Nulo y Vacío

Capítulo 6

Mais um capitulo dessa, porque amanha vou postar dois da outra.

_Maca, acorde.

Alicia adentrou o quarto cutucando suavemente a garota loira que abria os olhos devagar.

O sol já havia raiado e adentrava a janela do quarto de hospital, Macarena coçou os olhos parecendo despertar.

_Aconteceu alguma coisa?

Perguntou se ajeitando na poltrona fitando a mulher ruiva a sua frente que mantinha uma expressão um tanto séria.

_Como você é considerada a mais próxima de Zulema e namorada dela, tem alguns assuntos médicos que estão te procurando para serem resolvidos.

Eu sabia que Macarena estava em apuros, até porque na realidade não eramos nada e se ela fosse pega na mentira teriam sérias consequências e isso tudo seria por minha causa.

_Quais assuntos, Alícia?

Macarena se levantou e dobrou a manta colocando-a em cima da poltrona, caminhou até a maca se aproximando de mim e como sempre ajeitou meus fios de cabelo que estavam caidos sobre minha testa. Alicia suspirou ao notar a aproximidade e cuidado que a loira tinha comigo.

_Você não acha que está levando isso a sério demais?

Questionou se posicionando ao lado da mais nova que deu de ombros enquanto acariciava meus cabelos.

_Ela precisa de mim, Alí, eu não sei explicar mas sinto como se minha vida dependesse disso.

Alícia segurou a mão de Macarena fazendo com que ela parasse com a carícia, a mais nova fitou a ruiva que agora tinha sua mão sobre a sua e acariciava delicadamente.

_Só quero ter certeza que esteja ciente que talvez ela não acorde, que talvez seja necessário desligar os aparelhos. Quero garantir que esteja pronta para arcar com mais uma perca.

Eu sabia que Alícia estava certa e via a forma como ela se preocupava com a garota a sua frente e esse era meu medo também, eu não sabia se era possivel continuar vagando pela terra depois de morta.

_Eu não sou vulnerável como pensa, eu não sou imatura a esse ponto, lógico que tenho esse pensamento mas não acredito que isso vai acontecer com ela, eu tenho fé.

Alícia balançou a cabeça em sinal negativo beijando as costas das mãos da garota.

_Você disse o mesmo do German, lembra? As vezes a fé sozinha não é o suficiente.

Notei os olhos da loira se encherem de lágrimas, a mesma ficou em silêncio e me olhou de relance notando que eu estava presenciando tudo aquilo.

_Não custa nada termos fé e acreditarmos que tudo pode melhorar, e é o que irei continuar fazendo.

Alícia tocou o ombro da mais nova com um olhar piedoso, no fundo eu estava odiando ver tudo aquilo.

_Vai descansar, você está aqui todos os dias, qualquer coisa eu te ligo tudo bem?

Macarena assentiu pegando sua bolsa, mas antes de sair eu senti um beijo ser dado em minha bochecha. Alícia ficou parada analisando tudo aquilo e permaneceu ali no quarto mesmo após a saída da garota.

_Eu sei que mesmo em coma o paciente pode ouvir, então Zulema, eu acho bom você acordar logo e não morrer, porque se isso acontecer Macarena vai ficar arrasada. Não sei o que aconteceu entre vocês para ela estar tão apegada assim, mas eu juro que se algo acontecer com ela eu te busco aonde quer que esteja e te dou uns cascudos.

Após essas palavras nas quais para mim serviram como uma ameaça, Alícia também ajeitou meus cabelos e saiu do quarto, tratei de fazer o mesmo, corri para alcançar a loira que já tinha ido para casa e como obra divina a encontrei pegando um táxi, adentrei o veículo junto a ela e ficamos em silêncio por motivos obvios até chegarmos em seu apartamento.

Novamente Macarena abriu a porta e o mesmo gato se esfregou em suas pernas pedindo carinho e ração, a loira o alimentou e afagou suas orelhas como a primeira vez que vi.

_Conseguiu descansar?

Perguntei assim que entramos em seu quarto.

_Até que sim, durmo bem lá.

Respondeu se sentando na cama e retirando seus sapatos dando visibilidade aos seus pés inchados. Caminhei pelo quarto como a primeira vez, eu gostava de observar as coisas.

_Quero que saiba que concordo com Alícia.

Pronunciei após rever o porta retrato dela com o falecido marido.

_Eu estou bem, Zulema.

Macarena tinha o gênio forte, e eu notei que quem via sua vulnerabilidade era privilegiado e que não se mostrava para muitos.

_E o bebê?

Perguntei assim que vi a mesma trocar de camisa, notei que sua barriga estava maior e bem aparente.

_Ele está bem, anda mexendo bastante ultimamente.

Sorri me aproximando dela.

_Eu sinto ele, sabia?

Pronunciei pela primeira vez a ela esse assunto. Quando a conheci não notei que estava grávida, mas após toca-la na recepção do hospital e ver sua barriga, comecei a sentir a aurea daquele pequeno ser. Macarena sorriu para mim.

_E o que exatamente você sente?

A loira perguntou interessada.

_Que você não tem o que temer, seu bebê é forte Maca, a energia que exalta dele é enorme.

Macarena tocou sua barriga alisando-a, sorri com aquilo e continuei a analisar suas coisas.

_Sabia que ele se movimenta mais quando você está próxima a mim? Notei isso ontem, eu sabia que você estava me evitando, e sabia que você estava ali porque ele se agita se você estiver por perto. E ontem tive a certeza.

A cada dia que passava eu queria respostas do porque disso tudo, eu queria saber o porque eramos tão conectadas, e por um lado talvez eu estivesse começando a entender o sentido das coisas.

_Isso eu não sabia, mas sei como a mãe dele fica quando não estou por perto.

Macarena sorriu desajeitado, talvez envergonhada e só então percebi que ela havia ficado corada com meu comentário.

_Eu nunca beijei uma garota antes, acredita?

Ela soltou do nada fazendo com que eu sorrisse da sua reação.

_Já sai com algumas, nada de anormal.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas contemplando tudo aquilo, até que ela me surpreende.

_Sera que você vai se lembrar desses nossos encontros quando acordar?

Eu havia sido pega de surpresa, eu também tinha esse medo, medo de não lembrar dela, medo de não lembrar de nada.

_Não sei Rubia, mas uma coisa eu tenho certeza, nossas almas estão conectadas e de uma forma ou de outra, eu vou te encontrar.

Prontinho