CAPÍTULO 29

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Olhando através da janela do meu carro, observo o movimento das pessoas do lado de fora

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Olhando através da janela do meu carro, observo o movimento das pessoas do lado de fora. Eu nunca fui muito de me apegar a detalhes da vida, nunca me importei com o que acontecia ao meu redor, desde que o que estivesse acontecendo não causasse algum dano a mim, nunca me preocupei. Até porque, sempre tive o domínio sobre as pessoas e as coisas. Inclusive da minha família.

Talvez algumas pessoas possam dizer que minha frieza me fez ignorar a existência das pessoas que mais se preocupavam comigo, mas não é verdade. Sempre tive o controle do que acontecia com Pietro e Leda. Principalmente, por essa que sei que sofreu e sofre até hoje pela perda do marido, apesar de todas as adversidades. Nunca os deixei, como o capo assim queria. Ele sempre disse que nossa família tinha que estar em primeiro lugar e foi o que eu fiz; e faço.

Entretanto, sei que o afeto de que eles precisavam de mim, não consegui lhes dá. Segui minha vida casado com uma mulher por quem nunca senti nada, nem mesmo amizade, fodi com putas que só me serviram para exorcizar meus demônios, fumei, consumi todos os tipos de drogas, trabalhei e matei..., até que Ana Luiza reapareceu em minha vida, não mais como uma criança, mas como uma linda mulher que me enlouqueceu desde o primeiro olhar.

Por ela, decidi mudar um pouco minha rotina, manias e vontades. Apenas para vê-la feliz. Sua entrega a mim, na primeira vez que nos amamos, foi como um presente que nunca mereci. Vê-la sentir o desejo através dos meus toques e beijos me fez sentir o homem mais poderoso do mundo. Ela me faz querer tentar ser diferente do que eu sou ou me tornei, contudo, nem ela consegue calar a voz na minha consciência que clama por vingança. Quero o sangue daqueles que retiraram de mim tudo que eu tinha de mais importante na minha vida. E vou conseguir!

Hoje, ao me questionar se queria filhos, lembrei-me de uma conversa que tive com o antigo capo, onde ele dizia que nunca se arrependeu de eu ter nascido, mas se eu viesse a morrer por conta do seu ofício, ele se consideraria o pior homem do mundo. Que as maldades que o diabo impunha nas pessoas, não seriam piores que a que impôs a mim, me condenando a uma morte que não merecia.

Não, eu não quero filhos. Não vou aceitar vê-los perecer por causa de uma culpa que é só minha. Só de ter visto no rosto atormentado de Analu o medo durante o ataque, suas lágrimas e temores, apavorada por estar naquela situação, já tenho vontade de atirar em mim mesmo. Não quero ver isso num filho meu.

Todavia, vi em seu rosto a decepção por minha recusa e sei que só concordou comigo por impulso, pois na verdade ela queria questionar e ainda vai, pelo que a conheço, deve estar em casa agora montando um monte de perguntas para quando eu chegar me atormentar. Rio fraco com isso, pois eu adoro o atrevimento daquela menina. Na verdade, eu adoro tudo nela. Cada pedaço do seu lindo corpo, que é agora meu maior vício, reverencio como a deusa que ela é. Espero entrarmos num acordo.

- Senhor, pretende passar em algum lugar antes de irmos? - Tyron me questiona enquanto divago em meus pensamentos.

- Apenas pegar a minha encomenda, depois voltarei para casa. - Digo, olhando a merda do meu telefone pessoal que, pela raiva que senti ao descobrir quem enviou aqueles filhos da puta atrás de mim no shopping, acabei quebrando ao tacar no chão na minha explosão de ira.

VINGANÇA MARINO I - (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora