Capítulo 2

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Oi galerinha, eu já tinha esse pronto. Espero que gostem, comentem e curtam!

E foi em um piscar de cílios que eu senti minha mão escorregar das suas, um nó se formava em minha garganta ao ver a feição de espanto da mulher a minha frente, aos poucos minha visão ia se distanciando, fazendo com que impossibilitasse ver realmente sua expressão. Por um momento eu realmente queria lutar e desistir do que eu tinha vindo fazer, mas o destino pelo jeito não é para brincadeiras.

Senti meu coração acelerar quando realmente me toquei sobre o que estava prestes a acontecer e eu havia me arrependido por fazer isso, sabe aquela sensação de arrependimento? Então, era a mesma que eu sentia nesse exato momento.

Acabei por perder a consciência após sentir a adrenalina devido ao meu estado de choque em saber que eu realmente poderia morrer ali, que tudo aquilo poderia acabar e eu não acordaria nunca mais, que por pura ignorância minha eu jamais saberia o que poderia ter acontecido se aquela mulher tivesse conseguido me ajudar e o pior, o seu olhar de desespero após perceber que minha mão havia escorregado estava empregnado em minha memória e eu tenho certeza que se tivermos acesso à memórias do outro lado, essa seria difícil de esquecer e me atormentaria o resto da minha pós vida.

Eu queria poder ter tido a chance de agradece-la por ter tentado me salvar, poderiamos até talvez sermos amigas, quem sabe? Mas isso não aconteceria, não mais.

Em um momento meu corpo caía ponte abaixo e em outro momento eu estava no solo parada em frente a um congestionamento causado pela queda de meu corpo. Ninguém conseguia me ver ou ouvir, eu gritava e falava com os curiosos em volta e nada e nem ninguém conseguia me responder, até que eu à vi, seus cabelos loiros molhados pela chuva, seus olhos esverdeados procuravam meu corpo por entre a multidão e assim que o encontrou, ela caiu em prantos. Isso mesmo, alguém que eu tinha acabado de conhecer e nem sei se contava como conhecer, chorava por mim. Por um momento senti um aperto dentro do peito fazendo eu acreditar que talvez tudo fosse um sonho e eu estivesse viva.

A garota loira se aproximou de meu corpo se ajoelhando ao meu lado, tocou o meu rosto de forma delicada descendo seus dedos até meu pescoço, talvez aferindo ou procurando algum batimento cardíaco, o que era impossível porque a maior prova era eu estar vendo tudo isso de camarote, confesso, é estranho você assistir seu próprio corpo. Me afastei dali, se eu estava morta, cadê a luz brilhante? Ou cadê qualquer coisa que fosse me levar para o umbral, ou sei lá, purgatório, inferno, seja lá como chamam. Mas eu nada encontrei, apenas escuridão e uma sensação ruim de tristeza infinita dentro de mim, me virei para trás onde ja não poderia mais ver a presença da loira, parecia que a cada vez que eu a buscava meu espírito se distanciava cada vez mais dali.

Era estranho a sensação de estar morta,  eu achei que depois de morrermos tudo passaria, não sentiria mais dor ou qualquer tipo de sentimento, mas me enganei, como sempre eu estava enganada. Eu sentia dor, a dor do arrependimento a dor do corpo físico também era possível ser sentida, se antes eu me sentia sozinha e fracassada, agora eu me sentia pior, não tinha exatamente ninguém para conversar, ninguém conseguia me enxergar, não havia cactos para eu acidentalmente deixar secar e muito menos meu trabalho para me deixar exausta no final do dia.

Quando eu era viva, trabalhava em um hospital da cidade, eu era o tipo de pessoa que costumava a salvar vidas e as vezes até perdê-las. Mas sempre com o intuito de zelar e preserva-las, não é atoa que fazemos o juramento de Hipócrates para preservar nossa ética médica no final do internato.

"Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza à perda"

Nulo y VacíoWhere stories live. Discover now