44

112K 9.2K 3K
                                    

Maria Luiza.

A real foi que eu dormi nem percebi, acordei com meu despertador tocando e dei maior pulo da cama. O trovão levantou a cabeça e me encarou com cara de sono, eu peguei minha toalha e fui pro banheiro, tomei um banho e saiu pegando minhas coisas.

Trovão: Vai pra onde, cara? - Falou com voz de sono.

Malu: Trabalhar.- Respondi me vestindo e ele passou a mão no rosto.

Trovão: Visão feia, Peixe tá por aí atrás de tu e tu vai trabalhar?! - Dei os ombros.

Malu: Você quer que eu faça o que? Só trabalhando pra ganhar dinheiro.- Trovão se levantou pegando o relógio da bancada e colocando a blusa no ombro.

Trovão: Eu te banco, relaxa! - Eu dei uma gargalhada e fui ajeitar minha bolsa.- Eu te levo, só vou em casa buscar a moto.

Balancei a cabeça e ele foi no banheiro, ajeitei a bolsa e quando fui ajeitar a cama, alguém bateu no portão. Trovão saiu do banheiro em encarando sem entender e eu saindo quarto, com ele me seguindo. Quando eu abri o portão, o Vg tava ali e ele olhou pro Travão sem entender.

Vagner: E aí mano.- Bateu no braço do Trovão e me olhou.- Qual foi Malu, fiquei sabendo dos bagulhos que aconteceu ontem, vim te levar pro trampo, mas já que o Trovão tá aí...- Eu olhei pro Trovão, que passou pelo portão e me fez encarar ele.

Trovão: Já que tá aí, pode levar mano.- Falou balançando a cabeça pro Vg e saiu andando, eu abri uma cara de riso e Vg deu uma risada.

Vagner: Caraca, foi mal. Não sabia que ele tava aqui.- Coçou a cabeça.

Malu: Relaxa, ele que é meio doido da cabeça.- Dei os ombros.- Só vou comer alguma coisa, quer entrar?

Vg negou como sempre e encostou na moto, corri pra dentro praticamente engolindo o pão e escovando meus dentes, sai de casa novamente e ele foi me deixar. Conversei um pouco com ele explicando o que havia acontecido e ele até tentou me ajudar, mas nada iria da certo mesmo.

Na hora de ir embora eu peguei o ônibus e fui rodar o mundo até chegar na Rocinha, quando cheguei na entrada os meninos olharam pra mim, eu procurei a cara mais amigável e caminhei pra perto.

Malu: Você pode avisar ao Perigo que eu tô aqui? - Ele me olhou.

— Tu é a filha dele, né? - Confirmei com a cabeça, ele pegou o raidinho e se afastou, falou algo que eu não entendi e voltou segundos depois.

Ele apontou pra moto e eu me afastei vendo ele pegar, subi na garupa e ele me levou até a casa do Perigo, eu bati na porta e a Yasmim que abriu, ela sorriu ao me ver e me deixou entrar.

Yasmim: O Caio tá na piscina, e o Perigo tá no quarto dele lá em cima, falou pra você subir quando chegasse.- Eu concordei com a cabeça.

Perguntei sobre a Júlia e ela falou que na piscina com o Caio, olhei os dois quando passei e dei um leve sorriso. Bati na porta do quarto do Perigo e ele me mandou entrar, abri a porta e encarei ele.

Perigo: E aí, garota.- Olhei pra ele que tava bolando um cigarro de maconha.

Malu: Como tá o Caio? - Falei me sentando na cama.

Perigo: Tava bolado com a vida, mas agora já esqueceu.- Falou e eu revirei os olhos.- Troquei uma ideia com ele, mas ele é chatão.

Malu: Ele não é chato, só tá bravo.- Falei olhando as coisas do quarto dele.- Posso te perguntar uma coisa?

Perigo: Não, tô sem tempo.- Falou acendendo o cigarro.

Malu: Você me disse que precisou sumir pra me proteger, mas qual foi o tipo de sumiço? Porque a Yasmim é um ano mais nova, ou seja, você sumiu pra dentro de outra mulher? - Perigo deu os ombros.

Perigo: Tava sumido mas não tava sem rola.- Eu encarei ele revirando os olhos.- E aí, decidiu se vai vim morar aqui? Tô organizando os bagulhos pra mandar matar o peixe.

Malu: Eu gosto do chapadão, não sei se iria me acostumar fácil aqui.- Falei e ele me olhou.

Perigo: Gosta do chapadão e do Trovão, né garota?! - Eu cocei a cabeça.- Qual foi ein? Tu não toma jeito mermo.

Malu: Como você sabe dessas coisas? Maior fofoqueiro.

Perigo: Tem gente de olho em tu vinte quatro horas, sei quem entra e quem sai da tua casa. Tá achando que tá passando batida? - Eu soltei uma risada.

Perigo me olhou negando com a cabeça e me chamou pra descer, desci com ele e o Caio tava na sala enrolado na toalha conversando com a Júlia, quando ele me viu me encarou e olhou pro Perigo, eu me sentei no sofá e ele não falou comigo, só se escutava a voz da Júlia.

Perigo: Vou precisar repetir o mermo bagulho que troquei ideia contigo? - Caio deu os ombros.

Caio: Oi mãe.- Me olhou.

Malu: Oi, filho.- Falei olhando pra ele.- Podemos voltar pra casa?

Caio: Só se você me prometer que nunca mais vai fazer essas coisas.- Falou e eu confirmei com a cabeça.

Malu: Eu nunca fiz isso por mim, Caio. Foi pra você.- Ele respirou fundo.

Caio: Desculpa por fazer tudo que eu fiz ontem.- Sorri fraco abrindo os braços, ele me abraçou e eu fiquei mais tranquila, escutando ele falar no meu ouvido.- Agora vamos embora porque o meu avó é maluco.

Eu gargalhei soltando ele e Perigo encarou a gente, mas a Júlia tava sentada no colo dele brincando, porém ele estava resmungando o tempo todo porque queria fumar e a Júlia não saia do colo dele. Agradeci a eles e o Perigo pediu pra me deixarem em casa, fui no carro com o Caio e passei o caminho todo escutando ele falar sobre como o Perigo colocava medo nele, mas ele parecia ter adorado a noite lá.

Primeira dama Onde as histórias ganham vida. Descobre agora