Capítulo 22

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_Fatima, levanta! — a morena chamava a menina pela terceira vez.

Ela passou no quarto de Anthony chamando a filha que ainda dormia, hoje era dia letivo e a garota havia ficado até tarde acordada.

_Fatima? — chamou novamente sem sucesso. _Meu Deus essa garota morreu?

Falou fazendo com que a loira fosse até a porta do quarto com Anthony no colo se aproximando da namorada.

_O que houve? — Macarena perguntou ao notar a morena com os braços cruzados.

_Além de ter que aprender a ser mãe depois de anos, peguei logo a fase adolescente. — bufou saindo dali fazendo com que a loira risse olhando o menino em seu colo.

_Você não vai ser assim, não é? — perguntou ao garoto que riu.

Macarena adentrou o quarto descobrindo a garota que resmungou.

_Hey, sua mãe está te chamando. — a loira falou enquanto a menina virava para o lado e cobria a cabeça. _É o seu último ano, quando chegar hoje você dorme mais cedo.

Fátima realmente não estava afim de ir ao colégio hoje, não que ela detestasse estudar, não era isso e ela gostava até demais, o problema era que não queria encarar um garoto que era da sua turma.

_Eu não estou me sentindo bem! — falou manhosa fazendo a loira arquear a sobrancelha.

_O que está sentindo? — questionou vendo a mais nova pensar.

_Ela não esta sentindo nada, vamos volto em vinte minutos e te quero pronta. — falou a morena que segurava uma xícara de café em mãos. _Tenho que estar no hospital em 40 minutos e a senhorita na escola.

Fátima se levantou emburrada pegando seu uniforme e indo para o banheiro, Macarena que presenciou a cena riu com filho no colo e o colocou no chão.

Segurou a mão do garoto caminhando com ele em direção a cozinha onde a namorada estava, Zulema como sempre comia seu pão integral com margarina e queijo derretido no microondas.

_Bom dia meu amor. — Macarena falou se aproximando da mais velha a beijando.

_Bom dia. — bebeu um pouco do café e olhou para Anthony sorrindo para ele. _E aí rapazinho.

Falou com o menino que andou sapeca em sua direção estendendo os braços para que ela o pegasse e assim ela o fez.

_Ele está enorme. — a loira comentou vendo Zulema assentir.

_Está sim. — sorriu para ele e o colocou no chão. _Titia está atrasada mocinho e a culpa é toda da Fátima!

Falou alto ouvindo a garota sair do banheiro e resmungar algo fazendo com que a loira sorrisse novamente enquanto pegava uma xícara de café também.

_Por favor faça ela parar de gritar, está cedo. — a menina falou adentrando a cozinha e depositando um beijo na bochecha da loira.

_Não vou me meter. — Macarena falou bebendo o café rapidamente. _Vamos filho, mamãe vai te deixar na creche antes de ir para a delegacia.

Zulema sorriu para a loira agradecendo enquanto a mesma se aproximava da morena e selava seus lábios.

_Te vejo mais tarde, Zule. — falou para a namorada que assentiu passando a mão na cabeça do menino.

_Até mais tarde loira, amo você. — respondeu vendo a loira acenar com a mão e se aproximar da garota beijando sua bochecha se despedindo dela.

_Tchau querida. — Macarena falou para a menina. _Não irrite sua mãe, ela te ama só está tendo que lidar com a versão dela mais nova porém o único problema é que a versão já está em uma fase mais avançada e ela não chegou a lidar com você antes, dê uma chance a ela. — falou em tom baixo vendo a menina concordar.

_Tudo bem. — ela respondeu segurando a mão do menino. _Te vejo mais tarde.

_Te amo também. — Macarena gritou para a namorada de volta antes de sair.

Macarena enfim havia conseguido o emprego que Rachel, namorada de Alícia havia lhe arrumado na delegacia, e ela gostava do que fazia. Todos os dias deixava o filho na creche e ia para o trabalho onde na volta passava para buscá-lo e depois ia até a escola de Fátima para pega-la.

Zulema estava estressada com a garota desde o dia que fui buscá-la na escola e a viu de conversinha com um menino, ela não gostou do que viu até porque a filha era brilhante e dedicada demais para atrasar a vida correndo atrás de namorico adolescente ao invés de ir atrás de seus sonhos.

Ao terminar seu café olhou para a filha que estava pronta a esperando.

_Vamos? — a chamou fazendo com que a garota tirasse o gato de seu colo e o deixasse no sofá.

No caminho da escola ficaram em silêncio, hora ou outra a morena olhava para o passageiro e fitava a menina sorrindo enquanto digitava algo no celular, procurou respirar fundo e ignorar o que via.

_Me desculpe por gritar com você. — ela falou vendo a filha fita-la confusa.

_Tudo bem mãe, eu te entendo. — respondeu sincera. _Ainda é novo para você.

Zulema concordou e sorriu para a garota que retribuiu.

_O que faz aí? — questionou ao ver a filha rir para o celular.

_Ahh... Nada! — a menina respondeu e notou a mãe arquear as sobrancelhas. só  um garoto.

Falou receosa fazendo com que a morena notasse e respirasse fundo para não surtar e tentar entender, agora que havia recuperado a filha, não queria dividi-la.

_Quem é ele? É o mesmo que você estava aos beijos o dia que fui te buscar? — perguntou indo direto ao ponto vendo a menina corar.

_Sim. — respondeu receosa com medo da reação da mais velha.

Zulema suspirou enquanto estacionava em frente a escola da filha onde a mesma destravou as portas.

_Espera. — a mais velha pronunciou vendo a menor continuar dentro do carro e fechar a porta novamente.

Fátima a olhava confusa, estava querendo sair dali o mais rápido possível porém foi impedida.

_Filha, eu sei que fez dezessete anos e não quero que pense que sou super protetora. — a morena falava e pausava em busca das palavras certas. _É que eu te amo muito e não quero que você sofra, entende?

A menina fitava a mãe atenta, ela entendia o que ela sentia só que ela queria fazer com que Zulema entendesse que infelizmente ela estava crescendo.

_Eu entendo mamãe. — falou sorrindo para a mais velha. _Eu também amo você, e eu irei me cuidar tá bom?

Zulema a puxou para um abraço e beijou seu rosto a soltando.

_Agora vá. — sorriu para a filha que abriu a porta saindo do carro.

Fátima fechou a porta e caminhou em direção a um grupo de adolescentes onde claramente reconheceu o rapaz de outro dia, Zulema abaixou o vidro.

_Lana? — chamou a garota pelo apelido que imediatamente a olhou. _Não esquece que Macarena irá vir te buscar hoje.

Gritou para a menina que sorriu e acenou se despedindo da mulher que fechava o vidro do carro e saia dali.

Nulo y VacíoWhere stories live. Discover now