta das 2 horas da manhã, ele atendeu sozinho, decido não escutar nada, mas acabo escutando bem baixo um grito no outro lado da linha, me toquei na hora o que estava rolando e desliguei meu celular, toda ligação que eu recebia eu desligava ignorando os pedidos de socorro e gritos no outro lado da linha. Mas depois recebi uma mensagem do mesmo número que estava me ligando, "Você me vê?", era o que estava escrito na mensagem.
Senti um grande calafrio e uma sensação de alguém estava me observando de algum lugar, decidi acordar Marcos, assim que o acordei contei o que tinha acontecido, ele ficou meio na dúvida no que devia fazer, provavelmente ele estava pensando que eu estava pregando uma peça nele, mas quando mostrei a mensagem pra ele, ele acreditou. Nós dois fomos acordar a mãe de Marcos, mas por algum motivo, a porta de Auri não estava abrindo, estava trancada, mas não adiantava bater na porta, ela não abria, parece que não estava ouvindo. Nessa hora, recebi outra mensagem escrito "Você me vê?".
- Vamos entrar no quarto rápido! - Eu Disse.
- Por que? - Repondeu Marcos.
Corremos e entramos no quarto e trocamos a porta.
- O que será que é isso? - Perguntou Marcos enchendo seus olhos de lágrimas.
- Não faço ideia.
Ouvimos alguém bater na porta.
- Mãe? - Marcos falou.
- Sou eu Sim, por que estavam batendo na porta do meu quarto? - Auri respondeu do outro lado da porta. - Vocês estão bem?
Fui abrir a porta pra ela, mas Marcos me parou.
- A senhora está bem? - Ele disse.
- Estou! - Auri respondeu.
Não entendi o que Marcos tinha falado, a mãe dele parecia muito bem pra mim, mas ele sussurrou pra mim dizendo que a voz de sua mãe parecia diferente, parecia que estava forçando a voz, arregalei os olhos e tirei a mão de perto da maçaneta.
Marcos me olhou com medo e falou logo em seguida com sua "mãe".
- Mãe, você pode me responder uma coisa?
- Claro, o quê?
- Em que mão e dedo você coloca seu anel de noivado?
- Na mão esquerda no dedo anelar!
Nesse momento Marcos me puxou pro meio do quarto e falou com a voz trêmula:
- Essa não é minha mãe!
- Por que!?
- Minha mãe não usa anel de noivado.

Continua....

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