Tudo começou com um homem chamado Julio Lucca, motivo dos seus pensamentos impuros mais secretos da jovem Aurora. Uma linda menina de dezenove anos de idade que ficou loucamente deslumbrada por esse homem assim que o vê, foram três vezes para ser ex...
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6 meses depois
Levanto minhas mãos para cima para fazer o ar entrar melhor no meus pulmões, minha aula de boxe tira todas as minhas forças, mas sinceramente é para isso que eu venho, para fazer minha mente parar, para esquecer nem que seja por um segundo de como a vida é fodida, e faz com que as melhores pessoas sofram tanto.
- Calma Julio, respira. - Marcos, meu treinador fala quando quero recomeçar mesmo quase não respirando.
- Não, vamos continuar. - Falo sem fôlego.
- Ei, acho que por hoje já deu. - Ele me olha sério.
- Tá, preciso ir mesmo. - Digo pegando minha bolsa para tomar agua.
- Até mais. - Digo saindo.
- Até, não pira! - Ele fala sorrindo.
Caminho até o meu carro, já sinto todo peso de antes em mim, toda angustia e nervoso. Dirijo até minha casa, no caminho vem a imagem de Aurora deitada naquela cama, como se não existisse vida no corpo dela, nunca tinha presenciado algo que me desse calafrios daquele jeito, chorei como criança, e não conseguia parar, balanço a cabeça tentando afastar essa imagem da minha cabeça.
Chego em casa, ao entrar pela porta vejo meu filho com uma cara péssima, não! Não pode ser! Meu peito já se aperta e sinto que não posso respirar, todos os dias espero essa notícia, todos os dias pode ser o dia, e isso me mata, porém prefiro acordar para mais um dia angustiante do que saber que é o dia.
- Pai. - Arthur fala, sinto seus olhos marejados.
- Ela? Ela se foi? - Pergunto com a voz tremula deixando minha bolsa cair no chão.
- Não, ela não, ele não resistiu, o Matteo se foi. - Arthur fala deixando varias lagrimas cairem, eu não resisto também, se passaram seis meses, seis meses desde os acidente dos dois, e não teve um dia que meu coração não desejasse que os dois acordassem do coma, abraço o meu filho.
- Ah meu Deus Arthur, meus Deus. - Falo o segurando firme.
- Pai, ela vai morrer também não é? Não adianta ter esperança, ele se foi, Deus. - Arthur fala inconsolável.
