Decisões

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NATASHA ROMANOFF

- Yelena eu preciso que você se concentre para falar. -disse impaciente ouvindo os resmungos do outro lado da linha. - Não consigo entender uma só palavra.

Ela bufou, parecendo frustrada por ter que repetir tudo novamente. Eram quase 1 da manhã e, embora não estivesse dormindo ainda, a ligação me assustou um pouco por conta do horário. Eu nem mesmo havia me dado conta que minha irmã mais nova não estava em casa até aquele momento.

- Wanda e eu estamos em um bar e talvez tenhamos bebido um pouco além do esperado. -meu corpo ficou automaticamente em alerta quando ela mencionou o nome da minha ex-mulher. - Não sei se pegar um Uber nessas condições seria a melhor alternativa...

- Você consegue me mandar o endereço por mensagem? -ela murmurou algo que, mais uma vez, não consegui entender e então desligou.

Levantei da cama com um pulo, não tendo certeza como encontraria as duas agora, mas antes que eu pudesse surtar completamente meu celular notificou uma mensagem de texto de Wanda, que abri prontamente. O endereço estava lá e levei alguns segundos para assimilar onde elas estavam.

Só pode ser uma grande brincadeira.

Estava dirigindo para o local muito conhecido logo em seguida. Eu tentava dizer a mim mesma que aquilo era uma grande coincidência, mas era difícil acreditar que as duas tivessem ido parar naquele bar sem uma razão por trás disso.

Quando finalmente cheguei ao meu destino, as encontrei na mesa que eu costumava ficar enquanto observava Wanda trabalhar no passado e isso deixou claro que não havia a menor possibilidade dessa situação ser algo por acaso.

Chutei todas as memórias para longe, deixando para lidar com o fato de ter voltado ali pela primeira vez em anos no fundo da minha mente. Eu não tinha forças pra arcar com essas emoções agora.

- Irmãzinha! -Yelena pulou em meus braços quando entrei no seu campo de visão, claramente bêbada. - Eu disse à Wanda que você não iria nos deixar na mão, mas ela continuou com a cara emburrada desde que liguei pra você.

Movi um pouco a cabeça para olhar uma Wanda muito bêbada, mas emburrada e de braços cruzados sobre o peito enquanto encarava seu copo de cerveja como se sua vida dependesse daquilo.

- Nós já pedimos a conta, então podemos ir. -minha irmã disse e começou a caminhar de forma trôpega para a saída.

Quando Yelena já estava longe, Wanda finalmente levantou, mas seus pés tropeçaram no nada, meu corpo se movimentando rapidamente para amortecer o impacto que seria de sua queda. Seus olhos me encararam assustados, suas pupilas levemente dilatadas por conta do álcool.

Não dissemos nada porque ela ainda parecia muito brava e aquilo estava começando a ficar um pouco engraçado, me fazendo querer rir da situação, mesmo sabendo que tal ato apenas pioraria o humor da mulher à minha frente.

- Cunhada você se divertiu? -Yelena estava agora próxima a nós novamente quando chegamos onde o carro estava estacionado. - Tira essa tromba da cara, todo mundo sabe que você queria ver a Natasha. Como foi mesmo que você ficou a noite inteira? "A Natasha está bem? "Maria tem aparecido pela mansão?" "Natasha tem conseguido dormir bem durante à noite?"

Eu podia ver que Wanda estava prestas a explodir, então tratei de calar Yelena e colocá-la no banco traseiro do carro. Não demorou muito para que a porta do lado do passageiro fosse aberta, tendo a mulher muito irritada ao meu lado deslizando para dentro, quase caindo novamente no processo.

Resolvi manter o silêncio porque eu não conseguia dizer que situação estava enfrentando aqui, Wanda estava claramente chateada enquanto Yelena parecia totalmente alheia ao que estava acontecendo.

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