Capítulo 34: Sem respostas

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     - Foi esse cenário que vimos quando chegamos aqui.
Disse a policial chegando logo atrás de mim.
     Estava completamente assustado. Sabia o que provavelmente tinha feito aquilo, só não queria acreditar. Caminhei até o corpo de Julia. Peguei o seu pulso lentamente. Precisava confirmar uma coisa. Sua camisa de flor tem uma manga que cobre o pulso, então retiro ela. E como eu esperava, uma cicatriz de um rosto sorridente no pulso dela.
Então era isso, Julia era fantoche desse demônio, o tempo todo. Respiro com tô de raiva e decepção enquanto coloco sua manga em seu pulso novamente.
    - Com licença, Senhor.
Disse a policial.
    - Sim?
    - Eu preciso ter uma conversa séria com você.
    - Tudo bem.
Depois disso, fui levado a uma delegacia próxima e fui "interrogado". Fizeram perguntas sobre se eu sabia se Julia sofria algum tipo de transtorno ou usava algum tipo de droga, depois perguntaram Se eu era daqui. Obviamente eu devia ser um dos suspeitos de ter matado Julia.
      Me deixaram ir embora. Peguei meu celular e vi que tinha umas 8 ligações perdidas de Anna. Mandei mensagem e disse que logo logo estaria lá em casa. A notícia do assassinato de Julia já tinha se espalhado. Tinha várias pessoas em frente da casa dela e alguns jornalistas também. Alguns tentaram até falar comigo, mas ignorei e fui em frente em direção de minha casa. Minha viagem até essa cidade foi em vão. Minha única fonte de informações era Julia, agora ela está morta. No final das contas, essa coisa só está brincando comigo. Usava Julia como seu fantoche e depois a aniquilou friamente.
     Julia com certeza achou a Cabana muito antes de todo mundo. E de algum jeito, foi usada como sacrifício. Desenharam um rosto sorridente em seu pulso e a tornaram uma fantoche. Como quase fizeram comigo, mas apenas desenharam um círculo antes de serem interrompidos. Talvez essa seja a única explicação pra essa coisa só ter me possuído quando eu estava dormindo, é porque eles não desenharam o rosto inteiro. Só de pensar que Julia sabia de tudo o tempo todo me deixava muito irritado. Ela sabia quem era Miguel Sousa, sabia sobre a cabana, sabia sobre os nomes, sabia os rostos sorridentes. E com toda certeza sabia sobre Felipe. Pois nunca acharam seu corpo, apenas sua mão. A outra está enterrada no meu quintal desde aquele tempo.
     Antes de sair da cidade, peguei meu celular e vi algumas notícias sobre a minha antiga casa na Fazenda, e descobri que os acontecimentos macabros nunca pararam.

2022
Um homem de 57 anos se muda para a fazenda. Depois de duas semanas morando lá, começou a relatar para moradores locais que tinha algo grande dentro da mata que estava matando as cabras da fazenda. Alguns dias depois foi encontrado apenas restos mortais dele dentro de sua casa. Nunca encontraram o responsável.

2022
No mesmo ano, uma família se muda para a fazenda. E um mês Depois, vizinhos alertaram as autoridades sobre alguns gritos vindos da mata. Depois de uma investigação, encontraram a mãe e o pai mortos, amarrados de ponta cabeça, sem seus braços. E o filho foi encontrando com vida, mas com ferimentos graves de espancamento. Mas infelizmente morreu a caminho do hospital.

2025
Um casal e uma filha de 16 anos foram morar na Fazenda. Mas com apenas 3 dias morando na casa, os pai foi encontrado enforcado no banheiro. A mãe, foi encontrada enforcada no quarto. E a filha, enforcada na sala. Sem nenhuma explicação, os três cometeram suicídio na casa.

     Essas foram as notícias que vi. Guardei meu celular no bolso. Entro dentro do carro, e saio da cidade.
Fico pensando sobre Julia e seu assassinato. Eu lembro bem que aquilo não pode matar ninguém, mas usa pessoas para matar por ele. Se isso for verdade, tem outro possuído na cidade. Pensando nisso, acelero o carro. Mesmo se eu descobrir quem era esse possível possuído, ele pode ser executado, igual ao que aconteceu com ela. E não podia fazer nada a respeito, aquilo não para.
Anna me liga outra vez. Tento atender. Mas não consigo. Não sabia o que dizer pra ela naquele momento. Então desliguei o telefone. Depois de um tempo, uma mensagem cai no meu celular. Vejo o que está escrito.

                          :)

Pego meu celular, retiro a bateria e jogo fora pela janela. Não queria manter o contado com essa coisa. Não queria correr o risco.

Continua...

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