Capítulo 7

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*-*

Eu havia passado meu endereço para Macarena alguns dias depois e também fiquei insistindo para que fosse lá, eu estava com saudades de casa, queria ver como minhas coisas estavam.

_Então você se esconde aqui?

A loira questionou após pegar a chave reserva que acabará de desenterrar do vaso de plantas que tinha ali no corredor e abrir a porta do apartamento.

_Sim, digamos que há quase quatro anos moro aqui.

Ela fez como eu quando entrei em seu apartamento pela primeira vez, ela andou por cada canto observando tudo com o seu olhar curioso e por incrivel que pareça fiz o mesmo.

Tudo estava em seu devido lugar, um pouco empoeirado, mas tudo estava ali. Por mais que eu não tivesse tanto tempo eu era organizada.

_Queria poder sentir seu cheiro.

Macarena soltou tão rápido quanto caminhou até meu quarto, ri de sua atitude e não achei nada mais justo do que dar a ela o que deixou escapar segundos antes.

_Fique a vontade para ver meu guarda roupa se não estiverem com cheiro de guardado, ou minha cama. É o mais próximo que terá, visto que no hospital tudo o que se sente é cheiro de álcool para assepsia e medicações.

A garota mais nova sorriu assentindo enquanto abria meu guarda roupa e pegava uma camisa minha a levando até o nariz e inalando, a loira fechou os olhos e se sentando na cama, falou.

_Seu cheiro é bem melhor que assepsia e medicamentos.

Dessa vez foi eu quem sorri de seu comentário e me sentei ao lado, eu queria poder toca-la a fundo e de verdade, gostaria de poder senti-la, ficamos nos encarando por algum tempo.

_Quem me dera, Maca. O que achou?

Me referia ao meu cubículo que chamava de lar.

_Interessante, não imaginei que fosse organizada.

Macarena se deitou em minha cama enquanto eu fazia o mesmo, era bom estar em casa e eu me sentia bem com aquilo e principalmente junto a loira.

_Que audaciosa, eu sou!

Rimos juntas e novamente o silêncio predominou no ar, mas era um silêncio benéfico, algo bom de se presenciar onde era possivel ouvir somente a respiração da garota ao meu lado.

_Anthony.

Ouvi soar de seus lábios, enquanto a observava em seguida e notava que a mesma havia feito o mesmo.

_Esse é o nome que escolheu?

Perguntei enquanto a mais nova assentia e tocava sua barriga afagando a mesma de maneira carinhosa.

_Na verdade seriam Izzy e Anthony.

Me senti mal ao me recordar sobre o quê ela me contou meses atrás quando a conheci.

_Eu não quis intensificar, mas quanto tempo?

Maca suspirou pesadamente olhando o teto branco agora, e eu fiz o mesmo.

_Eu estava com quase cinco meses, a ultrassom mostrou que um dos fetos não tinham vida. Me submeti a um procedimento cirúrgico, porque isso poderia afetar o outro.

Aquilo era doloroso para ela e eu notava, quando a conheci seu marido tinha falecido há quatro meses, e estava inteirando quase três meses que nós nos aproximamos.

_Você passou uma barra não é? Sinto muito.

Ela sorriu docemente concordando.

_Não sinta, tem coisas que precisam acontecer. Precisei a aprender desde nova a perder para sempre valorizar, meus pais faleceram em um assalto, depois perdi German, Izzy e agora tenho medo de perder você. Nunca imaginei que em tão pouco tempo me apegaria tanto em alguém como estou com você. Prefiro passar horas do meu dia trancada conversando com você do que qualquer outra coisa.

Nulo y VacíoWhere stories live. Discover now