𝖬𝖾𝗎 𝖢𝗎𝗉𝗂𝖽𝗈

CAPÍTULO TRINTA E DOIS

O palácio de Jennie e Taehyung tem as cores do sol e da lua. Com o eclipse desenhado na parede, o mais incrível é que o eclipse se move.

— Quando o eclipse acontece, isso se torna real e não só um desenho. — Jennie falou baixinho, eu arregalei os olhos.

— Isso se transforma no sol e na lua? — Indaguei incrédulo, ela riu.

— Uma pequena parte do sol e da lua, quando tudo isso acabar eu posso te mostrar no próximo eclipse. — Falou, eu balancei a cabeça.

— Por favor.

Ela acenou com a mão me chamando, eu a acompanhei. Fomos até o subsolo, aqui era literalmente a via láctea menor.

— Me sinto dentro no nosso sistema solar, que incrível! — Jennie assentiu, eu sentei-me ao seu lado.

— Eu amo ficar aqui, me sinto em paz. — Confessou, eu fechei os olhos. — Isso deve estar parecendo um sonho para você.

— Realmente, parece que irei acordar a qualquer momento. — Admiti, abri os olhos e olhei para ela.

— Eu amo meu irmão, mas eu sempre quis mesmo uma irmã. — Falou com sinceridade, eu gargalhei. — Amo a moda humana, sério. Uma pena que tenho que ficar com essas roupas na grande parte do tempo, mas sempre faço minhas próprias roupas e em casa uso roupas mundanas.

— Você não pode usar?

— Fora de casa? — Perguntou, eu assenti. — Não, só se eu for me passar por uma humana. Caso contrário, tenho que ficar assim.

— Uh, que chato. — Falei, ela sorriu.

— Posso vestir você como uma de nós? — Indagou, seus olhos brilhavam.

— Claro. — Respondi rindo, ela me puxou para o andar de cima. Me levou para uma enorme suíte. — Só você e o Taehyung moram aqui?

— Sim.

— Isso é enorme, acho que eu enlouqueceria. — Falei, ela sorriu de canto.

— Tem muita coisa para se fazer quando se mora em uma casa grande assim. Principalmente quando é só o casal. — Falou com malícia, bom, ao menos eu acho que foi. — Mas logo o bebê chega e vai preencher todo esse lugar.

Ela pegou um vestido parecido com o dela só que branco, me entregou animada.

— Onde eu posso me vestir? — Perguntei, ela apontou para o closet. Fui até lá e coloquei aquele vestido.

Ela bateu na porta, abri uma fresta. Ela me entregou uma meia-calça branca com alguns corações rosa.

— Coloca essa aqui, vou te transformar na cúpido. — Falou empolgada, peguei rindo.

Vesti tudo, espiei no espelho antes de sair. Quando Jennie me olhou, seus olhos cintilaram. Ela bateu palmas e eu girei.

— Como estou?

— Belíssima, agora irei te maquiar. Jeongguk vai morrer quando te ver assim, mas acho bom ele ir se acostumando. — Falou empolgada, sentei na cadeira em frente a escrivaninha.

🩰

Eu e Jennie estávamos no subsolo conversando, olhávamos as estrelas e ela me falava o nome de cada uma. Me contou sobre seus deuses preferidos, ou histórias favoritas. Ela é um amor, quando olhei para ela a primeira vez tinha a impressão que ela seria fria e fechada. Mas na verdade ela não é assim, ao menos não totalmente.

— Meus maiores amores são o Tae, Jeon e os meus pais. — Contou-me, eu olhei para ela. — Não sei o que seria sem eles.

— Te entendo, minha mãe é minha maior força. Quando lembro que um dia irei perdê-la me dá uma aflição. — Admiti, ela soluçou.

— Tenho medo deles não voltarem hoje, Lali. — Falou, meu coração se apertou. — Você e Jeongguk tem que ficar juntos, meu irmão te esperou por tanto tempo. Ele tem que...

Ela não conseguiu completar, suas lágrimas caíram. Eu a abracei, ela aninhou-se.

— Você o ama? De verdade?

— Eu amo, eu nem sei explicar. É tão sobrenatural. — Admiti, ela secou suas lágrimas.

Ficamos em silêncio por longos minutos, até ela levantar-se. Olhei para ela confusa, ela estendeu a mão.

— Vamos até Zeus, mamãe não conseguiu nada. Mas possa ser que você consiga, pode ser nossa única chance.

Peguei na sua mão, saímos com cautela. Jennie arregalou os olhos, tampou minha boca e me empurrou para trás. Consegui ver um vulto, tinham invadido a casa.

— Vamos pegar a carruagem, lá nos fundos. — Sussurrou, ela pegou na minha mão e fomos até os fundos. Escutamos passos pesados, nos escondemos atrás do balcão.

Os passos se aproximaram, meu coração saltou. Tampei minha própria boca com medo de meu coração sair para fora, Jennie apertou minha mão. Então os passos pararam e se distanciaram. Esperamos vários minutos até sairmos para fora, meu coração ainda batia forte e minhas mãos soavam frio e tremiam.

O cavalo tinha asas e era um cavalo preto e outro marrom, a carruagem tinha a lua e o sol desenhados. Acho que é para ninguém confundir quem é, afinal tem o símbolo deles em tudo!

Quando os cavalos decolaram eu quase caí pro lado, então me agarrei em alguma coisa. Jennie conduziu até outro enorme palácio, que lugar grande!

— Chegamos. — Anunciou, saímos. Minhas pernas estavam bambas, por isso entrelacei meus braços com os de Jennie. — Se curve em sinal de respeito, quando encontramos Zeus.

Respeito com o cara que está fazendo corpo mole para salvar Jeongguk? Só pode ser brincadeira.

Um homem alto, com os cabelos e barbas grisalhas. Caminhou até nos, Jennie curvou-se. Fiz o mesmo. Mas se ele se recusasse a nos ajudar, eu o mandaria se ferrar.

— Jennie e Lalisa, a que devo as vossas visitas. — Indagou, Jennie sorriu gentilmente.

Estamos aqui para pedir sua ajuda, porque se não precisássemos nem aqui estaríamos, seu velhaco.

— Estamos aqui para suplicar, precisamos da vossa ajuda. — Jennie falou formalmente. Ótimo, não tenho essa classe.

— Falei para sua mãe que não existe o que eu possa fazer, Brian...

— Pensei que você fosse o Deus dos Deuses. — Falei sem pensar, Jennie arregalou os olhos.

— E eu sou. — Falou com firmeza, desvinculei da Jennie. Consegui ver ela entrando em desespero.

— Então como o senhor me fala que não tem nada que possa fazer? Sendo que você é o soberano. — Falei, sua expressão vacilou.

— Não posso ir contra as regras, quem sou eu para fazer isso? — Refutou, eu revirei os olhos.

— Oras, eu pensei que você era Zeus o deus dos deuses.