Capítulo 32

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Fellipe...

A Mel estava muito bem, alegre, sorridente, conversando com todos os convidados até a hora do parabéns! Do nada ela fica seria e aérea, ela começa a tremer e sei que ela está por um fio para chorar. Pergunto se ela está bem mas ela só consegue balançar a cabeça negativamente.

Cantamos o parabéns enfim, ela saí andando rápido para conversar com a amiga dela Mih. Quando eu me aproximo a Mih se despede e saí, logo chega a mãe dela com um homem e na hora que meus olhos batem nele eu tenho a certeza que ele é o pai do Dom, são cópias idênticas. Sinto uma pontada no meu peito, o medo me consome, medo de perder meu filho, isso mesmo MEU FILHO!! Eu cuido desse moleque desde a barriga da mãe e eu o considero meu filho, medo de perde a Mel...

Subo para o quarto com ela e lá eu pergunto só para ter a certeza, mas que na verdade eu não precisava nem perguntar.

Depois daquela confusão toda resolvi ir embora, ela vai direto cuidar do Dom e eu vou direto para o whisky. Sinto ela se aproximar de mim mas não consigo olha-la por muito tempo, ela resolve enfim me contar como tudo aconteceu e nesse momento tenho a certeza que eu corro um grande risco de pede-la para ele... Ela está com raiva, magoada mas mesmo assim usa palavras como: “ Ele NOS abandonou” e  “ ele nunca se preocupou se ESTAVAMOS precisando de algo”, tudo sempre no plural. Ela ainda gostava dele e isso estava me fodendo por dentro, mas eu teria que ficar quieto por que no momento ela é que está precisando de ajuda, se eu questionar ela com isso ela vai surtar, ela vai entrar em depressão de novo e não vou deixar isso acontecer, Dom precisa dela bem e eu também!!

Já na cama fico pensando em como agir no meio disso tudo, o que fazer para não perde-la mas também não quero que meu filho cresça no meio de uma briga judicial. Ela deita do meu lado e eu acaricio seus lindo cabelos agora loiros, ela logo adormece e eu... Não prego o olho um minuto se quer. Assim que o dia amanhece eu me levanto com cuidado, vou fazer minhas higienes pessoais e desço preparo o café da manhã, depois ligo para o advogado dos meus pais, explico ele tudo por alto e peço para ele vir aqui conversar com Mel por volta das 11 horas. Vou até o quarto de Dom e o mesmo já acordou mais estava quietinho deitado ainda, pego ele no colo e dou um banho nele, arrumo ele todinho e desço para dá a mamadeira dele.

Estou sentado no sofá dando a mamadeira de Dom quando ela desce as escadas, ela me olha e abre um sorriso ainda meio tímido.

— por que acordou tão cedo? Eu poderia ter levantado para cuidar dele. Ela diz me encarando.

— Por que eu deveria te acordar para cuidar do Dom, se eu como pai posso fazer também? À encaro com um olhar acusador.

— Não é isso, é que... Ela fica sem palavras e eu tento mudar de assunto para não ficar pior a situação.

— Mel vai tomar café da manhã, tah tudo pronto depois vai se arrumar, as 11 horas o advogado dos meus pais virá aqui conversar com voce e te instruir com a situação do pai biológico do Dom!

Ela assente e vai fazer o que falei.

11 horas o dr. Sérgio chega, Mel conversa com ele sobre tudo que aconteceu com ela durante a gravidez, falou sobre ter sido amante dele, sobre ser de menor na época e sobre ser abandonada por ele. Ela chora toda vez que fala do abandono e isso me consome por dentro, será que ela ainda ama ele? Me levanto do sofá e peço licença aos dois e vou para a varanda da cobertura. Fico lá até o Sérgio ir embora.

Sinto ela se aproximar de mim por trás, logo ela senta ao meu lado.

— Dom dormiu? Pergunto já q não o vejo.

— Sim, mas daqui a pouco ele acorda para almoçar. Ela diz.

— Ok. Digo olhando para o horizonte e fico em silêncio.

— O dr. Sérgio disse que eu até posso proibir ele de vê o Dom, por ele não ter registrado o filho, mas que se ele for para a justiça e pedir o DNA e quando for comprovado que ele é o pai, ele terá todos os direitos de pai e obrigações também! Ela começa a chorar.

Eu puxo ela para o meu colo e ela encosta a cabeça em meu peito, eu acaricio seus cabelos. Ela continua...

— Ele disse também que mesmo que eu fale tudo que passei na gravidez nada adiantará por que a justiça vê o bem estar da criança após o nascimento, isso é tão injusto! Ela diz.

— E o que você vai fazer? Ele disse algo sobre ele ser Militar e ter se envolvido com uma menor. Digo sério.

— Disse que não entende muito sobre as leis militares mais que com civis um homem maior de idade se envolver com uma maior de 15 anos não é crime se for com consentimento, só seria crime se eu tivesse até 15 anos mesmo se eu quisesse.

— Então ele tem direitos?! E você o que fará? Pergunto encarando ela.

— Eu não sei Fê, tô perdida e desesperada! Não quero ele perto do meu filho!

— Você não quer ele perto do seu filho ou não quer ele perto de você? Qual o seu medo Mel?

— Sinceramente não estou entendendo onde você quer chegar Fellipe! Ela fala brava.

— Não quero chegar a lugar nenhum, é uma pergunta simples Mel é só responder!!!

— Não vou entrar no seu jogo Fellipe, você quer ouvir algo que eu não vou falar!!

— Você não vai falar ou você não quer falar? O que você está sentindo realmente com essa volta dele?

— Para Fellipe!!! Para!!! Ela levanta e vai para o quarto batendo o pé, brava! Muito brava!!

Eu fico ali por mais algum tempo, depois vou tomar um banho e pedir comida para a gente, Mel está dando comida para o Dom.

Depois do almoço eu resolvo ir até ela e conversar, ela está com a cara inchada de tanto chorar eu abraço ela e digo que a amo, que tudo vai ficar bem e que enquanto eu sentir que ela me ama estarei ao seu lado, ela me beija e diz que me ama também e que me amará para sempre. Ficamos ali no quarto curtindo algumas horinhas de paz até chegar a hora de ir enfrentar a fera, se bem que a fera está aqui em casa...

Grávida de um Militar. ( Concluído)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant