CAPÍTULO VINTE E UM

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    Estou cansado, não sei quando foi que minha vida se transformou em uma correria completa

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    Estou cansado, não sei quando foi que minha vida se transformou em uma correria completa. Lisa foi como um furacão que chegou bagunçando toda minha vida tão rápido que quase não notei, até parecendo que me enfeitiçou. Eu sei que deveria fazer alguma coisa para reverter o jogo ao meu favor, mas ao invés disso eu estou aqui abraçando a Lisa e indo para casa dormir.

Cheguei em casa com fome e com sono, fui até a cozinha e comecei a fazer um macarrão ao molho branco com carne moída. Esse marcarão é simplesmente perfeito, uma das sete maravilhas culinárias. Ao menos na minha humilde opinião. Coloquei o macarrão para cozinhar com água, óleo e sal. Peguei as coisas para fazer o molho branco, leite, farinha de trigo, manteiga, sal e creme de leite. Temperei a carne e a coloquei na panela, coloquei outra panela no fogão e comecei a fazer de fato o molho.

Quando eu finalmente terminei minha deliciosa janta eu escutei um barulho vindo do meu quarto, desliguei a última panela e fui até lá cautelosamente. Abri a porta e dei de cara com Zeus, ele estava olhando para as sapatilhas que eu deixei na cama.

— A que devo a sua visita? — Indaguei, sentei-me na cama e o encarei.

— Vim lhe indagar sobre a sua missão e informa-lo que você tem pouco tempo. — Falou calmamente, ele me encarou de volta. Eu apenas assenti. — Algum avanço?

— Sim, mas retrocedeu. — Contei desanimado, ele suspirou.

— Devo lembrá-lo que você tem que finalizar isso logo, ou você a faz amar ou finaliza a missão falando que o seu destino é ficar sozinha. — Falou rigorosamente, meu coração se apertou. Lisa não merece ficar sozinha até sua morte, ela merece alguém para compartilhar todos os momentos. Bons e ruins.

— Não se preocupe, eu irei finalizar a missão a tempo. — Assegurei, Zeus andou até a janela.

— Acho bom mesmo, não quero ter que puni-lo. — E então ele sumiu, me joguei a na cama.

Ótimo, o que eu vou fazer? Estou começando a considerar que a Lisa possa sim ser daquelas que não são destinadas a ter um par, então por que diabos ela apareceu no meu quadro como próximo alvo?

No meu castelo, tem um quarto onde eu recebo as missões e os casais que devo juntar. Lalisa Manobal, era o próximo. Seu nome era daqueles que não apareciam um lar do lado, aconteciam raramente isso. Mas quando acontecia dependia de mim fazer uma longa investigação para chegar à conclusão de quem era o par, ela tem um par! Ela estava no meu quadro de missões, todos que aparecem la tem um par. Que eu juro ser o Suho e mesmo se não fosse a flecha deveria ter funcionado, não faz sentido algum.

O que eu estou procurando tão desesperadamente? O que eu estou deixando passar?

Preciso de um plano, não posso condená-la a solidão ou talvez a um casamento sem amor, prometo a mim mesmo que não cometeria esse erro novamente. As outras vezes que aconteceram ao longo da história não eram minha culpa e sim das pessoas gananciosas que casavam-se por conveniência. Me davam o trabalho de fazê-las amar para ficar com outro.

Lalisa, Lalisa o que você tem de tão especial? Por que minha flecha não funciona?

Então como se uma luz tivesse acendido na minha cabeça eu gritei.

— O Suho não a ama!

Meus olhos desfocaram, eu levantei e comecei a andar em círculos. Ele não a ama. Minha flecha falhou nele. Minha flecha falhou nos dois!

Mas que merda?

Escutei meu celular tocar, corri e vi que era o meu problema. Also Lalisa. Atendi.

— Te acordei? — Falou baixinho, fechei os olhos.

— Na verdade não, estava fazendo minha comida. — Omiti, escutei o som do aparelho da sua mãe. — Você deveria tentar dormir.

— Eu sei, mas eu queria falar com você. — Sua voz era rouca, meu coração acelerou. — Mas acho melhor falar pessoalmente.

Franzi o cenho e a ansiedade me corroeu.

— É importante? — Indaguei, um silêncio se estourou por alguns minutos.

— Depende do ponto de vista. — Respondeu-me, caminhei até a cozinha e coloquei minha comida. — Amanhã de tarde o Jimin vai ficar com minha mãe, aí eu converso com você. Ou você já tem planos?

Meu plano é você, Lalisa. Minha missão também, por que você é tão complicada?

— Não, estou livre.

— Tá bom, até amanhã. — Falou, eu sorri involuntariamente.

— Até amanhã, Lali. — Falei baixinho, ela desligou e ainda sim eu fiquei com o celular no ouvido por alguns segundos.

Preciso resolver isso urgentemente, finalizar a missão e ir embora depois da apresentação da vida dela. Esse é o plano, depois disso Lalisa será só mais uma na minha lista de sucesso. E tudo que passei aqui será só mais uma das bilhões de experiências da minha vida.

Eu vivo para sempre, sou imortal. Apesar de achar isso péssimo e até horrível, não vejo graça em viver para sempre. Confesso que vejo isso como parte da minha maldição. Viver uma vida divina sem graça, sem amor, trabalhando e ainda por cima viver eternamente. Que grande merda. Alguns homens querem viver eternamente, mas eles não tem noção de quão ruim isso é, morrer é uma dádiva. O fim parece assustador, mas também é aliviador.

Posso ter várias experiências de vida, mas essa com todos seus contras tem sido a melhor e a que me faz ficar feliz de viver tanto tempo. Parece que eu esperei toda minha eternidade para viver isso, infelizmente isso é só uma pequenininha parcela da minha vida. Isso deveria ser eterno. Mas não é e nunca vai ser.

Lalisa um dia irá morrer e eu não poderei fazer nada sobre, um dia ela vai realizar seu sonho e eu não poderei estar lá para parabeniza-lá. Um dia ela vai sofrer pela morte de sua mãe e eu não serei a pessoa a estar do seu lado a consolando. Eu sou uma parte da sua vida, uma que daqui um tempo ela nem sequer irá se lembrar direito.

E está tudo certo, isso acontece. Eu deveria estar acostumado, mas a ideia de perder Lisa me enlouquece e me deixa agoniado. Sua existência é preciosa para mim. Não deveria ser.

Ela é uma humana, mortal e não posso querer ser seu amigo. Não posso querer nada com ela.

Mesmo assim eu quero e quero muito.

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𝖬𝖾𝗎 𝖢𝗎𝗉𝗂𝖽𝗈Where stories live. Discover now