Primeira dama

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Maria Luiza

O Thiago resolveu, sozinho, que de alguma maneiro que seria legal passar a quinta e hoje sem falar comigo ou me ver. Eu já estava estressada com toda situação, e cansada de não ter paz com nada.

Hoje era a famosa sexta, eu estava arrumando a Júlia pra gente ir jantar, tava fazendo tranças no cabelo dela quando escutei a porta bater, gritei pelo Caio e ele logo apareceu.

Caio: Fui abrir a porta pro Trovão.- Falou entrando no quarto.

Malu: Pega a bolsa, tá na cadeira do quarto de vocês.- Ele concordou, terminei de ajeitar a Júlia dando um beijo na cabeça dela e ela continuou concentrada no celular.

Trovão: E aí, gordinha.- Entrou no quarto, ela largou o celular abrindo os braços pra ele e ele pegou ela no colo, me levantei pegando minha bolsa e soltando meu cabelo.

Malu: Pronto, vamos Jú.- Falei pegando o celular da cama, ela me olhou e eu saí do quarto.

Trovão: Vai pra onde? - Falou me seguindo.

Júlia: Vamos comer, no restaurante lá da praia.- Falou animada.

Trovão: Aham, e nem me chamou cara? - Falou colocando a Júlia no chão.

Abri a porta esperando eles sairem e o Trovão passou me olhando, ou procurando algo no meu pescoço. Eu estava usando o colar, assim que ele percebeu desviou o olhar e eu fechei a porta, abrindo o portão e vendo o menino conversando com os outros.

Malu: Vamo, Pedrinho.- Chamei atenção dele, ele me olhou balançando a cabeça e o Trovão me encarou.

Trovão: Desce lá pra casa depois.- Eu neguei.

Malu: Não vou ficar nessa, de verdade. Ou senta pra conversar, ou da última forma.- Falei encarando ele.- Se quiser, vai jantar com a janta e leva o Luiz, na volta a gente conversa. Caso não, só continua me ignorando.

Trovão: Não tava te ignorando, garota. Luiz passou mal ontem de madrugada e tive que ficar na atividade com esse bagulho, só passei ontem e hoje sem falar contigo, vai morrer por isso?! - Abriu os braços.

Malu: Se quiser conversar, já falei...- Falei parada na porta do carro.

Trovão: Zona sul tá muito agitado, tá tendo polícia por todo lugar.- Negou.- Desce pra lá depois cara, qual foi?!

Malu: Prometi pra eles que iria pra lá hoje. Quando eu chegar, te aviso e a gente resolve.- Entrei no carro.

Ele balançou a cabeça fechando a porta e o Pedrinho saiu, me ajeitei no banco olhando a Júlia olhando a janela e o Caio no nosso meio.

Caio: Ele não vem com a gente? - Neguei.

Malu: Tem muita polícia por aí, não dá pra ir pra lá.- Caio deu os ombros.

Caio: Isso é muito chato, queria sair com ele e com o Perigo pra todo lugar.

Malu: Por que Perigo, e não avô? - Ele deu uma risada.

Caio: Ele falou que chamar de avô é bagulho de feio, que ele tá mó novin pra tá sendo chamado assim.- Eu dei uma risada, o Pedrinho também riu fraco.

Era o meu novíssimo segurança, legal, tinha 18 anos e era casado, inclusive a mulher dele era louca, surtada demais a tadinha. Perigo falou que ele já ficou na frente de vários corres e não decepcionou, que ele tava querendo algum bagulho mais calmo e foi uma oportunidade ótima pra todos.