O livro tratará da obsessão de um homem pela busca do cumprimento de uma promessa feita, quando ainda era uma criança de doze anos, ao assistir a morte precoce de seu pai. O menino cresceu com sede de se vingar de cada um que contribuiu para que seu...
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Apesar de toda preocupação que Lorenzo apresentou ao me ver adoecida, da dedicação que teve quando me banhou e me levou para o hospital exigindo que eu ficasse sozinha numa ala inteira para minha segurança, percebi sua hostilidade quando meu celular tocou na mesa ao lado e o nome de Lincoln brilhou na tela. Ia me esticar para pegar o telefone e atender, mas seu olhar demonstrou que se eu o fizesse, quebraria o aparelho.
Quando minha mãe chegou aqui, ele logo deu um jeito de ir embora. Apesar de tê-lo pedido para ficar comigo, saiu não olhando pra trás. Disse que eu teria a companhia de minha mãe, Pietro e Helena, mas a verdade que ele não sabe é que eu queria a dele aqui.
- Vamos para casa, filha? - Minha mãe me pergunta enquanto divagava em meus pensamentos.
- Já estou de alta?
- Sim, meu bem! Já tem quase três dias que está aqui no hospital. - Sem ter noção do tempo em que estou internada, só pensando em como minha situação irá ficar na casa de Lorenzo, me perco.
- Eu nem percebi que já tinha passado todo esse tempo.
- Você ficou sedada devido às dores que estava sentindo. Lorenzo achou melhor, pois seu estresse e ansiedade podem ter contribuído para sua situação. - Justifica. - Depois que ele foi embora ontem, você voltou a dormir, só acordando à noite.
Lembro que eu e Helena ficamos conversando por um tempo até eu voltar a dormir novamente. Pensei que Lorenzo viria me ver outra vez, mas não. Também não vi Lincoln, apenas uma mensagem de estimas melhoras, contudo achei que ele viria me visitar. Penso se lhe aconteceu alguma coisa. Espero que não!
(...)
Em casa, após ter saído do hospital, procurei por Lorenzo, mas ele não estava. Queria conversar com ele pra poder me sentir em paz com meus pensamentos de uma vez. Walkiria também não estava, contudo é fácil de saber onde ela está já que só vive enfiada nos salões e shoppings da cidade. Por certo, a morte prematura de sua irmã a deixou mais solitária ainda. Eu não sabia que Walery sofria de problemas cardíacos, tão nova. Não pude ir ao enterro, também não faria sentido ir. Parece que foi apenas Walkiria que esteve no mausoléu onde seus restos mortais foram deixados.
- Precisa descansar, amiga! - Helena me ajuda a me acomodar na minha cama.
- Amiga, o que sabe sobre a morte tão estranha de Walery? - Seu rosto não demonstra confusão a minha pergunta.
- Sei que ela estava horrível. Parece que não puderam abrir o caixão. - Responde.
- Não estou dizendo isso! Estou falando sobre o fato de ela ter morrido de repente. Por acaso você sabe de alguma coisa? Essa história de parada cardíaca não colou muito. - Minha amiga me olha desconfiada e sei que tem alguma coisa que ninguém me falou. - Fala, Lena!
- Olha, amiga. Você pode até ficar com raiva de mim, mas não me arrependo.
