CAPÍTULO 11

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— Ana Luiza, vai dormir!

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— Ana Luiza, vai dormir!

Ouço a voz de Lorenzo em meu ouvido, me tratando como uma criança de novo, mesmo após o último momento, nada romântico, que tivemos. O melhor momento em toda minha vida. Estou evitando olhar em seus olhos para não ver arrependimentos neles. Eu queria que fosse diferente, queria poder dormir em paz com a certeza de que ele estaria ao meu lado no despertar e falaríamos sobre o que aconteceu conosco. Declararíamos o que sentimos um pelo outro e então planejaríamos juntos nosso futuro.

Mas, a verdade é que ,pra ele, devo ter sido só mais uma boceta que comeu. Somente mais uma mulher em sua cama maculada pelos pecados que traz em sua vida fria e amargurada. No final, eu não fui diferente das outras que tem. Apenas, devo ter sido a única que fez sexo com ele — pois não ouso dizer que fizemos amor por mais que tenha me tratado com muito carinho e respeito — pela minha insistência.

— O que há, menina? — Mais uma vez sua voz me desperta após suspirar sem nem ter percebido.— Está pensativa outra vez! — Reclama.

— Não é nada! — Ouço bufar. Meu corpo descansa sobre o dele como se fosse minha cama. Uma de suas mãos estão sobre minha bunda, ainda nua do nosso ato, enquanto a outra acarinha meus cabelos lentamente. Parecemos até um casal normal.

— Você sempre diz que não é nada, quando se tem alguma coisa. Fala logo o que é!

— Não é nada, Lorenzo! Eu só...estou pensando em tudo que aconteceu. — Levanto minha cabeça, encarando seus olhos de um azul-esverdeado cristalino. — Você não se arrepende, né?!

— É claro que não! — Assevera, parecendo que o ofendi com minha pergunta.

— Estão porque temos que fingir que não aconteceu nada entre nós? Por que precisa ser só hoje? Uma única vez vai ser pouco, pelo menos pra mim.

— Temos dito! — Encerra ríspido.

— Lorenzo...

— Ana Luiza, já chega! — Esbraveja sentando-se na cama. — Eu lhe disse que não poderíamos ficar juntos...

— Por que se você me quer tanto quanto eu quero você? Por que somos irmãos ou por que você é casado? — O encaro firmemente. — Se esses forem os impedimentos, não tem sentido algum. Somos irmãos por adoção, se eu tirar o seu sobrenome do meu, volto a ser uma pessoa qualquer. Agora, se for porque é casado, poupe-me, você nem gosta da sua mulher. — Termino de falar e sua sobrancelha se ergue pra mim.

— Acha que não gosto de Walkiria? — pergunta.

— Acho não, tenho certeza! Na verdade, eu acho que você não deve gostar de ninguém! Talvez de Pietro, Hilda e de sua mãe, que você nem a chama de mãe. — Falo, não controlando minhas palavras. Seu semblante endurece e temo que volte a ser um ogro comigo outra vez. Mas, não ligo.

— Cale a boca! Você não sabe o que está dizendo.

Ia falar, mas minha boca se abriu e fechou no mesmo instante. Acho que o que disse o magoou. Abaixo minha cabeça envergonhada pela merda que falei, é claro que ele gosta da família, do jeito dele, mas gosta. É protetor com todos, inclusive comigo. Preciso pensar antes de falar.

VINGANÇA MARINO I - (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora