Capítulo 31: Tormento

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    - Davi!?
Estico minhas mãos para tentar ajudá-lo, mas assim que minhas mãos chegaram perto dele, Davi começou a soltar grunhidos, como gritos, mas estava com a fita em sua boca.
     - Sou eu, Davi!
Mas nada consegue acalmar ele, percebi que estou segurando algo em minha mão esquerda. Uma faca.
Deixo escapar um pequeno grito enquanto a faca cai no chão. Davi parece mais agitado ainda. Tento alinhar as situações. Saio do carro um pouco tonto, mas assim que Saio, escuto em meus ouvidos, uma risada baixa, era como se debochasse da situação.
     Olho para trás, procurando a fonte daquela risada, mas nada. Tento pegar meu celular nos bolsos, mas o que eu acho é apenas um pedaço de papel dobrado. Abro ele, e vejo um rosto sorridente. Isso me trás memórias terríveis. Rasgo o papel e jogo fora, tento abrir a porta do passageiro em que Davi está amarrado. Por uma fração de segundos, vejo meu reflexo no vidro, meus olhos, são iguais as de um gato.
Esfrego minhas mãos nos olhos e volto a ver meu reflexo. Normal, pelo menos estava nesse momento. Abro a porta do passageiro, puxo Davi, que está tentando se soltar de uma forma desesperadora. Assim que desamarro seus braços, sinto um soco no meu rosto que me faz cair pra trás.
    - Seu desgraçado!
Gritou Davi se preparando para me dar outro soco.
     - Espera!
Um chute em meu estômago me faz perder toda minha força. Davi entra dentro do carro e pega a faca. Com as forças que ainda me restam, levanto e seguro Davi pelo braço.
    - Davi, Sou eu.
    - Me solta!
Ele entra na parte do motorista e tenta pegar a faca, pelo ele pelo pescoço e o tiro de dentro do carro e pego a faca.
Davi tenta correr, mas está mancando, então vejo que suas pernas estão cortadas.
     - Davi, eu não vou te machucar!
Ele me ignora e continua a correr.
Entro dentro do carro e ligo ele, dirijo em sua direção. Fico em sua frente e saio do carro.
    - Ei, eu não sou ele.
    - O quê?
    - Eu sou o Lucas de Verdade. Não vou te machucar.
    - Como prova que não está mentindo?
Pego a faca e jogo ela fora.
     - Tá vendo?
     - Só porque fez isso não significa que ganhou minha confiança.
     - Então como você quer que eu prove?
Davi começa a agir estranho. Parece estar bêbado.
    - Davi?
Ele cai para trás desmaiado. Corro em sua direção e vejo que sua perna está sangrando muito. Coloco ele dentro do carro depressa tento reconhecer o lugar onde estamos para ir para casa. Olho no Google maps.
    - Graças a Deus não estou muito longe.
Falo sozinho enquanto estou ligando o carro.
No caminho de casa, olho sempre para o banco de trás, não queria de jeito nenhum que Davi acordasse e tentasse me enforcar com o cinto. Estou na metade do caminho, quando do nada atropelo algo na estrada, algo invisível. Não tinha nada ali, impossível. Estava de dia ainda, não estou com nenhum problema na visão. Desço do carro para ver o que atropelei. Seja lá o que foi, não vi a tempo, aquela coisa correu para dentro do mato. Assim que ia voltar para dentro do carro, vejo uma silhueta de algo dentro da mata ao meu redor, era algo magro, estava agachado. Sinto um arrepio na espinha e volto e ligo o carro e saio dali o mais rápido.

Estou em casa, finalmente. Entro em casa com Davi ainda desmaiado.
    - Anna!
Grito.
    - Lucas? Onde vocês estavam?
Anna surgi na janela do 2° andar.
    - Me Ajuda rápido!
    - Meu Deus! O que aconteceu?
    - Não dá tempo, me ajuda com essas feridas, rápido.
    - Tá bom.
Anna pegou os primeiros socorros que a gente tinha, e começou a Enfaixar as pernas dele.
    - Por que não levou ele direto para a Clínica?
    - Não podia.
    - Por quê?
    - Ele ia dizer que eu tinha feito isso.
    - Hã?
    - Anna, ele voltou.
    - O quê? Impossível, nem moramos naquela casa a mais de 10 anos. Por que isso ia voltar agora?
    - Eu não sei.
    - Mas porque você acha isso?
    - Estava dormindo, então acordei no meio de uma estrada. E Davi estava amarrado no banco de trás.
Eu Juro, que não fui Eu.
    - Tecnicamente foi.
Eu não sei o que faço, nada tinha acontecido. Por que isso de novo?
    - E o que você vai fazer?
    - Eu não sei.
Nesse momento, meu celular recebe uma mensagem.

" A brincadeira nunca termina :) "

Era essa a mensagem. Encaro Anna, e desligo o celular.
   - Quem era?
   - Ninguém.
   - Lucas, o que você está escondendo?
   - Eu preciso resolver uma coisa.
Saio pela porta e vou na direção do carro enquanto Anna grita meu nome.
Eu tento ignorar ela. Ligo o carro.
    - Eu volto até o almoço.
    - Onde você vai?
Não respondo e saio.
Nesse momento estou na estrada em direção da cidade onde tudo ocorreu, eu estou voltando para o inferno, para aquele lugar.

Continua....

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