Pouco A Pouco

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WANDA MAXIMOFF

Natasha cessou todos os movimentos bruscamente e me encarou com olhos arregalados e uma expressão de pânico no rosto.

- O que você acabou de dizer?-de repente ela ficou tão inquieta em baixo de mim, que tive que levantar.

- Natasha, respira. -pedi quando ela se levantou também. - Tá tudo bem?

- Não...-houve uma pequena pausa e então ela continuou em seguida. - Eu acho que preciso ir.

Eu não queria assusta-la, então não rebati. Não era minha intenção deixar escapar assim, mas também não queria esconder o que sentia.

Eu tinha amado Natasha antes mesmo de saber que era amor e esse sentimento foi o que me trouxe de volta, foi o impulso que me fez querer ser melhor, por mim e por ela.

- Tudo bem. -me aproximei devagar, segurando seu rosto em minhas mãos. - Só não foge de novo, eu sei que não tenho direito de exigir nada, mas eu não quero te perder mais uma vez.

- Não vou, só preciso de um tempo pra me adaptar a essas mudanças...-sorri para o seu jeito sério e beijei-a novamente, mesmo sabendo que ela queria sair correndo daqui.

- Que bom, porque eu não pretendo te deixar longe. São anos de saudade acumulada em mim. -me afastei um pouco, dando espaço para ela ir.

Natasha me olhou por alguns segundos antes de caminhar para fora do meu escritório. Sorri porque, mesmo que ela estivesse indo embora, eu podia sentir que aos poucos ela estava se abrindo para mim novamente.

A conexão que tínhamos estava voltando pouco a pouco, me fazendo ficar mais confiante sobre nós.

Darcy entrou pela porta da frente logo que Natasha saiu, as duas se trombando na entrada. A garota de óculos murmurou um "desculpa" que foi completamente ignorado pela minha ex mulher.

Ela me olhou confusa e eu apenas sorri, sabendo que era só o ciúme de Natasha falando mais alto e, mesmo sendo errado, aquilo me deixava feliz.

- Ela me odeia, né? -ela perguntou quando chegou perto de mim. - Quando fui chamada para uma reunião e avisada que seria designada para lidar com os seus negócios, achei que Natasha gostava de mim. Agora? Eu acho que ela só queria me ver longe.

- Ela confia no seu trabalho, Dar. -a tranquilizei. - Talvez o fato de você ter dado em cima de mim não tenha ajudado muito, no entanto.

Ri da cara de desespero dela, era divertido ver o medo passando pelo seu rosto. Darcy e eu havíamos conversado sobre o episódio na festa de Natasha, eu não queria que ela se sentisse mal com aquilo, porque além de minha funcionária, ela tinha se tornado uma boa amiga.

Foi bem mais simples do que esperei, na verdade. A garota era maravilhosa e nunca sequer ultrapassou nenhum limite. A proximidade que tivemos pode ter feito ela confundir algumas coisas, mas tudo estava resolvido agora.

- Meu Deus, ela sabe que eu chamei você para sair? -mais uma vez me peguei rindo do desespero dela. - Wanda a Natasha vai me matar.

- Ei, ei! Calma, ela não sabe. - a tranquilizei. - Embora ela tenha percebido o seu interesse muito antes de mim, ainda na festa da Yelena.

- Em minha defesa, eu achei que o divórcio de vocês era bem resolvido e que era um terreno seguro para pisar. -achei fofo ela tentar se explicar.

- Você não tinha como saber da nossa bagunça, Dar. Fica tranquila! -assegurei. - Vem, vamos trabalhar.

Finalizamos aquele dia com um balanço do mês, que não foi difícil de fazer porque Darcy era realmente maravilhosa e eu estava de muito bom humor. Pensei em ligar para Natasha quando cheguei em casa, mas decidi que daria a ela um tempo maior para assimilar as coisas.

Misery Loves CompanyWo Geschichten leben. Entdecke jetzt