Capítulo 42

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Zulema encaixou a chave na porta destrancando-a, estava tudo em um silêncio absoluto o que fez com que ela desse um meio sorriso ao entrar em casa, a sensação que isso lhe causava era algo inexplicável, colocou sua mochila em um canto no sofá antes de ir até até a cozinha para assaltar a geladeira.

_Ainda está aqui. — sua voz soou animada ao notar que seu pudim estava intacto na geladeira.

Ela o pegou e se sentou a mesa para come-lo, fez isso em questão de minutos, ao terminar caminhou em direção ao corredor que levava até aos quartos, parou em frente a primeira porta a abrindo cuidadosamente olhando pela fresta. Fátima dormia tranquila enrolada em seus cobertores, apenas a admirou por alguns segundos antes de fechar a porta novamente.

Seguiu o caminho até o último quarto, o delas, sabia que Anthony estaria dormindo junto a Macarena como o de costume e assim confirmou ao adentrar o cômodo e pegar o garoto estirado na cama com a perna em cima da mulher, descoberto.

Zulema riu ao ver aquilo, Anthony era um menino muito calorento, daqueles que podia estar um frio tremendo, que ele se descobria a noite, fazendo com que ela e a loira sempre acordassem para dar uma olhada nele.

A mais velha se aproximou sem fazer barulho notando a esposa dormir tranquilamente, se posicionou ao lado do filho o pegando com cuidado no colo. Tony respirou fundo se movimentando nos braços da mãe que ficou imóvel, não queria que ele acordasse, até porque se ele a visse não voltaria a dormir. Soltou um suspiro aliviado ao perceber que ele ainda dormia, então logo tratou de ir até o quarto do garoto e o ajeitar em sua cama e ao fazê-lo retornou ao quarto.

Após tomar seu banho e vestir seu pijama se aconchegou ao lado da outra mulher, delicadamente enfiou sua mão por baixo do pescoço da mais nova fazendo com que ela despertasse ainda sonolenta, novamente com cuidado a trouxe para mais perto de si.

_Você chegou. — a voz de Macarena soou falha enquanto depositava um beijo carinhoso na bochecha da dona dos olhos escuros.

_Cheguei, levei Anthony para o quarto dele que você nem percebeu. — Zulema respondeu podendo escutar um sorriso vindo da mulher.

_Senti sua falta. — Macarena se aninhou nos braços da amada que em um ato de carinho, selou seus lábios junto ao dela.

_Também senti sua falta cariño, como passou a noite? — Zulema perguntou, sempre fazia isso pois sabia a dificuldade da esposa de dormir sem sua presença.

_Até que dormi bem, deve ser por conta da gravidez, ando cansada. — a mais velha sabia disso.

_O bebê se mexeu muito? — a morena questionou até porque nessa última semana, chegando perto do sexto mês, Macarena se queixou bastante disso.

_Hoje ela está tranquila. — respondeu fazendo com que a esposa arqueasse as sobrancelhas.

_Ela? — como assim ela? Até ontem não sabiam o sexo da criança e se referiam usando a palavra bebê.

_Eu sinto que teremos uma menina. — notou a dúvida na pergunta da mais velha.

_E se não for? — soltou uma objeção, fazendo com que a loira sorrisse.

_Vamos amar da mesma forma. — argumentou e a mais velha concordou. _Tenho algo para te falar...

Macarena sabia que teria que contar a esposa o ocorrido na escola do filho, e não iria esperar por mais tempo, Zulema notou seriedade na pergunta e se preocupou, até porque falavam do bebê.

_Aconteceu alguma coisa? Está sentindo dor? — questionou se encostando na cama e ligando o abajur.

A mulher loira fez o mesmo e repousou a mão sobre a barriga, acariciando.

_Tranquila, está tudo bem comigo e com o bebê. — falou mantendo a calma.

_O que é então, rubia? — a morena estava curiosa e rapidamente seus olhos encontraram os esverdeados de Macarena.

_Então... Ontem fui buscar Anthony e a professora pediu para falar comigo. — Zulema a olhava atenta e estranhou, a professora nunca pediu para falar com uma das duas antes.

_Sobre o que? — a voz da mulher estava rouca agora, enquanto fitava seriamente a mulher loira a sua frente.

_Anthony bateu em um coleguinha... — falou vendo a feição da esposa mudar para confusa.

_Não entendo loira, ele é tão carinhoso, porque faria isso? — perguntou confusa notando a mais nova hesitar. _Porque ele o fez?

_Zombaram dele por ter duas mães. — Macarena falou por fim notando a esposa assimilar a informação.

_Vou mudar ele de escola. — a morena falou firme. _Você não brigou com ele, não é? — questionou coçando a cabeça em sinal de nervosismo.

_Não, não vi motivos amor. Anthony se defendeu. — Macarena respondeu vendo a morena assentir.

_E o que a professora fez sobre isso? Olha rubia, a sorte é que eu estava trabalhando e não foi eu quem o buscou na escola porque se fosse na minha vez de pegar ele, eu juro que iria fazer questão de tirar satisfação com os pais do menino, se ele falou isso é porque ouviu em casa. — ela riu sarcástica. _E eu não iria deixar barato.

Macarena tocou o braço da mais velha alisando a pele do mesmo, na tentativa de acalma-la.

_Ela iria esperar os pais dele chegarem para relatar o ocorrido. — Zulema concordou, pelo menos a escola tomou uma atitude.

_Menos mal, e reza para que eu nunca me esbarre com os pais desse garoto, porque eu não irei responder por mim. — findou e Macarena agradeceu por isso não ter acontecido, a confusão poderia ser pior.

_Amor, calma... Vai ser resolvido. — Macarena a tranquilizou.

_E vai mesmo, segunda estarei lá na porta da escola, quero uma reunião com os pais desse menino, quero ver falarem isso na minha frente... E não adianta olhar assim para mim loira, comigo o buraco é mais embaixo, eu sei que você não pode se exaltar por conta da gravidez, mas eu posso! E inclusive, você vai ficar quietinha em seu trabalho no dia, não quero que se estresse tá bom? — e ela teria escolha? Zulema era indomável quando enfiava algo na cabeça, e não havia quem a fizesse mudar de ideia, nem mesmo a mulher dos fios loiros.

_Só peço para não ultrapassar seus limites, não quero ter que ir te visitar em uma cadeia. — proferiu enquanto voltavam a posição anterior, antes de Macarena lhe contar o que ocorreu na escola.

_Não irei, pode ficar tranquila, mas que irão ouvir vão. — resmungou.

Macarena sorriu desacreditada, enquanto sentia a mão da mais velha agora repousada sobre seu abdômen, se movimentar em uma carícia. Sabia que ela havia se estressado, Zulema era protetora demais, não que ela não fosse também, mas como a esposa havia lhe dito: não se estressar.

_Nossos filhos estão bem de mães, ainda mais com alguém como você. — falou ouvindo a mais velha concordar com um uhum.

_Por quem eu amo, faço qualquer coisa rubia. — sorriu ao ouvir as palavras que escaparam da boca de Zulema.


Amores mais um capítulo, não revisei ainda... Espero que gostem!

Nulo y VacíoWhere stories live. Discover now