Capítulo 11: Cabra-cega

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  Entrei em pânico e comecei a gritar, mas naquela altura, Davi já devia estar longe de Casa. Tentei pegar meu celular, mas assim que fiz isso, escutei  alguns sons estranhos vindo da cozinha, pareciam passos.
   Meu coração estava na boca e por causa do pânico, não consegui pegar meu celular, ele não estava comigo, parece que esqueci ele em meu quarto. Tentei ir para meu quarto naquela escuridão o mais rápido possível, estava muito escuro, tive que ir tateando até chegar lá, mas foi quando que aquele som de passos ficaram mais altos, e comecei a escutar um assobio, o mesmo assobio que ouvi quando estava no cercado das cabras com meu pai.
   Abri a porta rapidamente, e com dificuldade achei meu guarda roupa. Entrei dentro dele e deixei apenas uma beirada da porta aberta para tentar ver alguma coisa, meus olhos começaram a se acostumar com a escuridão, e o som de passos continuava, agora estava na sala, é Parecia que que estava tentando abrir a porta do depósito. Coloquei a mão na minha boca tentando não fazer barulho, mas a cada segundo que passava, mais eu queria gritar.
   - Lucaaaaaaas!
Uma voz com um tom infantil disse, quase sussurrando e cantarolando. Com toda certeza aquilo estava no depósito. Então aquilo começou a andar novamente saindo do depósito em direção ao meu quarto assobiando. ouvi a porta se abrindo, e foi aí que percebi que os sons de passos que eu estava ouvindo, era na verdade sons de cascos, era como se um animal estivesse andando pela minha casa me procurando.
   Aquela coisa andou pelo meu quarto enquanto assobiava, e pela brecha da porta eu pude ver dois pares de chifres, aquilo andou um pouco e voltou pela porta, e vi meu celular em cima da minha cama, esperei aquilo ficar longe, e saí do guarda roupa lentamente e peguei meu celular e tentei voltar para dentro do guarda roupa, mas meu celular tocou, era Davi me ligando, provavelmente pra saber o motivo de eu estar demorando tanto, o toque do celular atraiu aquele bicho, pois ouvi uns sons de cascos rápido em direção do quarto, corri para atrás da porta e aquilo entrou em seguida e começou a me  procurar, rapidamente corri e fechei a porta e tranquei, corri para dentro do quarto de meus pais, era cômodo que pensei na hora. Não pensei muito na hora, então corri pra debaixo da cama e mandei uma mensagem para Davi, mas escutei o som da porta se abrindo junto com passos em minha direção, e depois foi um silêncio total, mas foi quebrado quando eu escutei um sussurro no meu ouvido:
   - Achei você!
   Gritei e tentei correr mas aquilo me pegou pelas minhas pernas e começou a me puxar para algum lugar, enquanto soltava gargalhadas. Mas mesa hora Davi bateu na porta e abriu ela e a luz entrou em Casa, imediatamente aquilo parou de me puxar e sumiu. Comecei a chorar e Davi me pegou e levou para fora.
   - O que foi??? - Disse Davi com a voz asustada.
   - Tem alguma coisa lá dentro! - Eu Disse com a voz trêmula.
Olhamos pra casa e vimos uma coisa na janela, um bicho igual ao que meu pai descreveu, ele encarou a gente e acenou para nós.

Estávamos encarando a casa e eu não tive coragem de voltar e pegar minhas coisas dentro de Casa, nem Davi, no fim, eu e Davi entramos rapidamente em casa e pegamos minhas coisas e saímos. Enquanto estava andando depressa, olhei para trás e vi nosso gato na frente da varanda me encarando.

Continua.....
 

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