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Maria Luiza.

O Trovão havia ficado bolado comigo por causa do Menor, mas o estanho seria se ele não estivesse ficado. Mas eu nem conseguia ver metade da maldade dele, depois do aniversário do Caio, tempos atrás, que o Menor me viu com o Trovão, a gente nem se falava mais na verdade, voltamos a trocar poucas palavras por causa do Perigo que colocou ele na minha cola, mas em momento algum ele deu em cima de mim, ou demonstrou intenção maldosa qualquer...

Malu: O Perigo tá neurótico em me proteger, ele quer e faz acontecer de me colocar com segurança pra cima e pra baixo...- Falei descendo da moto.

Trovão: E só tem um moleque que ele confia, Maria Luiza? - Me encarou, antes de descer da moto.

Malu: Ele não vai colocar qualquer um, o que ele mais tem confiança é o Menor.- Trovão concordou com a cabeça.- Você não confia em mim?

Trovão: É questão de confiança? - Desceu da moto e me encarou, não soube como responder, porque sua pergunta me fez parecer que eu estava errada.

Mas eu não me sentia assim, eu não havia feito nada, e nem sabia o porquê dessa cisma toda. Aliás, eu nem me lembro de ter falado, em algum momento que eu já fiquei com o Menor pro Trovão.

Malu: Se prefere ficar aqui sozinho, melhor voltar e me deixar em casa logo.- Falei quando ele saiu na minha frente, sozinho.

Acho que a pior mania dele era essa, quando não tava afim, só me dava as costas e saia andando. Mas quando ele fazia isso, eu borbulhava de raiva.

Ele parou me olhando e eu respirei fundo caminhando até ele, sua mão segurou a minha com firmeza e eu sabia que ele estava bravo só pela forma de segurar a minha mão. Ele nem gostava de segurar minha mão, sempre preferiu andar agarrado. A gente entrou na casa e de cara eu já quis negar a estar ali, observa aquelas meninas de calcinha e sutiã, algumas dançando em cima dos homens, outras sem sutiã na piscina me deu uma sensação ruim, eu quis chorar ao ver aquilo, como se aquilo fosse um espelho.

Trovão: Minha mulher.- A voz dele me chamou atenção, desviei o olhar das meninas e olhei pros três homens na nossa frente, eles só balançaram a cabeça pra mim e eu sorri fraco.

Evitei olhar as meninas e eu que segurei a mão do trovão com firmeza, ele me puxou pra uma mesa que só tinha homem e eu sentei ao lado dele. Me senti deslocada, como se eu nem estivesse ali no meio deles, primeiro porque os assuntos dele eram drogas e tráfico, e segundo porque eu tava distraída demais pra pensar sobre drogas e tráficos.

Olhei pro Thiago que falava sobre a gestão do morro e coloquei a mão em sua coxa, esperando ele colocar a mão por cima da minha ou algo do tipo, mas ele não teve nenhuma reação. Fiquei chateada e desviei o olhar dele, passei o olhar pelas pessoas e meu olhar se trocou com um homem que me encarava firmemente.

Ele estava com outro homem do lado e comentou algo olhando pra mim, os dois passaram a me encarar e quando eu me dei conta, o homem que me encarava já tinha transado comigo, feito programa. A vontade de vomitar, com a de chorar bateram no mesmo momento, eu arrastei a cadeira pra trás me levantando e chamando atenção dos homens da mesa, mas eu dei as costas e sai praticamente correndo pelo portão, fui pra perto da moto do Thiago onde era no beco na frente da casa, só tinha eu, mas estava iluminado.

Encostei na moto pegando meu celular e liguei pro Perigo, ele não me atendeu. Eu só queria ir embora daqui o mais rápido possível, e sabia que o Trovão deveria estar brabo demais comigo ao ponto de vir atrás de mim agora.

— Quem é viva, sempre aparece.- Tomei um susto com a voz do homem e olhei pra cima, ele entrou no beco me encarando e eu desencostei da moto, saindo dali, mas ele segurou meu braço.- Quanto tá cobrando pra eu te comer agora?

Malu: Vai se foder, me solta.- Tentei puxar meu braço, mas ele segurou mais forte, me machucando.

— Posso te valorizar mais do que tu era valorizada la no puteiro, vou te comer hoje porque tu tá mais gostosa que antes.- Tentei puxar meu braço novamente e só senti alguém passando por mim.

Trovão: Vai se fuder, filho da puta.- Falou colocando a arma na cabeça dele, o homem soltou meu braço levantando a mão em rendição e eu coloquei a mão por cima do meu braço, que doía.

Trovão puxou o gatilho na cabeça do homem que caiu, eu me afastei alisando meu braço e o Trovão guardou a arma me encarando, olhei as pessoas saindo da casa e o Trovão passou os braços por volta do meu corpo.

Trovão: Te machucou? - Sua voz saiu bolada, com uma mistura de preocupação.

Confirmei com a cabeça deitando a cabeça no peito dele e fechei os olhos quando vi as pessoas me olhar e eu senti vontade de chorar, mas me segurei e o Trovão passou a mão no meu rosto, e depois tirou a chave da moto do pescoço.

— Qual foi, menor? - Escutei a voz de um homem e só abri os olhos.

Trovão: Tava na maldade com a minha mulher.- Falou me agarrando ainda.

O homem não respondeu ele e o Trovão me afastou, ele foi pra moto enquanto eu fiquei ali parada, evitei chorar e apenas fiquei encarando o nada de cara fechada, Thiago parou a moto do meu lado e eu subi, assim que a gente saiu dali eu respirei fundo e só senti as lágrimas que queriam tanto descer, começarem a percorrer pelo meu rosto.

Primeira dama Onde as histórias ganham vida. Descobre agora