Construindo

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WANDA MAXIMOFF

2 ANOS E 3 MESES ATRÁS

Natasha me lançou um olhar assustado, tentando saber se o que eu dizia era realmente verdade.

- Certo, vamos ver se eu entendi. -ela disse com cuidado. - Você quer comer salame com iogurte de morango? Tem certeza?

- Natasha não me olhe com essa cara. -repreendi, metade brava e metade brincalhona. - Acho que o que dizem sobre grávidas terem desejos estranhos não era mentira.

- Não, acho que não era. -ela continuou me olhando confusa.

Estávamos na cozinha preparando o jantar, a princípio Nat e eu iríamos cozinhar um macarrão ao molho branco, mas no meio do processo minha boca simplesmente começou a salivar imaginando a mistura de iogurte de morango com salame.

Eu nunca fui fã de salame, não me lembro de ter comido nos últimos 5 ou 10 anos, mas aparentemente isso iria mudar agora.

- Eu vou até o mercado mais próximo comprar o que preciso. -o desejo parecia que não iria passar, então era a opção mais sensata.

- Não, você fica aqui, cuidando do nosso jantar e eu vou comprar o bendito salame. -Ela se aproximou de mim, que estava agora sentada na bancada de mármore da cozinha. - Não deixe nada queimar, certo? Volto em alguns minutos.

Natasha já estava se afastando quando puxei seu braço pra que ela voltasse para perto de mim. Num primeiro momento ela pareceu assustada, mas logo seu corpo derreteu quando envolvi meus braços e pernas em torno dela, trazendo sua boca para a minha em um beijo longo, molhado e sedutor.

- Você é a melhor esposa do mundo. -sorri ainda com a boca colada na sua. - Agora vai!

Desci da bancada com cuidado quando ela se foi, olhando os preparativos no nosso jantar, tentando fazer com que tudo ficasse perfeito. Geralmente jantávamos juntas, mas raramente cozinhávamos porque eu estava quase sempre me sentindo indisposta e Natasha não gostava de me deixar sozinha quando estava em casa.

Depois da consulta com a Dra. Sho ela tinha ficado ainda mais cuidadosa, algumas vezes era quase sufocante, confesso, mas nunca invasivo. Cada gesto, cada palavra, cada ação dela vinha carregado de cuidado e isso me deixava completamente arrebatada pela forma como minha mulher me tratava.

Muitos minutos depois Natasha estava de volta, suas roupas estavam um pouco úmidas e eu nem tinha me dado conta que estava chovendo lá fora. Ela sorriu pra mim no momento que entrou na cozinha, algumas sacolas em suas mãos, o cabelo jogado para o lado em uma bagunça incrivelmente linda.

- Agora temos estoque de salame para um mês inteiro. -ela disse animada, caminhando até mim e colocando as sacolas sobre a bancada. - Você continua cuidando do jantar e eu vou cortar o salame.

Trabalhei para finalizar o molho, mexi na panela, apagando o fogo logo em seguida. Quando me virei, minha incrível e maravilhosa esposa estava cortando o salame concentrada, diversas garrafinhas de iogurte alinhadas ao lado da bagunça.

- Acho que isso é o suficiente. -disse me aproximando dela, a abraçando por trás e deixando meu queixo descansar em seu ombro.

- Então você pode devorar sua combinação estranha de comida, vou colocar uma roupa seca e quente enquanto isso e volto para jantarmos.

Deixei que ela fosse e então encarei o prato de salame que estava ali. Minha boca salivava como nunca antes na vida, como se aquilo fosse a melhor coisa de todo o mundo. Abri o iogurte, não sabendo ao certo o que viria primeiro, mas decidi que o salame talvez fosse o principal.

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