Primeira dama

06

Trovão

Vagner: Aquela lá é gostosa pra caralho, tô até pensando em render o patrocínio pra ela.- Olhei no sapatinho pra onde eles olhavam e vi a mãe do amigo do meu filho, neguei com a cabeça e voltei a bolar meu cigarro.

Robson: Aquela ali é o tipo do trovão, pretinha linda.- Neguei com a cabeça, vendo os dois olhando diretamente pra ela, mas não olhei pra ela.

Trovão: Aquela garota ali é o puro b.o, quanto mais distância, mais paz.- Eles me olharam.- Vigiada pelo comando e tudo, se liga cara!

Robson: E como tu sabe desses bagulhos? 

Trovão: Quando ela chegou me deram uma visão da responsa, fora que colocaram gente pra ficar de olho nela. Ela e o filho são protegidos pra caralho.

Vagner: Como que a garota é protegida se tá servindo de puta ai? Proteção ruim do caralho essa!

Trovão: Eu não tô ligado no b.o todo não, só sei essas partes aí. Mas tem que tá na atividade, boca fechada.- Bati na cabeça do Robson.

Ele reclamou de algum bagulho e eu procurei por ela no meio de geral, e quando eu encontrei ela tava subindo a escada com um viciado em pó, eu via ele direto na boca, maior imundo. Neguei com a cabeça e encostou uns cara querendo comprar bagulho, Robson que vendeu e eu fiquei fazendo minha fileirinha, quando terminei cheirei de uma vez e sentir meu nariz doer.

Balancei a cabeça passando a mão na nuca e encostei na cadeira. Respirei fundo e semicerrei os olhos sentindo o corpo esquentando. Passei maior cota brisando sozinho, não entendia nada que os moleques falavam, e no papo dez eu só tava de corpo ai, bagulho que alma já tinha ido embora.

Robson: Ou, caralho! - Senti um tapa forte na minha cabeça, abri maior olhão procurando o que tinha rolado e Robson me encarou.- Tua ex mulher chegou surtando aí.

Peguei uma garrafa de água virando na boca e me levantei, quando a Alicia me viu veio na minha direção e eu cruzei os braços, parando de andar. Fiquei parado e coloquei minha pior cara, ela ficou toda otaria no bagulho mas parou na minha frente.

Alicia: Vamos pra casa, agora.- Falou e apontou o dedo pra minha cara.

Era assim, na frente de geral ela achava que tava na maior moral, mas bagulho comigo segue o mesmo. A moral é minha e sempre vai ser, qualquer um que meter o louco querendo achar ao contrário, tá fudido.

Trovão: É a última vez que tu vem atrás de mim aqui, na primeira e te avisei.- Falei agarrando o dedo dela, no mesmo minuto ela perdeu a marra e eu torci o dedo dela.- Na segunda eu perdi toda paciência, tendeu?

Alicia: Para, para...- Falou chorando.- Tá doendo! Desculpa, eu vou embora, me solta.

Torci o dedo dela e ela gritou, geral tinha parado pra encarar aquele bagulho, ela começou a chorar e eu pedi pros meus moleques tirarem ela, passei o olho por geral e quando olhei pra escada, a garota tava me encarando bem no topo. Ela me olhou por pouco tempo, revirou os olhos soltando uma risada irônica e virou a cara descendo as escadas e passando por mim de cara pra cima, se achando pra caralho.