O livro tratará da obsessão de um homem pela busca do cumprimento de uma promessa feita, quando ainda era uma criança de doze anos, ao assistir a morte precoce de seu pai. O menino cresceu com sede de se vingar de cada um que contribuiu para que seu...
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A brisa do inverno corta meu rosto como numa linha bem fina. Como a lâmina de uma faca afiada, navalhando o algodão macio. É assim que sinto. Desde o primeiro beijo que Lincoln me deu e eu correspondi, sinto que perdi alguma coisa. Como se fosse muito óbvio o que ele queria desde o princípio e que apenas eu não havia percebido.
Tem quatro dias que não vejo ou ouço falar de Lorenzo. Desde o dia que saiu irritado do meu quarto, rosnando como animal em desvario, não sinto sua presença. Acredito que tenha ido para uma de suas casas noturnas foder sua puta de luxo ou sua própria cunhada em um de seus muitos apartamentos espalhados por Nova York. Que situação triste a minha!
Tenho andado na rua com Lincoln amedrontada. Nesses dias em que ele foi trabalhar na boate, eu rezei pedindo que Deus o protegesse. Não quero ser culpada por nenhum mal que possa vir a acontecê-lo, pois não merece. Tem me tratado bem, me respeitado, apesar de ver a ansiedade em seus olhos para mais intimidade comigo, não faz nada além do que eu permita. Porém, ainda não estou pronta pra me entregar pra ele. Nem sei se um dia estarei já que até o beijo que lhe dou é pensando em Lorenzo.
- Eu preciso tirar esse homem da minha cabeça! - Falo comigo mesma.
- Não vai conseguir! - Helena entra no meu quarto sorrateiramente me assustando.
- Mas que susto, Lena! Poderia ter batido, né?!
- Mas eu bati! Três vezes! Porém, você está aí pensando no seu mafioso super sexy e estressado que fica toda perdida. Já ligou pra ele? - Pergunta.
- É claro que não! Nem vou ligar. - Suas sobrancelhas se erguem confusa com as minhas palavras.
- Como assim?
- Eu já te contei tudo, Lena. Ele deve estar se fazendo com suas putas numa de suas casas de prostituição. Eu que não vou ficar me humilhando.
- Isso não tem nada a ver com se humilhar, Ana Luiza. Isso tem a ver com pôr as cartas na mesa. Entender o que está acontecendo ao redor e no meio de vocês. Essa história que contou da Walery não desce na minha garganta. Ela mente pra irmã, por que motivo não mentiria pra você também? - Diz parecendo a coisa mais óbvia que existe.
- Quando eu o enfrentei ele não negou que tinha um caso com a tal da Nicole, acha que ele se importaria de esconder a cunhada? - Nem espero que responda. - É claro que não! Lorenzo não se importa com o sentimento de ninguém.
- Eu não acho isso. - Afirma me fazendo revirar os olhos impaciente com sua defesa a ele. - Tá...tudo bem, eu entendo seu ponto de vista! Afinal, Lorenzo é um homem charmoso, sexy que atrai até mulher cega, mas não acredito que faria isso estando com você.
- Esse é o problema, nós não estamos! - Assevero. - Foi só uma foda!
- Uma foda que rendeu um colar feito sobre encomenda como presente de Natal, presente que ele não deu nem pra própria mãe. Acha pouco?
