Capítulo 17

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Mais uma vez Zulema acordou sozinha no dia seguinte, Macarena havia saído cedo com Anthony para ir ao laboratório junto a Alícia fazer o exame de DNA, a ruiva por ser parente de primeiro grau sendo a única irmã  de German se disponibilizou a fazê-lo.

Após espreguiçar, a morena pegou o celular para checar as horas onde marcavam 11:00 a.m, se levantou e como de costume foi até o banheiro fazer suas higienes pessoais, após tomar um banho relaxante voltou ao quarto para abrir a janela e retirar as roupas de cama para colocá-las para lavar.

Caminhou até a porta e com certa dificuldade destrancando-a saiu do cômodo seguindo em direção a lavanderia com os lençóis nas mãos os colocando dentro da máquina de lavar, por um momento ela se virou olhando para a prateleira atrás dela buscando com o olhar onde estaria o sabão e amaciante para colocar nas roupas e ao encontrá-los despejou cuidadosamente nos compartimentos a quantidade necessária para a lavagem e fechou a tampa protetora da lavadora ligando o botão para iniciar o trabalho.

Fátima que estava no quarto do bebê se levantou ao ouvir o barulho da morena no apartamento e acabou por sair do quarto um pouco descabelada e de pijama.

_Bom dia. — Zulema falou enquanto estava na cozinha preparando seu pão integral com margarina e queijo.

_Bom dia. — a garota respondeu enquanto sentava a mesa

Zulema a olhou e sorriu achando graça da sonolência da garota.

_Tem pão e bolo, fique a vontade. — Falou ao notar que a menor estava envergonhada.

A morena sorriu ao ver o microondas que havia trago de seu apartamento ontem ali, se aproximou e colocou o pão em um prato dentro para esquentar, gostava do sabor do queijo derretido junto a margarina no pão integral era seu café da manhã favorito, a mais nova á acompanhava com olhar até que tomou a devida coragem e pegou um pedaço de bolo em cima da mesa.

Sessenta segundos depois o apito do microondas soou lhe avisando que estava tudo pronto, a mulher se aproximou pegando o alimento e se juntou a garota sentando na mesa para comerem, nenhuma palavra foi dita, principalmente porque ambas prezavam o silêncio na hora de qualquer alimentação como forma de respeito.

Fátima balançava sua perna de forma frenética por baixo da mesa, enquanto comia pacientemente seu pedaço de bolo desviando seu olhar hora ou outra observando a morena a sua frente, ao terminar a menor se levantou pedindo "licença" e foi até a sala procurar algo para assistir na televisão.

Enquanto isso Alícia e Macarena retornavam para o prédio após terem terminado o que foram fazer no laboratório, a ruiva dirigia tranquilamente enquanto conversavam.

_E como vocês estão? — a ruiva questionou enquanto colocava seus óculos de sol.

_Estamos bem. —respondeu com o semblante apaixonado enquanto a mais velha lhe olhava com a sobrancelha arqueada sendo possível decifrar seu olhar por conta das lentes claras. _Ela disse que me ama.

Alícia sorriu ao ver a cunhada corar ao lhe dizer aquilo, no fundo estava feliz por ela ao vê -la assim até porque fazia tempo que a loira não se sentia radiante dessa forma e antes de responde-la mirou o retrovisor.

_Fico feliz por vocês. — falou sincera lhe sorrindo. _ Você sabe que eu sempre quis a sua felicidade, e ela é uma boa pessoa. — piscou para a mais nova ao seu lado.

Macarena sorriu concordando com a mulher e se recordou dos momentos passados ao lado da morena sentindo uma paz preencher seu interior, como se fosse algo impossível de descrever, talvez ela diria um encontro de almas preferindo acreditar que já se conheciam de outras vidas.

Por mais que estivessem juntas a esse tempo nunca se atraveram a ultrapassar qualquer barreira ou limite, por mais que ambas sentissem a necessidade de poder querer ir além, mas algo as impedia por igual. Uma não sabia o que fazer pelo fato de nunca ter namorado uma garota, e a outra não ultrapassava com medo da loira não estar pronta.

A ruiva fitou a loira com a feição engraçada, intercalando seu olhar na estrada e na mulher ao seu lado.

_E aí? — perguntou fazendo com que a mais nova a olhasse confusa.

_O que? — respondeu franzindo o cenho.

_Já se pegaram? — Alícia perguntou descaradamente vendo a loira ficar em silêncio. _Qual é Maca, não venha me dizer que não teve nem uma mão boba?

A loira estava literalmente ruborizada com a pergunta da mais velha fazendo com que ela pensasse em algo para responde-la.

_Não! — proferiu podendo notar o olhar indignado da mulher ao volante desviando o seu dela.

_Você ao menos conversou com ela? — perguntou novamente enquanto parava ao sinal vermelho e dessa vez a loira não conseguiu desviar seu olhar da cunhada.

_Ainda não. — Alícia sorriu de forma engraçada ao escutar a resposta da mais nova.

_E o que está esperando? — questionou ainda intercalando seu olhar nas cores do semáforo e a loira.

_Não sei, não me sinto pronta. — respondeu.

Alícia sorriu sem acreditar novamente, não conseguia entender a mente da loira até porque ela sempre foi pé no chão demais e sempre pensou antes de tomar alguma atitude, porém pensar para transar já era demais para a sua mente.

_Maca, nada mesmo? — perguntou olhando a mulher ao lado que negou. _Nem um frio na barriga quando se beijam? — perguntou curiosa.

_Tá, não digo que não sinto nada Alícia, eu sinto tesão por ela. — a loira respondeu rendida. _Só não consigo ir além, entende? Não sei como funciona e isso me trava.

Alícia riu desesperadamente ao ouvir a loira se explicando e enfatizar que sente algo pela morena e isso foi o suficiente para a ruiva resolver parar de atormenta-la, principalmente pelo semáforo ter aberto.

_Tudo bem, você me convenceu. — falou se rendendo. _Mas ainda acho que deveria se permitir, com certeza Zulema também... — deu uma pausa se recordando da confissão da loira. _Sente tesão em você, e você sabe que é complicado sentir essas coisas e nada fazer.

Macarena novamente corou com o comentário da cunhada porém dessa vez não a questionou, ela tinha razão, a loira sabia o quão difícil era sentir tesão reprimido por alguém.

_Está certa, obrigada. — respondeu enquanto olhava para o banco de trás verificando se seu filho estava bem no bebê conforto.

_Vocês são estranhas. — comentou. _Rachel e eu transamos no nosso primeiro encontro e... Porra, não me arrependo. — sorriu fazendo a loira negar com a cabeça desacreditada.

_Todos deviam transar mais, o mundo seria bem melhor. — a ruiva ainda falava fazendo com que a loira sorrisse e pegasse seu celular em mãos.

"Estamos voltando para a casa, logo estou aí. Ahhh se prepara porque Alícia vai entrar e ela resolveu estar engraçadinha demais hoje, ignore suas piadas".

Escreveu uma mensagem para a namorada avisando e previnindo qualquer situação constrangedora. Zulema que havia acabado seu café e agora estava na sala sentada no sofá verificando sua caixa de e-mail no notebook, sorriu ao ouvir o som do whatsapp e a notificação da loira chegar.

_Maca está chegando. — falou para Fátima que assistia algo e apenas assentiu. _ Vai estar acompanhanda da irmã do pai do filho dela.

A mais nova que estava prestando atenção na tela olhou a morena confusa.

_Vocês me deixam confusa. — falou fazendo a morena sorrir.

_Uma hora te contamos. — respondeu vendo a mais nova assentir e voltar a assistir enquanto ela respondia Macarena.

"Estamos te esperando, loira. Não esquenta".

Nulo y VacíoWhere stories live. Discover now