Quebradas

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NOTAS INICIAS: Esse capítulo tem uma música que me inspirou a escrever ele e a fic, vou deixar aqui caso alguém queira ouvir.

Broken Strings - James Morrinson & Nelly Furtado

NATASHA ROMANOFF
2 ANOS E 2 MESES ATRÁS...

Já tinha algum tempo desde que Dra. Cho havia saído, eu ainda tentava conversar com Wanda, mas era difícil encontrar as palavras certas quando ela me olhava daquele jeito.

Busquei sua mão, desesperada por senti-la, desesperada para que ela me sentisse também, mas quando sua pele sentiu meu toque, ela o afastou como se ele a queimasse.

- Wanda, eu sinto muito. -chorei, porque eu realmente sentia e não era algo que pudesse voltar atrás. - Foi... eu não não pude fazer nada.

- Eram os meus filhos, Natasha! -o tom acusatório em que aquela frase saiu me cortou em milhões de pedaços diferentes. - Eles não tiveram a chance de viver.

- Nossos, eram os nossos filhos. -afirmei com convicção, porque era assim que eu sentia. - Eu não poderia perder você. Como eu faria isso sem você?

Naquele momento eu rezei tanto para que fosse apenas um pesadelo, pra que eu acordasse e as coisas estivessem bem, para que nossos planos ainda estivessem em curso e nossa família intacta.

Por que tinha que ser assim? Porque tinha que haver uma escolha?

- Eu não quero viver em um mundo onde não os tenho. -ela sussurrou em um choro dolorido. - Os meus filhos eram a melhor parte de mim.

Tentei tocar nela novamente, mais mais uma vez ela se afastou. Olhei por alguns instantes minha mão ali, pendida no ar, de repente eram apenas os seus filhos, de repente Wanda me fazia sentir intoxicante para ela.

De repente eu voltei a ser aquela menininha assustada fugindo de toda a dor. Nem todas as porradas que Alexei me deu durante toda a vida doeram tanto. Nem mesmo quando deixei toda minha família para trás eu me senti tão sozinha quanto naquele momento.

- É melhor deixar você sozinha por um minuto.-talvez aquela não fosse a melhor opção, mas o ar se mostrava asfixiante ali dentro. Eu precisava sair.

Quase corri para fora do quarto, e ainda assim não conseguia respirar. Forcei minhas pernas a continuarem andando, tentando tirar aquele sentimento angustiante de vazio de dentro de mim.

Era só um momento, tentei convencer a mim mesma. Wanda estava se recuperando, seus sentimentos estavam alterados e ela ainda se encontrava totalmente abalada. Não é fácil, eu bem sabia que não era, ela voltaria a si. Ela entenderia o que eu tinha feito.

Ela precisava entender.

Eu os amava, os amei com cada fibra do meu corpo e teria dado a minha vida por eles se fosse possível, se tivesse me sido dada a opção. Wanda tinha que saber isso, ela tinha que sentir. Ela viu o meu amor por eles nascer no momento em que soube da sua chegada.

Ela entenderia.

E foi com esse pensamento que comecei a fazer o caminho de volta. Mais de uma hora havia se passado, talvez fosse tempo o suficiente. E mesmo que não tivesse sido, eu diria a ela, eu diria a ela quantas vezes fosse necessário até ela entender.

Quando entrei no quarto novamente, Peggy estava parada ao lado de Wanda, elas conversavam baixinho, quase em confidência em confidência e aquilo pareceu tão estranho .

Misery Loves CompanyWhere stories live. Discover now