CAPÍTULO 17

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Um nó enorme fecha minha garganta impedindo que eu respire

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Um nó enorme fecha minha garganta impedindo que eu respire. Sinto-me sufocada no peito e me afogo nas lágrimas que não cessam de meus olhos, embaçando-os me impedindo de enxergar. Acho que desde o princípio eu já não estava enxergando o que estava explícito a minha frente. Lorenzo nunca será meu!

Já faz dez horas que estou deitada na mesma posição na cama. Em posição fetal, largada como um animal que foi posto pra fora pelo seu senhor. Irritada por não ter reagido a desgraçada da Walery, por não ter ido atrás do Lorenzo e ter tirado essa história ainda mais a limpo. Tudo isso me deixou destruída por dentro.

Ela me humilhou! Assim como ele que me tratou como uma mulher qualquer. Eu não sou! Mereço ser amada de verdade por alguém, valorizada. Mas, como posso dizer algo em minha defesa se estou na mesma posição da cunhada que é fodida pelo cunhado?

Somos iguais, nesse sentido. Ele nos fez iguais.

- Droga! Eu não quero me arrepender de nós, Lorenzo! - Digo abafado nas lágrimas para mim mesma.

Por diversas vezes ouvi batidas na porta, vozes de Helena, Pietro, Hilda e até de minha mãe, mas não os atendi. Disse-lhes que estava com cólicas e que ia tomar um remédio pra dormir. Se acreditaram, eu não sei, porém não mais retornaram.

Da minha cama posso ver, através da janela, a escuridão da noite gelada, que nem percebi ter chegado. Meus olhos recaem para a poltrona onde Lorenzo estava a minha espera e é impossível não lembrar de seu olhar frio, impassível e irritado, mais silencioso do que o habitual -já que Lorenzo não é muito de falar- em minha direção. Tremo com essa lembrança.

Que direito ele tem de me oprimir se é ele quem não tem um pingo de escrúpulos?

O homem trai a esposa com a própria cunhada, com as putas das boates que lhe pertencem - uma, acima de todas- e agora até eu entrei nesse clã pervertido que esse homem insensível e imoral criou para si. Como pude ter sido tão ingênua? A vontade que tenho é de me bater com força por isso. Sinto-me suja por saber que posso ter transado com ele após ter fodido a Walery, Nicole ou sei lá quantas outras vagabundas ele venha ter.

Passo a mão pelo meu corpo, angustiada. Lembro-me do nosso momento no hotel na Califórnia, no carro e em seu apartamento, que agora acredito que seja um dos seus refúgios para as mulheres que fode, e penso se ele seria tão cínico assim pra me convencer de que nossa relação, aparentemente tão afetiva e amorosa, fosse verdadeira. Olhar dentro dos meus olhos, enquanto nos amávamos, me fazendo acreditar que eles estavam dizendo o que sua boca jamais irá confessar, foi cruel demais.

Não sou burra. Não vivo num conto de fadas e nem espero pelo príncipe encantado, entretanto eu senti em Lorenzo amor de verdade. Seus toques e beijos eram reais pra mim. Ou foi o que eu queria sentir nele que me enganou?

-Merda! - Esbravejo.

Eu mesma me enganei nessa história toda. Lorenzo nunca demonstrou qualquer afeição por mim. Exceto quando contou sobre meu nascimento em que pude perceber ter sido importante pra ele. Mas, foi só isso! Nada mais tive ou terei dele. Fungo chorosa, perdida na tristeza que me tomou tão prematuramente.

VINGANÇA MARINO I - (Concluído)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora