Capítulo 5

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Oi galerinha, voltei trazendo atualização pra vocês, espero que gostem.

A vida é como um sopro de ar fresco e essa era realmente a primeira vez na qual eu havia parado para pensar sobre isso, nunca parei e olhei ao redor para as coisas que me cercavam e até mesmo me privei de criar vínculos, minha vida se resumia em trabalhar e ir para a casa. Sempre me dediquei para chegar onde cheguei e deixei muitas coisas para trás e não me arrependo disso.

Eu estava em uma situação na qual não estava mais sobre o meu controle, aquilo era surreal demais para poder ser verdade e com isso dias se passaram e com os dias vieram as semanas e quando finalmente caí na real, eu estava há praticamente dois meses sem ver Macarena por mais que a loira viesse todos os dias ver minha recuperação, quando eu sentia sua presença resolvia sair de perto antes que ela me visse.

Estava a evitando pelo simples motivo de achar que eu mexi com a sua vida e baguncei ainda mais o que já estava revirado dentro dela, notei que a maioria das vezes sua vinda ao hospital  durava a noite toda me obrigando a ficar por trás da porta ou aparecer somente quando a mesma caia no sono ali mesmo em uma poltrona desconfortavel. No fundo eu sabia que ela tinha se afeiçoado a mim da mesma forma que eu dela.

Muita das vezes eu ouvia ela me chamar naquele quarto ou me contar como havia sido seu dia no trabalho e por mais que algo dentro de mim gritasse para correr até ela, eu não permitia. Meus ferimentos já estavam cicatrizados, fisicamente eu estava bem, mas o coma ainda habitava arduamente meu corpo.

Mas hoje eu havia sido pega de surpresa, Macarena adentrou o quarto se sentando ao meu lado da cama fazendo com que eu sumisse de campo de visão. Ela parecia estar abatida mas isso não a impediu de tocar minha mão e apertar levemente fazendo com que eu sentisse seu toque.

_Eu sinto sua falta, por mais bizarro que pareça, eu queria poder te ver.

Sua voz soou embargada e aquilo fez com que eu estremecesse, ela estava chorando com seu rosto apoiado em seu braço deitado na maca enquanto sua mão ainda segurava a minha.

Como eu conseguia ser ruim a esse ponto? Não me por em seu lugar e em tudo o que acontecia ao seu redor? Permaneci em silêncio por algum tempo apenas ouvindo seus soluços.

_Me desculpe.

Foi o que pronunciei assim que me aproximei da mulher ao meu lado, Macarena levantou o rosto me dando visibilidade total do mesmo avermelhado, passou as costas de sua mão secando algumas lágrimas enquanto me fitava.

_Porque sumiu por tanto tempo?

Sua voz era de indignação, apenas recuei até porque a mais nova estava certa.

_Achei que seria melhor, envolvi você em problemas demais, achei que sumindo você desistiria de vir me ver.

Argumentei vendo seu olhar de reprovação, Macarena suspirou respirando profundamente logo em seguida e caminhou em minha direção.

_Você precisa entender que nem tudo vai ser culpa sua, nem tudo é problema seu ou causado por você. E eu... eu não desistiria de te ver, eu realmente sinto sua falta e isso é estranho, talvez seja porque você seja a unica que me escute de verdade.

Eu conseguia notar veracidade em seu tom de voz, me aproximei de Macarena retribuindo o olhar que a mesma me dava.

_Você está bem?

Perguntei enquanto a mesma dividia seu olhar sobre meu corpo físico e a mim, uma de suas mãos ajeitava o lençol fino que me cobria, equanto a outra insistia em ajeitar meus fios rebeldes que caiam sobre a testa.

_Fui demitida.

Lembrei do dia que a acompanhei em seu trabalho e o quanto seu chefe era um tremendo imbecil com ela, Macarena acariciava as maçãs de meu rosto evitando realmente olhar para  trás e me fitar.

_Você merece um trabalho melhor e ser reconhecida.

Tentei amenizar a situação visto que a mais nova aparentava ser brilhante nas coisas que fazia.

_Eu preciso de um trabalho que me sustente, Zulema.

Eu sabia que as coisas para a loira não andavam boas, tanto financeiramente quanto emocional.

_Seu bebê logo vai nascer, você precisa ficar tranquila e se preparar, garanto que logo encontrará algo melhor visto que é capacitada, não se preocupe.

Macarena se virou para mim me entregando um sorriso de lado e eu juro que gostaria de abraça-la.

_Você tem razão, tenho uma reserva no banco que era de German e agora minha recisão , estava guardando para usar com o bebê, mas acho que usarei para pagar o financiamento do apartamento e manter as contas em dia até eu encontrar alguma coisa.

Eu queria poder ajuda-la de alguma forma, não a deixaria assim ainda mais por conta de tudo que estava acontecendo e o que ela fazia por mim.

_Escuta com atenção, Maca. - a chamei trazendo seu olhar para mim novamente _ Eu não sei o que vai ser de mim daqui para frente, sinceramente não sei se vou me recuperar e eu te garanto que logo logo alguém vai querer me desligar dos equipamentos.

Macarena arregalou os olhos negando com a cabeça repetidamente.

_Não fale uma coisa dessas, você não sabe o que pode acontecer.

Me aproximei dela acenando positivamente fazendo menção para que a garota me deixasse terminar.

_Sou realista e acredite, eu não tenho ninguém. Se eu morrer hoje ou amanhã, não terei ninguém...

Ela me cortou de uma forma desesperada, tocando meu braço em cima da maca.

_Eu me importo com você, acredite.

Sorri agradecida, realmente isso era verdade, desde o acontecido até hoje, Macarena era a única que estava presente aqui todo santo dia.

_Maca, e é por isso que eu quero que vá até meu apartamento e pegue tudo o que for meu, cartões do banco, tudo. Quero te ajudar da mesma forma que está fazendo por mim e se tem alguém que merece isso é você.

Macarena me olhou incrédula e novamente negou.

_Não farei isso, é seu.

Ela novamente me mostrava o quão lindo era o seu interior.

_Por favor, se não quer fazer isso por você, faça pelo seu filho. É um presente.

A garota estava com um pé atrás, ficou em silêncio por um tempo e se sentou na poltrona.

_E se você se recuperar? Como vai se sustentar?

Sorri com sua preocupação, me aproximei dela reencostando na maca.

_Eu tenho uma conta para emergências, fica tranquila.

Estava tarde e ficamos em silêncio, notei que a loira ao meu lado aparentava estar cansada por conta de seus bocejos, o engraçado era que eu sentia seu toque sobre meu corpo quando me tocava, mas se qualquer outra pessoa encostasse em mim, eu não sentia.

Maca se aconchegou na poltrona se cobrindo com uma manta, fiquei apenas a observando em silêncio, não queria atrapalhar. Era estranho a forma como estavamos nos conhecendo, e a maneira que ela me fazia pensar diferente sobre a vida.

_Boa noite, Rubia.

Sussurrei quando notei que a mesma havia caido no sono, a observei por um tempo para garantir que a mesma estava bem, antes de subir para o telhado e contemplar as estrelas.

Hey comentem por favor sobre o que estão achando.

Nulo y VacíoWhere stories live. Discover now