A Proposta

1.5K 191 104
                                    

DOIS ANOS E SETE MESES ATRÁS

Wanda Maximoff

Eventualmente Natasha teve que ir embora, houve um momento em que seu celular não parava de tocar e foi impossível para ela permanecer aqui. Eu não gostava mais de estar sozinha, a presença dela me acalmava e me fazia sentir protegida, mas sei que sua vida vai muito além disso.

Essa ciência não evitava que eu me sentisse sozinha quando ela partia. Era um pouco assustador para falar a verdade, como se no momento em que ela se vai, o mundo parece perigoso e traiçoeiro novamente.

O dia havia sido tão longo que tudo o que eu queria era me enrolar em uma bola confortável sobre a minha cama macia e não ter que levantar até amanhã, mas o meu desejo hoje não seria concebido porque eu tinha que enfrentar Zemo e uma noite pesada de trabalho.

Quando cheguei ao bar estava tranquilo, poucos clientes e meu chefe rabugento não estava à vista. Cumprimentei alguns colegas de trabalho e fui em direção ao banheiro para terminar de colocar o uniforme, mas a voz de Zemo me parou antes disso.

- Wanda, venha até aqui! -ele não parecia de bom humor, mas isso já era algo que eu esperava.

- Zemo eu sinto muito por tudo que aconteceu ontem. -lamentei antes mesmo que pudesse me aproximar totalmente. - Eu juro que não vai se repetir.

- Oh, eu sei que não vai. -ele sorriu falsamente para mim. - Você está demitida!

- O que? Por quê? -perguntei incrédula. - Você está me demitindo porque eu passei mal?

- Não posso lidar com funcionários doentes, Wanda. Além disso, o jeito que a sua namoradinha me tratou não foi nada agradável. -ele me olhou com desdém e se virou. - Saia do meu bar, eu não quero vê-la.

- Zemo, por favor. -implorei enquanto ele se afastava. - Eu preciso muito desse emprego.

É claro que minhas palavras sequer foram ouvidas por ele, deixando o posicionamento muito claro sobre a minha súplica. Tentei raciocinar rapidamente, pensando no que eu faria agora, num plano B, mas minha mente ficou um vazio total.

Peguei o metrô de volta, rezando baixinho para que o desespero me atingisse somente quando eu estivesse no conforto do meu lar. Eu só precisava de um lugar tranquilo para chorar.

Já em casa, parei para avaliar a minha situação: Grávida de gêmeos, o genitor dos meus filhos é um grande idiota, desempregada, imigrante ilegal. Era difícil não achar que o fundo do poço estava me dando oi, não tinha como nada disso piorar.

- Nós vamos dar um jeito nisso, vocês estão me ouvindo? -acariciei minha barriga com delicadeza, tentando transmitir para aqueles pequenos seres que habitavam ali todo o amor e força que eles me faziam sentir. - Nós três contra o mundo.

Algumas horas depois eu estava distraída, me sentindo cansada emocionalmente e fisicamente também, minhas pernas sobre a mesinha de centro em frente ao sofá e A Feiticeira passando na TV, quando duas batidas na porta me deixaram em alerta.

O olho mágico me mostrou Natasha do outro lado, parecendo ansiosa e preocupada. Abri sem pensar duas vezes e logo seus belos olhos azuis estavam me encarando.

- Oi. -ela sorriu, me avaliando minuciosamente com o olhar. - Passei no bar pra dar uma carona e você não estava lá. Jon disse que você tinha vindo embora cedo.

- Zemo me demitiu. -dei de ombros como se aquilo não fosse nada, ainda que fosse muita coisa.

- Eu sinto muito, Wanda. -seus braços me envolveram no mesmo instante e, automaticamente, me senti protegida.

Misery Loves CompanyWhere stories live. Discover now