Nulo y Vacío

Capítulo 1

Olá pessoal, venho aqui apresentar minha nova história, espero que gostem! Já tenho uma escrita com as personagens Najwa e Maggie, e estou terminando ela. Então sendo assim, iniciei está para continuar a escrever quando eu encerrar a outra. Ela terá uma temática diferente, espero que gostem.

Andava por aquelas ruas sem saber ao certo onde realmente eu poderia me esconder, a noite exalava sua escuridão céu a fora tendo como única iluminação a luz do luar por dentre as nuvens que mostravam um tempo chuvoso no qual nenhuma gota cairia delas, pelo menos, não ainda. Coloquei as mãos no bolso do casaco enquanto remexia meus ombros, o vento adentrava a touca da vestimenta bagunçando meus cabelos negros que estavam soltos.

Parei em uma esquina suspirando pesadamente, quem me visse ali com certeza sentiria o peso de tudo aquilo sobre cair sobre si de tão carregada que era minha respiração, a dor imensuravel que habitava meu ser continua a bater covardemente em minha cara e insistir em me mostrar o quão fracassada eu era; fracasso na família, fracasso na vida acadêmica, fracasso no emprego e principalmente, fracasso em viver.

O vento ainda balançava e remexia as folhas nas árvores arrastando-as pelas ruas pouco iluminadas pelas luzes dos postes, continuei parada esperando que o sinal se fechasse sendo possivel minha passagem por ali, em segurança por mais irônico que fosse, já que nessa altura eu me questionava se eu estava vivendo ou apenas existindo.

Minha vida parecia estar estacionada, sabe aquela sensação de que todos seguem em frente e você permanece parado, perdido no tempo? Era assim que eu me sentia, sentia como se todos tivessem passado de fase no jogo da vida e eu fosse uma daquelas pessoas que tivessem desistido de tentar seguir em diante e que quando queria tentar, algo me fazia parar e novamente eu me encontraria na estaca zero.

O sinal finalmente se atraveu a ficar na cor vermelha, e acredite, algo dentro de mim até que gostava dessa coloração, sorri de relance e comecei a caminhar sobre a faixa de pedestres, quando eu me referi a me esconder, eu me referia a mim mesma, eu queria poder se esconder de mim, dos meus monstros, medos. Mas o que podemos fazer quando nosso pior pesadelo, habita em nós mesmos?

Dois cães passaram correndo por mim latindo enquanto corriam atrás de um gato que desesperadamente havia pulado em cima de uma lata de lixo para se proteger ocasionando um barulho enorme na rua e justamente nessas horas parecem que todos os cães da vizinhança ali, resolveram latir em sincronia. Peguei meu celular em mãos colocando uma música qualquer, coloquei meus fones que estavam pendurados na blusa de frio e voltei a guardar minhas mãos dentro dos bolsos junto ao aparelho.

Eu só queria caminhar, caminhar para cansar, caminhar para esquecer, não sabia dizer sobre exatamente o que eu gostaria de esquecer ou amenizar, eu só sabia que era doloroso, as vezes vinha sem motivo ou razão, mas quase sempre existia um motivo e a maldita razão que me atordoava e atormentava, as vezes eu só queria sumir por uns dias sabe? Sem dar notícias, queria somente dormir, dormir para não sentir e era isso que eu costumava a fazer nos meus tempos livres, já que a vida adulta me exigia e obrigava trabalhar para me sustentar já que eu morava sozinha e era eu por mim mesma.

Cogitei uma vez em ter um animal de estimação mas logo afastei a ideia ao ter certeza que não consigo lidar e cuidar de mim mesma, quem diria de um outro ser vivente? Tentei ter cactos, essas plantas me fascinam, e logo elas, que são tão fáceis de cuidar, consegui fazer com que secassem e morressem.

Mas de hoje não passava, não queria mais me sentir assim e eu havia decidido, ou eu iria realmente viver ou iria deixar de existir, não queria me sentir como um peixe fora d'água, não queria me sentir como se eu não me encaixasse mais nesse mundo. Continuei andando pelas ruas um tanto até que movimentadas, principalmente por conta do horario, ouvi um estrondo e iluminação surgir dentre as nuvens anunciando que a qualquer instante derramaria suas águas solo abaixo lavando toda a impureza que ali possa existir ou talvez, quem sabe, causando alguma destruição por conta da sua intensidade.