Capítulo 32: De volta

3.7K 337 70
                                    

Depois de algum tempo dirigindo, vejo a placa de Bem vindo da cidade. Memórias passam pela minha cabeça, A fazenda, A Cabana, O caderno..etc.
Entro na cidade e vejo que nada mudou, apenas algumas construções. O motivo para eu ter voltado, era para confirmar uma coisa. Depois do acontecimento do carro, não tenho dúvida. Passo em frente da minha antiga escola, e lembro quando tinha conhecido todo mundo. Marcos, Felipe, Rose... e Julia. Entro na estrada de asfalto para minha antiga casa, uma sensação estranha percorre em mim, estar de volta a um ligar depois de 10 anos, é assustador. Vejo algo a frente na estrada. Placas de pare.
- O quê Diabos é isso?
Pensei. As placas de pare estavam interferindo o caminho. Mas não me dei convencido, estacionei o carro no canto da estrada e passei pelas placas.
Vejo minha casa. Lar, doce lar. Observo ela de frente, está abandonada. Não sabia se outras pessoas vieram morar aqui depois de mim. Antes de me virar e entrar na mata, vejo uma coisa na porta da frente. Me aproximo e vejo que é um papel, um rosto sorridente. Arranco ele e vejo que tem algo escrito atrás dele. " Estava a sua espera. "
Rasgo o papel e saio. Entrei na mata procurando a Cabana, precisava ter certeza de algo muito importante. Não lembro nada do local. E quando Vejo, estou perdido no meio daquela mata. Mas percebo algo, começo a conhecer o local. Com pouquíssima memória, tento acompanhar o caminho que me recordo. Ali está ela.
A cabana.
Caminho até ela rapidamente, não mudou nada, apenas a madeira ficou bem mais podre. Subi as escadas e olho para o chão. O que um dia já foram os nomes escritos Ali, não existem mais. Mas tem um, ainda é bem legível. Parecer que foi escrito recentemente. Era meu nome.
Como eu suspeitava. Esses acontecimentos do nada acontecendo comigo tinha que ter uma explicação. Eu saí dessa cidade sabendo de toda a verdade dessa casa, mas alguém ainda estava escrevendo os nomes dos sacrifícios na cabana. Quem?
Saio da cabana o mais rápido possível. Corro para chegar ao meu carro. Mas acabei cansando no meio do caminho. Minha memória era bem pouca, mas vendo o ambiente, difícil é esquecer esse local. Olhando ao redor, lembro de algumas brincadeiras que fiz enquanto meus amigos eram vivos.
- A cápsula do tempo.
Penso assim que lembro da árvore onde enterramos ela. Não sei se alguém pegou. Cheguei na árvore que julgava ser a certa, e comecei a cavar. Uma caixa. Abro ela com uma emoção enorme. Abro ela e vejo um monte de tralhas que eu, Julia e Rose tínhamos colocado dentro. Vejo uma boneca e uma foto de Rose, Dois reias e um álbum de figurinhas. E um papel escrito. Tinha várias frases escritas nele. " Olá Rose do futuro, queria saber como eu vou estar aí no futuro hahaha, como vai?"
" Oi, aqui é a Julia. Não sei o que escrever, então até o futuro."
" Oi, quem escreveu foi o Lucas, espero que todos nós abram essa caixa no futuro, e que estejam Bem."

Essas frases doeram no coração, estava no papel, junto com as frases, desenhos que nós três fizemos. Tinha várias coisas. Bonecos palitos, borboletas, alguns olhos, etc.
Depois de ver a cápsula do tempo, fui para meu carro, e fui em direção da cidade. Não tinha mais o número de Julia. E eu precisava falar com ela. Cheguei na rua onde ela morava. Batendo em algumas portas, e pedindo informação, finalmente achei.
Respiro fundo e bato na porta.
- Já vai.
Uma voz irreconhecível e ao mesmo tempo, conhecida.
Uma mulher abre a porta. Cabelo liso, alta, usava uma camisa de flor e um short jeans.
- Sim?
- Olá, Bom dia.
- Bom dia, quem é?
- O seu nome é Julia?
- Sim, por quê?
- Porque eu sou Lucas, você lembra de mim?
Aquela mulher arregala os olhos.
- Lucas!?
Dou um sorriso forçado.
- A quanto tempo cara.
Julia continua.
- Mas como eu sei mesmo que você é Lucas mesmo?
- Eu sou o cara que morava na Fazenda.
- É você mesmo!
Não foi bem convincente, mas Julia parecia me reconhecer, mas acho que não.
- Entre.
- Não, estou bem aqui.
- Eu faço questão.
Eu entro na casa de Julia. Sua casa era bem espaçosa. Ela me deixa na sala e vai na cozinha e trás duas cervejas.
- O quê trás você aqui?
- Bem, algumas coisas não terminadas.
- Como assim?
- Outra hora eu falo para você.
- Não me deixe curiosa.
- Não é de propósito.
Tomo um gole da latinha de cerveja.
- Como está a vida?
- Ela anda bem.
Pelo menos, andava.
- Teve alguns problemas.
- E que vida não tem?
Nós dois sorrimos.
- Faz tempo que não tenho uma conversa assim.
- Nem eu.
- Qual é o problema que faz você vir aqui nesse fim de mundo?
- Bem, é um assunto bem sério.
- E o que seria? - Posso saber?
- Eu ia pedir uma informação, ou talvez mais.
- Pode falar.
- Você lembra quando nosso grupo de amigos encontrou a Cabana pela primeira vez?
- Lembro muito bem.
- Quem bom. - E você lembra o que nós achamos alguns papéis na Floresta?
- Sim.
Fico em Silêncio.
- Pra quê as perguntas?
- Julia.
- Sim?
- Foi você que desenhou aqueles olhos, não é?

Continua...

Sorria, você está sendo Observado Where stories live. Discover now