Capítulo 50

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Zulema acordou pela madrugada ao escutar a babá eletrônica soar avisando que Luna estava chorando, se remexeu na cama retirando seu braço esquerdo de cima da esposa, onde envolvia sua cintura.
Macarena estava cansada, dormia tranquilamente, então a morena somente levantou da cama no mesmo instante em que calçava suas pantufas, saiu do quarto do casal e seguiu caminho ao quarto dos filhos abrindo a porta com cuidado.

A luz do abajur com detalhes do pequeno príncipe e sua amiga raposa iluminavam o quarto, ela se aproximou do berço da filha a pegando com cuidado nos braços.

_Shiii, estou aqui. — falou enquanto ajeitava a menina em seus braços.

Se aproximou da cama do filho que havia acordado ao escutar a irmã chorar, compartilhavam o mesmo quarto, acariciou seus fios loiros enquanto se inclinava para lhe dar um beijo.

_Volte a dormir querido, vou levá-la para a mamãe, vale? — o menino concordou sonolento virando para o lado da parede, enquanto Zulema o cobria com a mão livre.

Luna ainda estava inquieta onde a morena notou que precisava trocá-la, no quarto das crianças havia seu trocador porém optou por trocá-la em seu próprio quarto, onde também possuía alguns pertences da garota.

Fechou a porta e voltou para o quarto do casal com a filha resmungando em seus braços, não era um choro estridente, porém era notável.

Ao entrar no quarto com a filha, tateou a parede em busca do interruptor para poder ligar a luz, haviam dois, um servia para acender a luz que iluminava todo o cômodo e o outro servia para trazer pouca luminosidade.

Ao acender o de pouca luminosidade, notou a loira se revirar na cama e começar a despertar com o choro da filha.

_Tranquila rubia, ela está com a mãe dela. — falou para a esposa que sorriu ao ver que a morena lidaria com aquilo e agradeceu mentalmente por isso.

Não demorou muito para a garota estar com fraldas limpas e novamente aninhada ao colo de Zulema, Luna estava com os olhos bem abertos fitando a mãe que sorriu.

_Que? — a morena questionou sabendo que não teria respostas. _O que acha de irmos até a sacada contemplar as estrelas, já que não quer dormir?

A menina continuou a fita-la com aqueles olhinhos brilhantes, a morena então sorriu sem mostrar os dentes e caminhou até a enorme porta de vidro que dava acesso a varanda do lado de fora de seu quarto a abrindo, ali havia um pequeno sofá onde ela sentou se encostando enquanto olhava a imensidão a sua frente com vários pontinhos brancos.

_Vocês foram o melhor presente que a vida pode me dar. — falou olhando ainda o céu, enquanto segurava a mãozinha de Luna. _Todos vocês!

A garotinha grunhiu fazendo com que a morena sorrisse a fitando.

_Antes de conhecer sua mãe eu estava tão incerta sobre tantas coisas, sabe? — ela falava com o bebê em seus braços como se ela conseguisse entender. _Pareço uma maluca falando com você. — sorriu para a filha enquanto voltava a olhar o céu e a lua crescente que ali se mostrava.

_Parecia que nada tinha sentido, razão ou até mesmo um porque! Eu me sentia sem rumo, como se tudo que eu fizesse não fosse importante, como se eu estivesse só existindo. — sua voz soava em tom baixo, até mesmo para não incomodar a loira que dormia lá dentro. _Ai apareceu ela, os olhos tão verdes e intensos, e mesmo estando escuro e chuvoso as luzes dos postes foram gentis comigo me proporcionando a melhor visão de todas.

_Estava com os fios de cabelo grudados no rosto por conta da chuva, e por mais que eu me sentisse fria, quando sua mão tocou na minha senti imediatamente meu corpo ser preenchido com seu calor, um calor que vive em mim até hoje. — um suspiro saiu dos lábios da morena que focou seu olhar na filha que a olhava atenta.

_Você não vai entender o que quero dizer, mais te garanto que se assemelha a sensação que você tem quando está com fome e só quer sua mãe... Como se eu tivesse sido acolhida, não sei, me saciasse sabe?— que conversava com a filha, como se fossem dois adultos _Como se naquele momento eu fosse preenchida por algo, só por ela ter segurado minha mão.

_Naquele dia, se tudo fosse como eu havia planejado, hoje eu não teria Fátima, não teria Anthony, não teria sua mãe... E não teríamos você! Então, acredito piedosamente que sua mãe, foi a resposta de Deus para mim, ela foi o anjo que Ele me enviou quando eu implorei a Ele por minha vida. — um sorriso surgiu em seus lábios enquanto ainda contemplava a noite.

_Sua mãe foi a resposta da minha prece, não só ela como todos vocês... — olhou para a filha que resmungou.

_Eu acho que ela é muito novinha para entender o que você fala.

A morena se assustou ao ver a loira se aproximando e tocando suas costas delicadamente se sentando ao seu lado no sofá.

Zulema tirou o olhar da filha o fixando na esposa enquanto selava seus lábios aos dela.

_Só estava conversando, o som da voz dos pais acalmam o bebê quando estão inquietos. —tentou desconversar o que não adiantou pois viu uma Macarena concordar ironicamente.

_Vale! E eu sou tudo isso para você? — Macarena entregou que estava ouvindo a conversa da morena.

Zulema deu um meio sorriso olhando novamente a filha em seus braços antes de responder.

_Tudo isso e muito mais rubia. — Macarena corou com as palavras da mais velha, ela sempre sabia como surpreender.

_Me alegro que se sinta assim comigo, porque é o mesmo que me sinto quando estou ao seu lado. — a mulher loira pronunciou estendendo os braços para a esposa para que ela lhe entregasse as filha.

Zulema delicadamente o fez, e notou a mais nova aninhar a menina nos braços para amamenta-la.

_Eu só queria dizer rubia, que Deus me presenteou com algo que eu nunca sequer consegui imaginar ou sonhar que algum dia poderia ter, você e nossa família.— a morena falou depositando um rápido selar na testa de Macarena, enquanto desviava o olhar para a filha que mamava serenamente na loira.

_Não sei se acreditaria, mais eu também recebi o mesmo presente! — respondeu para a esposa que concordou.

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⏰ Last updated: Sep 18, 2023 ⏰

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Nulo y VacíoWhere stories live. Discover now