O livro tratará da obsessão de um homem pela busca do cumprimento de uma promessa feita, quando ainda era uma criança de doze anos, ao assistir a morte precoce de seu pai. O menino cresceu com sede de se vingar de cada um que contribuiu para que seu...
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Um misto de sentimentos me envolve por completo. Raiva, tristeza, paixão, carência, saudade, decepção...tudo isso Lorenzo consegue tirar de mim numa única conversa. Como pode querer determinar o que vou ou não fazer? Ele mesmo disse que não poderíamos ficar juntos! Está irritado com o quê?
- Babaca!
Está morrendo de ciúmes de mim com Lincoln e não quer reconhecer. Por mais que saber desse ciúme, que ele jamais admitirá ter, me deixa regozijante, muito me preocupa. Lorenzo parece ser uma pessoa irracional às vezes, percebo isso quando tenta controlar sua fúria num esforço tão grande, como se isso não fosse comum pra ele. Até quando transamos, vi em sua testa uma veia saltando além de seus rugidos animalesco de autocontrole no nosso ato, talvez evitando ir mais além do já que estávamos.
Mas, será que ele seria capaz de matar o Lincoln por minha causa? Penso.
Ele matou o segurança que tentou me tocar e, ao confessar, não vi nenhum remorso nele. Merda! Preciso alcançá-lo antes que ele faça alguma besteira.
Desço os degraus da escada tentando manter a calma e avisto Helena conversando com Pietro e Lincoln. Penso se deveria ir até lá justificar minha saída, mas sou parada por Hilda me olhando receosa.
- Está tudo bem, meu amor?
- Eu...a senhora sabe pra onde foi o Lorenzo? Eu preciso falar com ele. - Uma de suas sobrancelhas se ergue desconfiada com o alvoroço visível em mim, mas que tento controlar.
- Está tudo bem entre vocês? - Engulo em seco com sua pergunta.
- Na verdade, eu acabei dizendo algo que não devia e acho que ele pode estar zangado comigo. - Sua cabeça se encurva levemente, parecendo curiosa. Ia me pronunciar, mas ela logo responde.
- Desça pelo elevador de serviço que tem na cozinha, ele irá direto para o estacionamento e provavelmente Lorenzo deve estar chegando lá. Caso não o encontre, vá até a casa noturna que ele tem, certamente o encontrará chegando ao local. - Fala e respiro aliviada.
- Obrigada, Hildinha. - Beijo sua bochecha.
- Tudo bem, meu amor. Se sua mãe perguntar, direi que saiu com seu irmão. O resto é com vocês. - Com meu rosto corado, meneio a cabeça confirmando.
Sigo para o elevador que ela mencionou, orando para que consiga chegar a tempo. Parece que passei horas dentro do veículo que finalmente chega ao térreo. Saio dele procurando por todos os lados, mas sigo até o estacionamento privativo que ele tem. Observo que todos os seus carros ainda estão no local e fico confusa. Será que ele saiu pela portaria e pegou um táxi? Penso.
Quando dou as costas para sair, o farol de um dos seus carros se acende e sei que ele está dentro dele. Caminho oscilante até o lado do carona, abro a porta e me sento em silêncio. Olho para seu rosto que está sério, mais que o normal, e evita olhar pra mim. Respiro fundo pela tensão do clima que se instalou buscando coragem para fazer o que nem sei direito o que vim fazer.
